Alguns dos melhores trepadores do Mundo reúnem-se esta semana na Colômbia, para o Tour Colômbia 2.1, competição que também vai contar com 1 equipa portuguesa e 5 ciclistas lusos.
Percurso
A prova com nome oficial Colombia 2.1, conhecido dentro do meio como Tour of Colombia, começa com um contra-relógio por equipas de 14 kms praticamente plano nas ruas de Medellin. Será um misto de rectas grandes e curvas apertadas.
A 2ª etapa será um circuito em La Cera. Serão 5 voltas a um percurso de 28,5 kms com algumas pequenas elevações, mas que não devem evitar um sprint em pelotão compacto, e há aqui na prova alguns grandes sprinters.
A montanha começará a aparecer aos poucos, em mais um circuito, desta vez com partida e chegada a Mall Llanogrande, 4 voltas a um traçado de 41,5 kms com uma subida de 3900 metros a 5,6%, o Alto El Nano, que na última passagem fica a 17 kms da meta. No circuito ainda há uma ascensão de 1000 metros a 4,9%, mas a principal dificuldade será mesmo a altitude, sempre acima dos 2100 metros.
A Volta a Colômbia é também a volta dos circuitos, mais um na 4ª etapa, novamente em Medellin, com 6 passagens por uma subida de 1300 metros a 6,6%, a última delas a 13,5 kms do final.
A 5ª jornada volta a ter um circuito, mas desta vez com um final diferente. O pelotão terá de ultrapassar por 4 vezes o Alto El Nano, só que por uma vertente diferente (2900 metros a 5,6%). Depois da última passagem no final do circuito desviam para o Alto La Union, que tem 7500 metros a 5,2% e que está apenas a 4500 metros no final. Muito cuidado por o topo do Alto La Union está acima inclusivamente dos 2500 metros de altitude.
Vamos então ao dia de todas as decisões, está aí a alta montanha, uma tirada acessível até ao Alto de Las Palmas, que tem 15,5 kms a 6,7% de inclinação média, com o cume a 2519 metros de altitude. É uma subida muito irregular, nenhum quilómetro passa dos 8% de média, mas tem várias rampas acima dos 10%, a última delas bem próximo da meta.
Favoritos
Esta é uma competição diferente do normal, a altitude constantemente acima dos 2000 metros será um factor fundamental que faz com que o favoritismo penda para o lado dos colombianos, habituados ao clima e às condições. Também é importante ter uma equipa forte, principalmente na etapa 3, complicada de controlar.
Nairo Quintana pareceu em boa condição física na Argentina, onde ganhou o seu companheiro Winner Anacona. Quintana ficou a marcar Alaphilippe, o que foi decisivo para o triunfo da Movistar na etapa rainha e fechou a geral em 8º. Diante do seu público terá outra responsabilidade.
Por falar em responsabilidade, Egan Bernal sai com o dorsal número 1, precisamente depois de ter ganho a Colombia Oro y Paz (competição correspondente a esta) em 2018. Na altura foi uma grande surpresa ver o jovem de agora 22 anos derrotar nomes bem mais conceituados em casa e entretanto Bernal tem evoluído ainda mais.
Outsiders
Rigoberto Uran tem sido dos elementos mais activos a promover esta prova, como é sua imagem de marca. Em 2018 ganhou 1 etapa e é de esperar que chegue aqui já em boa condição física por forma a discutir a corrida, mesmo que o grande objectivos seja o Tour.
O seu companheiro Daniel Martinez surpreendeu ao derrotar de forma veemente Egan Bernal nos nacionais de contra-elógio, mesmo tendo sido atropelado poucos dias antes. Isto significa que a forma está lá, e tendo Rigoberto Uran na equipa há a possibilidade de não ser um corredor tão marcado assim.
No ano passado não marcou presença, era mais importante para a Astana que ele estivesse no Tour of Oman, mas este ano Miguel Angel Lopez está aqui de pedra e cal. Um exímio trepador que em 2018 fez pódio no Giro e na Vuelta e que também ele ficou à frente de Bernal nos nacionais de contra-relógio.
Possíveis surpresas
A Team Sky e a Movistar são claramente as equipas com mais alternativas. Um histórico do ciclismo colombiano, Victor Hugo Pena, já avisou que Chris Froome não veio à Colômbia para passear e a formação britânica ainda tem o prodígio Ivan Sosa, muitos dizem que mostra mesmo números mais impressionantes que Egan Bernal. A equipa espanhola tem o vencedor da Vuelta a San Juan, Winner Anacona e ainda Richard Carapaz e Marc Soler, um lote impressionante. Julian Alaphilippe é sempre um nome a ter em conta, mas o francês no ano passado sucumbiu à altitude colombiana e parece demonstrar mais dificuldades em altitude elevada.
Sergio Henao foi 4º no ano passado e tem de ser tido em conta, até porque a UAE Team Emirates está a ter um início de ano fantástico. Depois há aqui muitos trepadores colombianos de qualidade e que terão como objectivo o top 10, casos de Alejandro Osorio, Dayer Quintana, Rodolfo Torres, Miguel Angel Rubiano, Aristobulo Cala, Fabio Duarte, e claro, o mítico Oscar Sevilla. Para a Efapel (com Joni Brandão, Sérgio Paulinho, Rafael Silva, Bruno Silva, Fabricio Ferrari e Nikolay Mihaylov) a altitude acima dos 2000 metros será um grande obstáculo, condições completamente novas e diferentes e não é de esperar que algum elemento lute por um bom lugar na geral. João Almeida será o dorsal 1 da Hagens Berman Axeon
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Einer Rubio e Janier Acevedo.