A prova chinesa fecha a temporada de ciclismo em termos de World Tour, uma competição onde vários ciclistas se vão despedir das suas equipas.

 

Percurso

O Tour de Guangxi começa com uma curta jornada de 136 quilómetros em Beihai, feita num circuito a ser percorrido por 3 vezes. Uma pequena subida a meio do circuito deverá servir apenas para coroar o primeiro rei da montanha num dia perfeito para os sprinters.





A 2ª tirada liga Beihai a Qinzhou, um dia sem dificuldades, onde os sprinters devem voltar a discutir a vitória. Mais uma vez, o final é feito em circuito, a ser ultrapassado por 3 vezes.

Naning recebe a terceira etapa, mais uma em circuito, esta com um total de 4 voltas perfazendo 144 quilómetros. Um circuito onde começam a aparecer as dificuldades. A apenas 5 quilómetros da chegada uma contagem de montanha de 1600 metros a 5.7% onde os últimos 650 metros são a 10.5%. Os últimos 4 quilómetros são planos.

A única chegada em alto aparece ao 4º dia, num total de 160 quilómetros com chegada a Nongla Scenic Area. Praticamente 157 quilómetros planos até ao muro final. São 3400 metros a 6.9%. Uma etapa perfeita para trepadores explosivos.





A penúltima tirada é aquela que tem mais desnível positivo, mais de 2400 metros, com 4 contagens de montanha, duas de 3ª categoria, uma de 2ª categoria (2,1 kms a 5.9%) e uma de 1ª categoria (3,1 kms a 5.5%), sendo estas duas últimas montanha separadas por poucos quilómetros. Esta última termina a38 quilómetros da meta e, com alguma dureza já para trás, poderá afastar a grande maioria dos homens rápidos da vitória.

Para terminar esta prova chinesa temos uma ligação de 169 quilómetros em torno de Guilin, após 113 quilómetros planos aparecem 2 subidas, 1 de 3ª categoria (2,5 kms a 5.5%) e outra de 2ª categoria (4,3 kms a 4.6%), estando esta última ainda a 41 kms da meta.

 

Favoritos

Pensamos que tudo ficará decidido na 4ª etapa, a menos que as tiradas 5 e 6 sejam extremamente atacadas e que o líder esteja muito isolado dos seus colegas de equipas, o que é improvável pois não há grandes pendentes. Sendo assim, o vencedor deverá ser um trepador explosivo que ainda está motivado e fresco nesta altura da temporada.

Enric Mas parece querer acabar a sua estadia na Deceuninck-QuickStep da melhor maneira. O espanhol esteve a bom nível nas clássicas italianas e sabe-se que nesta altura do ano., para além da forma, também a motivação, é importante. Pode ser um trepador puro no entanto tem melhorado bastante nestas chegadas explosivas.



No ano passado, Felix Grosschartner conseguiu o seu primeiro grande resultado no World Tur aqui, ao ser 2º. A partir daí, já ganhou na Turquia e deve querer acabar o ano em grande, ele que tem mais características de puncheur que os seus adversários e é bastante rápido. Não corre desde os Mundiais e vai aproveitar os primeiros dias para ganhar quilómetros.

 

Outsiders

Guillaume Martin é outro ciclista que está de saída da sua equipa e parece querer acabar com um bom resultado. A sua segunda metade de temporada tem tido alguns altos e baixos mas nem algumas clássicas italianas o francês apareceu. Bastante explosivo, Martin vai lutar por um bom resultado num objetivo importante para a Wanty, já que tem patrocinadores na China e quer os pontos World Tour.

Diego Rosa apareceu, mais uma vez, no Outono e nas clássicas italianas. O transalpino fez boas exibições em prol dos seus líderes e, mesmo assim, acabava em lugares honrosos. Com alguma explosão, um final adequado a Rosa, que vai tentar manter o título na Team INEOS.



O também italiano Davide Villella fez um último mês excelente, tendo sido 2º na CRO Race e 7º na Gran Piemonte. Villella está de partida da Astana e está motivado, ele que costuma andar sempre bem nesta altura do ano, basta ver os seus resultados na Lombardia e na Japan Cup. Um trepador não muito explosivo mas que é um dos melhores presentes.

 

Possíveis surpresas

Será esta uma das provas em que Jonathan Hivert aparece ao seu nível? Um dos mais instáveis ciclistas no pelotão tanto acaba uma prova em último como consegue bater os melhores do mundo. Um puncheur incrível que tem uma chegada perfeita para si. Dentro da Total Direct Energie, também há que destacar Lilian Calmejane, mais um corredor que se adapta que nem uma luva a esta prova. Daniel Martinez teve a segunda metade da temporada estraga por uma lesão mas aos poucos parece regressar ao nível do início de 2019. Se estiver motivado, o colombiano tem na China uma prova para mostrar aos responsáveis da EF Education First que podem contar com ele. Várias equipas têm mais que uma opção. É o caso da Wanty-Groupe Gobert que também traz Odd Christian Eiking, ele que está melhor que nunca depois de ter particiado no Tour. Jhonatan Narvaez é a alternativa na INEOS, um bom puncheur, como se viu na Vuelta a Burgos, em chegada duras como a da etapa 4. Por fim, queríamos destacar o jovem Alexandr Riabuschenko, um corredor que desde Agosto está a conseguir resultados interessantes em provas duras. Atenção, ainda, a Antwan Tolhoek, Remi Cavagna, Gino Mader e Maximilian Schachmann.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Martjin Tusveld e Steff Cras.



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