A terminar o fim-de-semana, os classicómanos têm mais uma oportunidade de brilhar. Esta é uma prova menos dura, no entanto se for bastante atacada pode fazer com que os principais ciclistas consigam discutir a vitória entre si.
Percurso
O traçado mantém-se praticamente inalterado em relação àquele que a maioria dos ciclistas presentes fizeram na temporada transata. 253,5 kms no total, às quais se juntam as 11 subidas e 9 setores de empedrado.
Como é tradicional nas clássicas belgas, os primeiros 150 kms são totalmente planos, existindo apenas um curto setor de empedrado que servirá para ambientar os ciclistas. A primeira subida é o Scherpenberg (1400 metros a 2,5%) a faltar 98 kms, com mais 4 ascensões a surgiram entre os 93 kms e os 85 kms para o final, numa rápida sucessão. Esta fase será decisiva para o desfecho da corrida e poderá definir se os sprinters irão discutir a vitória ou não.
Seguem-se 30 kms sem subidas mas as dificuldades surgem com 3 setores de steratto, os denominados Plugstreet, praticamente feitos de forma sucessivas (Hill, Christmas Truce e The Catacombs), num total de 4 kms deste “piso”.
A 54,5 kms do fim, a corrida entrará na fase decisiva com as últimas 6 subidas a fazerem-se em 20 kms (Monteberg – Kemmelberg – Scherpenberg – Vidaigneberg – Banenberg – Kemmelberg). De todas estas subidas, o Kemmelberg, que será feito por duas vertentes diferentes, é a mais dura: na primeira são 500 metros a 10,2% e na segunda 800 metros a 10%. Ultrapassado o Kemmelberg, ficam a faltar 34,5 kms para o final, num traçado totalmente plano, que pode originar algum reagrupamento, numa batalha que se espera muito dura.
Tácticas
Ao contrário da E3 Saxo Bank Classic, a Gent-Wevelgem é uma prova onde os sprinters têm conseguido vencer com maior regularidade. A menor dureza do percurso ajuda os homens mais rápidos mas a questão que se coloca todos os anos é se os classicómanos conseguirão explodir com a corrida e fazer com que os sprinters nunca mais regressem.
Sem a presença de Mathieu van der Poel, as hipóteses dos ciclistas anteriormente referidos aumentam consideravelmente. Praticamente todas as equipas trazem sprinters e classicómanos no entanto acreditamos que muito dependerá daquilo que a Deceuninck-QuickStep quiser. Se o objetivo for ganhar com Sam Bennet tentarão levar o irlandês mais confortável, caso contrário irão atacar pois têm equipa para isso mesmo deixando Kasper Asgreen e Florian Senechal em casa.
Outro fator que é determinante todos os anos é o vento. Várias foram as edições épicas, com o vento a fazer das suas, partindo a corrida por completo. Amanhã é esperado vento, pelo que a corrida pode chegar à fase das colinas já bastante partida.
Favoritos
As pequenas trocas efetuadas pela Deceuninck-QuickStep fazem acreditar que o foco será em Sam Bennett. O irlandês está em grande forma desde o início da temporada e só falhou na Milano-Sanremo, onde também esteve azarado. Venceu a meio da semana, a confiança está em alta, e terá sempre apoio no final, com Davide Ballerini e/ou Michael Morkov como peças finais. Se houver vento dificilmente a equipa belga falhará o corte.
Wout van Aert é o corredor que pode vencer em qualquer dos cenários. O talento belga poderá querer atacar na parte mais dura do percurso para deixar os sprinters para trás e, mesmo que não o consiga, irá desgastá-los. Contra si, terá o facto de poder estar isolado no final e ter que responder a tudo e todos. Se o deixam chegar ao risco de meta, Van Aert já mostrou o que consegue fazer.
Outsiders
Mads Pedersen venceu esta competição no ano passado, numa vitória brilhante, aproveitando a marcação entre os grandes candidatos. Em certa medida, esta prova faz lembrar a Kuurne-Brussels-Kuurne, ganha pelo dinamarquês em Fevereiro. No meio do vento, não deverá ter dificuldades, e mesmo podendo sofrer um pouco nas subidas mais inclinadas no entanto tem um bloco forte para o apoiar. Adora sprintar após dias longos e duros.
Sem a sua grande estrela, a Alpecin-Fenix deposita as suas esperanças em Tim Merlier, um dos sprinters em melhor forma nesta primeira parte da temporada. O belga já venceu 3 semi-clássicas belgas e, apesar de este ser um “mundo” diferente, o corredor de 28 anos tem bastante qualidade.
Se tivermos uma corrida mais dura, esta poderá terminar da mesma forma que ontem, com superioridade da Deceuninck-QuickStep. A exibição de Zdenek Stybar foi uma das belas surpresas de ontem, há bastante tempo que o checo não se exibia a este nível o que só lhe pode dar confiança para o que se segue. Deverá ser dos poucos a seguir, diretamente, os ataques de Wout van Aert a subir. É certo que não é um corredor lento, no entanto, como já referimos, poderá ser no jogo tático e na superioridade numérica que poderá conquistar o triunfo.
Possíveis surpresas
Como já referimos, a Deceuninck-QuickStep tem muitas alternativas. Se Sam Bennett não estiver ao seu melhor, Davide Ballerini será a aposta, ele que já venceu a Omloop Het Nieuwsblad. No caso de Stybar, a alternativa será Yves Lampaert, outro corredor muito experiente e muito matreiro neste tipo de provas. A dupla da AG2R Citroen Greg van Avermaet e Oliver Naesen finalmente apareceu a grande nível, estão em crescendo mas a prova não tem a dureza que gostariam. Soren Kragh Andersen, Sep Vanmarcke, Stefan Kung, Jasper Stuyven e Matteo Trentin são sempre um perigo à solta, mostraram boa forma nas últimas competições e gostam deste tipo de provas. Entre os homens mais rápidos, cuidado com Michael Matthews, Giacomo Nizzolo, Ivan Cortina e, pelo historial, John Degenkolb e Arnaud Demare.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Anthony Turgis e Jasper Philipsen.
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