Começa amanhã a maior prova por etapas da Argentina, a Vuelta a San Juan. Um alinhamento de luxo onde estão incluídas 6 equipas do World Tour e o Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel.
Percurso
A cidade de San Juan recebe a partida e a chegada da 1ª etapa, num total de 163,5 quilómetros. Uma etapa feita em circuito, onde o Alto de Punta Negra, ultrapassado por 4 vezes é a única dificuldade. Espera-se uma chegada ao sprint, com Fernando Gaviria, Alvaro Hodeg e Peter Sagan a serem os nomes de destaque.
Pocito volta a receber uma nova etapa da prova argentina e, ao fim de 168,7 quilómetros, o inevitável deverá acontecer, ou seja, nova chegada ao sprint.
Punta Negra volta a aparecer no mapa da Vuelta a San Juan para a 3ª etapa, o contra-relógio individual de 15 200 metros. Será a primeira etapa decisiva para a classificação geral. Um percurso praticamente plano, mas onde uma subida de 1100 metros a 7,3%, a 2,5 kms do fim irá causar diferenças.
O 4º dia traz uma tirada tradicional nesta competição. Tudo pode acontecer, já que são praticamente 20 quilómetros sempre a subir a meio da etapa, o que pode originar vários desfechos, mas o mais provável é vermos um pelotão reduzido a discutir a vitória.
Após o dia de descanso, surge a etapa rainha, a tão esperada chegada ao Alto del Colorado, onde já ganhou o português Rui Costa. A subida final são quase 19 kms a 4,4%, sendo a direcção do vento um factor predominante para as diferenças.
O Autódromo El Villicum recebe a partida e a chegada da 6ª etapa, uma jornada que irá animar nos 10 kms finais, pois há 4.4 kms a 2,3% e depois ainda mais algumas pequenas colinas.
Os ciclistas terminam onde tudo começou, em San Juan com mais um circuito para se disputar. Sam Bennett em 2019, Giacomo Nizzolo em 2018 e Maximiliano Richeze em 2017 foram os últimos vencedores neste local.
Favoritos
Esta é daquelas provas onde não há grande tática. A receita é estar atento aos cortes nos dias de média montanha, defender-se no contra-relógio e estar bem no Alto del Colorado. Obviamente uma boa equipa pode ser muito útil.
Na temporada passada, esta prova marcou a estreia de Remco Evenepoel entre a elite, trabalhando muito para Julian Alaphilippe e, mesmo assim, terminando em 9º. Um ano depois, o jovem belga está ainda mais forte, é, talvez, o grande favorito no contra-relógio e o Alto del Colorado é uma subida perfeita para si. A equipa da Deceuninck-QuickStep é muito forte e pode jogar com várias cartas.
Aos 43 anos, Oscar Sevilla ainda está para as curvas! O veterano espanhol tem sido muito consistente nesta competição, 2º em 2017, venceu em 2018 e 3º na temporada passada. Residente na Colômbia, não tem problemas em adaptar-se ao clima e à altitude. Esta prova é um objetivo para si e para a Team Medellin, uma equipa muito forte na montanha.
Outsiders
Todos sabemos que Julian Alaphilippe tem a qualidade necessária para ganhar esta corrida, defende-se muito bem nos contra-relógios curtos e depois sobe como poucos. No ano passado esteve perto, foi 2º, após vencer o contra-relógio mas sucumbiu na chegada em alto. Está numa equipa muito forte e a dupla Alaphilippe-Evenepoel pode fazer estragos.
Guillaume Martin é um dos melhores puros trepadores presentes e, dessa forma, será um dos favoritos na chegada em alto. O seu calcanhar de Aquiles é o contra-relógio, onde deve perder algum tempo para os seus maiores rivais. Costuma andar bem no início da temporada e deve estar motivado na sua estreia pela Cofidis.
Pode não ser o nome mais consensual mas Filippo Ganna é uma excelente carta. Um dos melhores contra-relogistas presentes, vai ganhar tempo à concorrência aí e, numa subida não muito dura como Colorado irá defender-se, como aconteceu em 2018, quando foi 6º. A forma não deve ser questão, já que feito com a Seleção Italiana para se preparar para os Mundiais de Pista.
Possíveis surpresas
Brandon McNulty faz a sua estreia pela UAE Team Emirates e quererá mostrar-se bem. Um ciclista muito completo, defende-se no contra-relógio e na montanha, resta saber em que estado de forma se encontra. Eduardo Sepulveda procura voltar ao seu nível, ainda por cima a correr em casa, mas parece longe dos tempos em que conseguia discutir as provas com os melhores. Ruben Fernandez, Filippo Ganna, Eduardo Sepulveda e Matteo Fabbro são alternativas aos primeiros lugares, no entanto o contra-relógio deve fazer perdê-los algum tempo. Entre os ciclistas das equipas sul-americanas, atenção a nomes como Ricardo Escuela, Omar Mendonza e Roniel Campos, este em grande forma, já que vem de vencer a Vuelta al Tachira. Por fim, olho na Rally Cycling e nos norte-americanos Rob Britton e Gavin Mannion e no Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel com Frederico Figueiredo, Alejandro Marque e Alexander Grigoryev, 14º no ano passado.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Miguel Florez e Nelson Oliveira.