Para terminar a mini-digressão pelo Canadá, os ciclistas terão pela frente o Grand Prix Cycliste de Montreal, uma clássica mais dura que aquela que já foi disputada e onde os puncheurs e trepadores têm uma palavra mais séria a dizer.
Percurso
Tal como o Grand Prix de Quebec, esta prova será feita em circuito: 17 voltas a um circuito de 12,1 kms que contem 3 dificuldades, perfazendo um total de 205,6 kms.
Para abrir as hostilidades, existe logo uma das dificuldades a abrir. Será o Cote de Camilien Houde, que tem 1,8 kms com 8% de inclinação média mas onde existem rampas com 11% e várias zonas a 9%, sendo que essas partes estão no miolo da subida.
A partir daí será uma descida de 4 quilómetros, até atingirmos a segunda dificuldade do dia, o Cote de la Polytechnique. Esta é uma subida mais curta que a anterior pois serão apenas 780 metros e com uma inclinação média de 6% mas onde existem, tal como na subida anterior, várias rampas mais inclinadas: uma zona, aqui de 200 metros, a 11% de inclinação e outras entre 7%-8% de inclinação.
Acaba a subida, estaremos a meio do circuito que, depois, se torna muito rápido com várias zonas de descida muito técnica, cortadas com zonas de plano e que dirigem os ciclistas ao quilómetro final, mais precisamente aos 580 metros. Aí, existem uma viragem de 180 graus que coloca os ciclistas na reta da meta, o que significa que é necessário um bom posicionamento nesta fase da corrida. A reta da meta será em ligeira subida, com uma inclinação média de 4%.
Favoritos
Ao contrário do GP de Quebec, esta é uma prova menos controlada, onde costumam existir mais ataques mas onde os protagonistas devem ser os mesmos da última sexta-feira.
Michael Matthews ganhou de forma convincente no Quebec e nem uma prova mais dura o vai impedir de estar na luta. Já foi 4º e 8º, chega muito motivado e em grande forma, na tentativa de fazer um excelente final de temporada. Soren Kragh Andersen e Sam Oomen serão peças fundamentais de um ciclista que não tem medo de atacar.
Tal como no Quebec, o seu grande rival deve ser Greg van Avermaet. Vencedor de 2016, conta com mais 3 top 10, sendo este dos ciclistas mais regulares nestas provas. O campeão olímpico tem que se apoiar em Damiano Caruso, excelente trepador que vai tentar marcar os ataques. Num sprint direto não será fácil derrotar Matthews, no entanto Avermaet já o fez no passado.
Outsiders
Se há ciclista que pode chegar isolado e repetir a vitória de 2015 é Tim Wellens. O belga é um especialista em clássicas e quando está bem é muito complicado de o bater. Vem de bons resultados em Plouay e no BinckBank Tour e é daqueles que não tem medo de atacar e, quando se encontra sozinho, é complicado apanhá-lo.
Zdenek Stybar é outro ciclista que saiu em grande das provas onde esteve Tim Wellens. Dos mais fortes nas subidas de ambas as provas, o checo é um ciclista competente quando a estrada inclina e no Quebec, num teste à sua capacidade física, foi 6º. Com uma boa ponta final em grupos restritos, o checo pode regressar às grandes vitórias.
Uma equipa que muito animou no Quebec foi a Astana, tentando endurecer e muito a corrida. Michael Valgren tentou a sua sorte por várias vezes a prova não era muito difícil. Hoje será diferente, já que o dinamarquês é muito forte neste tipo de terreno e conta com Jakob Fuglsang como grande ajuda. Também não é um ciclista lento.
Possíveis surpresas
Diego Ulissi costuma aparecer sempre nestas provas, ele que tem tido uma temporada abaixo do normal mas que é o campeão em título, pelo que deve querer em bom resultado. Dentro da UAE Team Emirates, Rui Costa parece estar a recuperar as melhores sensações, ele que também já ganhou aqui. Patrick Konrad foi uma bela surpresa na prova de sexta-feira, um trepador competente com uma excelente ponta final, podendo ser um perigo para os principais favoritos. Matej Mohoric vai querer continuar o seu grande final de temporada. Descedor exímio pode conseguir ganhar vantagem aí e nunca mais ser alcançado. Arthur Vichot e Anthony Roux são duas cartas dentro da Groupama-FDJ, dois corredores que passam bem as subidas e finalizam bem em grupos restritos.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Jan Bakelants e Alexia Vuillermoz.