A prova chinesa fecha a temporada de ciclismo em termos de World Tour. Esta é uma competição onde vários ciclistas se vão despedir das suas equipas, querendo fazê-lo da melhor maneira possível.

 

Percurso

Etapa 1

O Tour de Guangxi começa com uma curta jornada de 136 quilómetros em Beihai, feita num circuito a ser percorrido por 3 vezes. Uma pequena subida a meio do circuito (1,5 kms a 4,7%) deverá servir apenas para coroar o primeiro rei da montanha num dia perfeito para os sprinters.




Etapa 2

A 2ª tirada liga Beihai a Qinzhou, um dia sem dificuldades, onde os sprinters devem voltar a discutir a vitória. Mais uma vez, o final é feito em circuito, a ser ultrapassado por 3 vezes.

 

Etapa 3

Naning recebe a terceira etapa, mais uma em circuito, esta com um total de 5 voltas perfazendo 135 quilómetros. Este é um circuito marcado por uma curta colina de 1400 metros a 11,6% (primeiros 600 metros a 13,3% e derradeiros 400 metros a 14,3%) ao quilómetro 4. Na última passagem, restam cerca de 20 quilómetros para o final.

 

Etapa 4

A única chegada em alto aparece ao 4º dia, num total de 162 quilómetros com chegada a Nongla Scenic Area. Praticamente 159 quilómetros planos até ao muro final. São 3300 metros a 6,6%. Uma etapa perfeita para trepadores explosivos.

 

Etapa 5

A penúltima tirada é aquela que tem mais desnível positivo, mais de 1800 metros, com 3 contagens de montanha, uma de 3ª categoria, uma de 2ª categoria (5 kms a 3,3%) e uma de 1ª categoria (4,5 kms a 4,6%), sendo estas duas últimas montanha separadas por poucos quilómetros. Esta última subida termina a 35 quilómetros da meta e, com alguma dureza já para trás, poderá afastar a grande maioria dos homens rápidos da vitória.




Etapa 6

Para terminar a prova chinesa, temos uma ligação de 169 quilómetros em torno de Guilin. Após 113 quilómetros planos aparecem 2 subidas, 1 de 2ª categoria (2,7 kms a 5%) e outra de 1ª categoria (4,2 kms a 4,6%), estando esta última ainda a 41 kms da meta. A partir daqui o terreno torna-se muito rápido no regresso a Guilin.

 

Táticas

Apesar das etapas 3, 5 e 6 terem algumas dificuldades, é difícil ver outro cenário no qual a classificação geral não seja decidida na chegada em alto do 4º dia. Até se podia dar o caso da corrida ficar partida, com o líder da classificação isolado, no entanto os blocos não são assim tão forte e há muitas equipas com sprinters, pelo que dificilmente esse cenário vai acontecer. Sendo assim, o vencedor deverá ser um trepador explosivo que ainda está motivado e fresco nesta altura da temporada.

 

Favoritos

Matteo Jorgensen abriu a temporada a ganhar, porque não pensar que irá terminar a vencer? O norte-americano despede-se da Movistar e quererá fazê-lo da melhor maneira possível. A chegada da 4ª etapa é perfeita para Jorgenson, um corredor algo explosivo. Neste final de temporada está longe de conseguir os melhores resultados, mas tem aparecido a espaços.



Um ciclista que tem esta prova como objetivo é Tim Wellens. Vencedor em 20017, o belga já conhece estas estradas e onde pode fazer diferenças. Motivado para aproveitar as poucas oportunidades de liderança que lhe são dadas, Wellens vai querer acabar a temporada em grande e dar mais uma vitória à UAE Team Emirates.

 

Outsiders

Rigoberto Uran pode aproveitar esta prova para reaparecer na elite. O experiente colombiano já não consegue um resultado de relevo desde junho, na Volta a Suíça, mas nas recentes clássicas italianas mostrou-se competitivo. Tem a experiência do seu lado e, para além disso um bloco forte. A EF Education tem estado ativa neste final de época, em busca de pontos.

Por falar em pontos, esta pode ser uma competição importante para a Arkea-Samsic e para Cristian Rodriguez. O espanhol já não compete desde a Vuelta, onde foi 13º, só que se viajou até à China tem que estar motivado. É uma grande oportunidade para conseguir um excelente resultado no World Tour. Longe de ser um ciclista explosivo, mas é um dos melhores trepadores.



Já ambientado ao clima e fuso horário chinês, Sebastian Berwick pode continuar os seus bons resultados. Vindo de ganhar uma chegada num final idêntico e ser 2º no Tour of Hainan, o jovem australiano tem que aproveitar estes fatores. É certo que a concorrência aqui é maior, no entanto estamos em final de época, as surpresas são maiores.

 

Possíveis surpresas

Já aqui falamos da forte equipa que a EF Education tem, a superioridade numérica pode ser importante. Noutros tempos, esta era uma prova ideal para Esteban Chaves que, a espaços, ainda mostra alguma da sua qualidade. Dos três trepadores, Hugh Carthy é o que terá mais dificuldades, é muito pouco explosivo. Oscar Onley tem uma prova perfeita para as suas características, o problema é que o britânico está a regressar de uma fratura de clavícula. Já competiu desde aí, isso é importante, se estiver bem é um dos grandes favoritos. Ivan Ramiro Sosa é uma autêntica caixinha de surpresas, nunca sabemos o nível que vai apresentar. Tem andado desparecido, o que pode significar que irá aparecer bem na China, apesar de ser uma prova que não o favorece. Terminou o ano passado forte e pode aproveitar a marcação a Matteo Jorgenson. Quem também pode aproveitar a marcação é Felix Grosschartner, o austríaco tem feito uma excelente segunda metade de temporada. No final da temporada, as surpresas são maiores e podem aparecer ciclistas que poucos esperamos, e, nessa categoria apontamos Rainer Kepplinger, Jesus David Peña e Yannis Voisard. Entre os sprinters, Arnaud de Lie é ciclista capaz de uma pequeno surpresa. O belga chega em grande forma e pode conseguir muitas bonificações nas 5 etapas restantes. Tudo vai depender de como se defende na chegada em alto. Em boa forma, esta também era uma boa prova para Ethan Hayter.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Oscar Rodriguez e Remy Rochas.

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