Agosto continua com muito ciclismo, sendo agora tempo para o antigo Eneco Tour, que dá seguimento ao World Tour, e para os portugueses será uma espécie de ressaca após a Volta a Portugal.



 

Percurso

A prova tem o seu início na Bélgica mas vê os ciclistas atravessar a fronteira para acabar na vizinha Holanda, em Hulst. 167,2 quilómetros que deverão ter muito emoção no seu final. O Quilómetro Dourado está a apenas 8800 metros do fim e o final é muito técnico, com 6 curvas nos últimos 4 quilómetros, a última a apenas 900 metros, pelo que os comboios serão fundamentais para a primeira chegada ao sprint.

Ardooie é já um final tradicional nesta prova, proporcionando excelentes chegadas ao sprint, sempre com algumas surpresas. 169,1 quilómetros com o Quilómetro Dourado a estar a 26,6 quilómetros da chegada. Um dos finais mais técnicos da prova, com 3 curvas muito apertadas entre os 1400 e os 1100 metros para o fim, onde costumam existir ataques.

O terceiro dia é feito em circuito na cidade de Aalter. Mais uma vez, o Quilómetro Dourado está perto do final (8,3 quilómetros do fim, já depois de um setor de 1500 metros em empedrado, que pode fragmentar o pelotão e evitar a chegada ao sprint.

96 quilómetros fazem da 4ª etapa a mais curta mas nem isso impediu a dureza de estar presente. O famoso Mur Saint-Roch (1100 metros a 11%) será a principal dificuldade do dia, sendo seguido do Cote Rau de Cowan (700 metros a 6%), Bois des Moines (1200 metros a 8%) e Cote Achouffe (800 metros a 8%), que na última vez é ultrapassado a 15,5 quilómetros do fim. O último quilómetro é em ligeira subida.





Ao 5º dia, os sprinters terão a sua última oportunidade, numa etapa totalmente plana. O Quilómetro Dourado fica situado a 10 quilómetros do fim e promete animar a tirada, num final bastante simples e perfeito para sprinters potentes.

O fim-de-semana começa com 8300 metros de contra-relógio individual em Den Haag. Um percurso com retas muito longas e, apesar de curto, será suficiente para os especialistas ganharem algum tempo à concorrência.

Para terminar, temos claramente o dia mais duro, a derradeira oportunidade de fazer grandes diferenças. Após 63 quilómetros relativamente calmos, começam as subidas e os sectores de empedrado, que resultam em 1700 metros de acumulado. No total são 17 subidas, sendo as mais conhecidas o Denderondeberg (700 metros a 5,4%), o Kapelmuur (1100 metros a 7,9%) e o Bosberg (1200 metros a 4,8%), que serão ultrapassados por 3 vezes antes dos ciclistas passarem, novamente, pelo Denderondeberg, depois de saírem do circuito, a 5500 metros da chegada. O final da etapa é em ligeira subida, a meio do Muur, após 600 metros de subida e o Quilómetro Dourado está na última passagem pelo Bosberg, a 20 quilómetros do fim.

 

Táticas

Esta é uma corrida que se decide sempre ao segundo e, este ano, com um contra-relógio individual mais curto não deverá ser excepção. Deste modo, as bonificações que os ciclistas possam conseguir no Quilómetro Dourado podem vir a ser fundamentais para o desfecho final. Para a 4ª e 7ª etapas é importante ter um forte bloco no apoio ao seu líder, o que não acontece com alguns ciclistas. Ter, também, mais que uma opção dentro da equipa pode vir a baralhar as contas da geral e dificultar o trabalho das restantes formações e é aqui que entra, como sempre a Deceuninck-QuickStep.

 

Favoritos

Por incrível que parece, Philippe Gilbert nunca ganhou esta competição. Por 5 vezes já vez top 10, mas o contar-relógio acaba por estragar a sua geral. Este ano é curto, o que são boas notícias, e está numa equipa com várias opções o que, com algum jogo tático pode correr de feição ao belga que facilmente pode conseguir bonificações e tem nas duas etapas mais difíceis duas grandes oportunidades para vencer visto que ainda é bastante rápido.



Tim Wellens já venceu esta corrida por duas vezes e nos últimos dois anos terminou no pódio. Um registo impressionante por parte do ciclista belga, que vem de um Tour desgastante, mas que acreditamos já estar recuperado para voltar a dar espetáculo. É daqueles que não tem medo de atacar, foi assim que ganhou em 2014 e 2015, e existe a probabilidade de mão tempo, o que só abona a favor de Wellens.

 

Outsiders

Greg van Avermaet é um crónico candidato à vitória nesta prova só que o contra-relógio nunca o permitiu ganhar já que perde sempre muito tempo, algo que pode mudar este ano. Sempre no top-6 nas últimas 5 edições, o ciclista da CCC Team é um poço de regularidade. Após o Tour já foi 2º em San Sebastian, o que lhe dá ainda mais confiança. Dos mais rápidos dos homens da geral, não terá dificuldades em conseguir bonificações.

Outro classicómano presente é Oliver Naesen, mais um que está sempre entre os primeiros mas raramente ganha. O belga adora este tipo de provas que parecem clássicas todos os dias e, apesar de estar numa equipa que pouco apoio lhe dá, nunca vira a cara à luta e é sempre dos que mais ataca. Vem de fazer um bom Tour e é mais um com uma boa ponta final.

Ponta final é algo que não falta a Mike Teunissen, não tivesse ele batido sprinters de topo mundial no Tour. O holandês é mais que um homem rápido, já que passa muito bem as colinas. Vencedor de provas com características semelhantes como os Quatro dias de Dunquerque e o ZLM Tour, Teunissen é um perigo à solta.



 

Possíveis surpresas

A Deceuninck-QuickStep traz um vasto leque de candidatos que podem ganhar a prova e para além do já referido Philippe Gilbert, Zdenek Stybar e Bob Jungels partem com boas expectativas de puderem vencer. O primeiro já ganhou esta competição no ano de 2013, pelo que sabe o que fazer, ele que está a ter uma excelente temporada, a melhor dos últimos anos. Já o luxemburguês vem de desiludir na Polónia, no entanto aqui o terreno não é tão duro, vai mais ao encontro das suas características e tem o contra-relógio onde pode ganhar segundos importantes. Dylan van Baarle já é mais que um classicómano, após a evolução que teve na montanha, no entanto não deixa de ser um perigo, ao estar no seu “habitat natural”, pois foi nas clássicas do empedrado que se começou a destacar, ele que também é um bom contra-relogista. Será que Sep Vanmarcke vai conseguir escapar aos azares? Se o conseguir é provável estar na luta pelos primeiros lugares, numa prova que lhe assenta que nem uma luva. Estamos curiosos para ver como será a prestação de Marc Hirschi, recém 3º classificado em San Sebastian, ele que é um ciclista muito explosivo e perfeito para este terreno. Soren Kragh Andersen terá a missão de dar um importante resultado à Team Sunweb, um bom contra-relogista que não anda nada mal neste tipo de percursos mas que não tem tido a melhor das temporadas. Por fim, atenção a nomes como Davide Ballerini, Valentin Madouas, Michael Valgren e Jasha Sütterlin para puderem finalizar entre os primeiros.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Fabio Felline e Xandro Meurisse.


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