Aos poucos o ciclismo está de regresso e agora é tempo para as equipas World Tour e Profissionais Continentais voltarem à estrada. É na Roménia que tudo vai acontecer, numa prova onde jovem estrelas têm brilhado nos últimos anos.
Percurso
A 10ª edição do Sibiu Tour começa com um já tradicional prólogo vespertino pelas ruas de Sibiu. Somente 2 440 metros mas muito técnicos já que são feitos pelo centro histórico da cidade romena.
O dia seguinte apresenta logo montanha! 183 quilómetros que se resumem à subida final para Bâlea Lac, que tem um total de 23,2 quilómetros a 6%. Esta é uma subida muito constante, onde o início é mais suave com os quilómetros finais a terem rampas acima dos 7%, perfeitas para ataques. Nos últimos anos, quem vence aqui também tem vencido a geral: Egan Bernal, Ivan Ramiro Sosa e Kevin Rivera.
À terceira etapa surgirá a primeira oportunidade para os homens rápidos presentes. Longe de ser uma etapa plana, os sprinters terão que fazer de tudo para passar as dificuldades, a última delas a 25 quilómetros da chegada (Calagarul com 3 quilómetros a 5% mas com os derradeiros 500 metros a 10%).
Domingo será um dia em cheio já que teremos duas etapas. Pela manhã é tempo de crono-escalada até Arena Platos Paltinis. 12 500 metros, onde 11,9 quilómetros fazem parte da subida para Paltinis. A subida não é dura (pendente média de 5,2%) no entanto é bastante longa, o que é suficiente para fazer diferenças. A classificação geral ficará, aqui, decidida.
Durante a tarde, o pelotão regressa a Sibiu para a etapa final. Tirada feita em duplo circuito pela cidade romena, com um total de 108 quilómetros. Esta é mais uma chance para os homens rápidos brilharem apesar do final traiçoeiro e bastante técnico, já que existem 3 curvas perigosas no seu final, onde os últimos 400 metros são a 4%. Pascal Ackermann é o grande favorito mas terá pela frente nomes como Eduard Grosu, Rudy Barbier, Mihkel Raim e Matteo Pelucchi.
O traçado deste Sibiu Tour é bastante linear e a prova será decidida na montanha. Com a desistência da Androni-Giocattoli (uma equipa com excelentes trepadores e bom histórico aqui) o favoritismo recai todo na Bora-Hansgrohe, que se candidata seriamente a ganhar quase todas as etapas. A questão de ter possivelmente poucos gregários na montanha pode ser contrariada ao partir a corrida cedo ao 2º dia, mas é uma debilidade a explorar pelas outras equipas. Veremos se a Bora-Hansgrohe não terá de escolher entre Muhlberger e Konrad.
Favoritos
Obviamente um dos grandes candidatos é Patrick Konrad, o actual campeão austríaco tem aqui uma oportunidade de ouro para vencer pela primeira vez na carreira fora dos Nacionais. É um ciclista extremamente regular, que foi 7º no Giro em 2018 e 3º na Volta a Suiça em 2019 e está aqui a ganhar ritmo competitivo para o Giro. Não é propriamente um puro trepador, mas sim um corredor completo.
Como já referimos, acredito que o vencedor da prova estará na Bora-Hansgrohe, portanto há que considerar também Gregor Muhlberger para esta categoria e a intuição diz que será ele a aposta da equipa alemã. O corredor de 26 anos é mais felino e mais certeiro que Konrad, ele que começou muito bem a temporada em Janeiro com um 3º e um 2º lugar em Maiorca. Tem evoluído a olhos vistos e precisa de estar em forma pois está escalonado para o Tour.
Outsiders
Matteo Badilatti irá liderar a equipa da Israel-Start up Nation, o suíço realizou uma excelente temporada em 2018 ao serviço da Voralberg, onde brilhou em provas como a Volta a Áustria e o Tour de Savoie Mont Blanc, corridas parecidas a este Sibiu Tour. Já demonstrou que consegue andar a espaços com os melhores na montanha, falta-lhe regularidade.
Um dos melhores trepadores do circuito Continental europeu é Michal Schlegel, um checo de 25 anos que já passou pela CCC em 2017 e 2018. Em 2019 participou no Sibiu Tour e foi 6º, uma grande mais valia tendo em conta que já conhece bastante bem estas subidas.
Serghei Tvetcov não é propriamente um trepador, o facto das subidas não terem uma inclinação média muito elevada favorece o romeno, que está a jogar em casa. Tvetcov anda quase sempre bem na Roménia, em 2019 foi 5º no Sibiu Tour e 4º no Turul Romaniei, este ano vai alinhar aqui com a selecção romena.
Possíveis surpresas
É impossível não mencionarmos Davide Rebellin, que aos 48 anos continua a correr e a ser minimamente competitivo. A Vini-Zabu tem 2 ciclistas experientes que têm estado longe do seu melhor, em boa forma Matteo Busato e Francesco Bongiorno podem andar na frente da corrida. Parece mentira, mas é preciso ter em conta Marco Tizza, um sprinter que tem melhorado a olhos vistos na montanha. Tizza foi 9º aqui no ano passado, o que foi uma enorme surpresa, e com uma lista de participantes que até era melhor. A Wibatech tem um alinhamento interessante de onde se destaca o completo Pawel Bernas, ele que já tem 1 vitórias e 5 pódios em 2020. Por fim, muito cuidado com Savva Novikov, a representar a equipa de desenvolvimento da CCC. O russo de 20 anos em 2019 foi 2º na Turul Romaniei e ganhou o Tour of Iran, é daqueles talentos que pode explodir a qualquer momento.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Lucas de Rossi e Karel Hnik.