Uma prova que não recebe assim tanta atenção, mas que tem um percurso interessante e uma lista de participantes com alguns nomes bem sonantes e que costuma ser bastante agradável de acompanhar.

 

Percurso

Etapa 1

Jornada inaugural é favorável aos homens rápidos, a expectativa é de um sprint em pelotão compacto, mas o quilómetro final tem uma inclinação média de 2,6%, o que abre o apetite a mais corredores.





Etapa 2

Um dos pontos decisivos desta competição vem logo ao segundo dia, com a dura chegada a Qurayat, desta vez com uma primeira passagem por esta subida durante a etapa. É uma montanha que se torna bem mais longa do que parece, tem 500 metros a 10,6% e depois mais 500 metros a 10,4% antes da meta, perfazendo uma média de 2,6 kms a 7,2%. Ganhou aqui Anthon Charmig no ano passado, é uma subida para aqueles trepadores leves e explosivos.

 

Etapa 3

A grande novidades do percurso deste ano, um final em Jabal Haat, uma subida com 4,6 kms a 7,7%, que é o ponto alto de uma etapa plana onde apenas o vento é perigoso. A parte mais dura desta montanha são os últimos 1600 metros, o que promete muitas diferenças, com rampas constantemente acima dos 10%.

 

Etapa 4

4 colinas dentro dos 15 quilómetros finais vão animar uma longa ligação com mais de 200 kms, noutra das novidades do traçado. A sequência de subidas começa com 1,2 kms a 4,3%, segue-se 3,2 kms a 5,4%, depois há 0,8 kms a 4,9% e o final coincide com 1,7 kms a 5,9%. As inclinações enganam novamente nestas subidas de estrada larga, promete ser um final animado e com algum jogo táctico.



Etapa 5

Aí está a famosa Green Mountain, o inferno para muitos corredores com um perfil de 5,7 kms a 10%, uma das montanhas mais duras do calendário internacional. Ganhou aqui em 2022 o checo Jan Hirt e o 6º já chegou a … mais de 1 minuto.

 

Tácticas

A menos que haja um vento lateral terrível na fase inicial de uma etapa este é um percurso para puros trepadores, com 3 chegadas em alto bem inclinadas. E como as subidas são tão inclinadas deve formar-se um grupo de elite desde cedo e em corridas deste género ter um bloco forte e sólido não tem uma influência assim tão grande, a estrada coloca cada um no seu lugar sem grande lugar a jogo táctico.

 

Favoritos

Jan Hirt – Vencedor de 2022 e talvez o melhor puro trepador que está aqui, alguém que adora esforços longos como a Green Mountain e que já vem com ritmo da Argentina, onde ajudou Remco Evenepoel. A vitória dele em 2022 foi algo surpreendente porque normalmente começa as temporadas mais discretamente e aparece mais depois de Abril.

Louis Meintjes – É um corredor um pouco à imagem de Hirt, que tem por hábito destacar-se na segunda metade do ano e que em Maiorca não deu boas indicações. Só que aqui não só é o líder de uma equipa que está claramente na mó de cima, como em Oman as condições são muito mais do seu agrado do que em Maiorca. O sul-africano prefere o calor e gosta muito mais de chegadas em alto, algo que terá claramente aqui. Tem muitas debilidades no vento lateral, vai precisar da ajuda da equipa nestas condições e os outros podem claramente preparar uma emboscada à Wanty nestas condições.

 

Outsiders

Cian Uijtdebroeks – Por vezes grandes talentos começam a ganhar força em corridas destas e estamos a falar de um jovem trepador de 19 anos que no ano passado ganhou a Volta a França do Futuro. Vem com algum ritmo de Maiorca e em 2022 já deu boas indicações em corridas como a Volta a Noruega e o Sibiu Tour, muito cuidado com ele.

Alexey Lutsenko – Tem um histórico incrível nesta corrida, venceu-a em 2018 e 2019 e conhece muito bem estas estradas. Com as saídas de Nibali e Lopez é agora o grande líder desta estrutura e tem de começar a mostrar serviço. Lutsenko está transformado muito mais num voltista e corredor para 1 semana do que no ciclista de clássicas que todos achavam que ia ser quando aparece no panorama internacional. A Astana reconhece as suas debilidades e sabe que pontuar em corridas destas é crucial tendo em conta o plantel que tem.



Davide Formolo – É dos ciclistas que está comprovadamente em melhor forma, depois do 2º posto no Saudi Tour. Nas subidas mostrou estar ao nível de Buitrago e Ruben Guerreiro e é alguém que apesar de não ser um puro trepador adora as pendentes mais inclinadas e está inserido numa equipa com bons trepadores, que o podem ajudar com a melhor colocação e a estar relativamente protegido.

 

Possíveis surpresas

Fausto Masnada – Vencedor de uma etapa aqui no ano passado e 2º na geral apenas atrás do agora colega Jan Hirt. O italiano tem vindo a perder algum protagonismo dentro da Quick-Step e sabe que esta será das poucas oportunidades para liderar a formação belga, mesmo apesar de alguma oposição interna. Até costuma abrir bem as temporadas e achamos que a concorrência até estará mais atenta a Jan Hirt e podem dar-lhe alguma liberdade, o facto de conhecer bem estas subidas vai ajudá-lo.

Emanuel Buchmann – Acreditamos que não será ele o único líder e que vem aqui mais para ganhar ritmo do que focado num resultado, esta não é uma corrida com uma visibilidade assim tão grande e será uma boa chance para Uijtdebroeks.

Mauri Vansevenant – Mais uma opção dentro da Quick-Step, um corredor que tarda em confirmar todo o seu potencial. Pelos seus desempenhos recentes parece mais focado nas clássicas, onde se tem destacado mais, ainda assim é um nome a ter em conta.

Ivan Sosa – A Movistar quer continuar o seu bom início de época e se retirou Ruben Guerreiro desta corrida é porque confia que Ivan Sosa conseguirá fazer um bom resultado. O terreno montanhoso é propício para o colombiano, ainda que ele prefira subidas mais longas e menos inclinadas. É um ciclista muito inconsistente e frágil nos ventos laterais.

Maxim van Gils e Sylvain Moniquet – As 2 hipóteses da Lotto para esta corrida, ambos jovens, com 23 e 25 anos respectivamente e ambos já deram boas indicações no passado, com bons resultados em provas deste género. Agora com menos pressão do que em 2022, a Lotto parece renovada para melhor.



Jesus Herrada – Um nome bastante sonante mas que está longe de ser um puro trepador, poderá ter uma atitude ofensiva, mas mesmo o top 5 vai ser complicado.

Carlos Verona – A Movistar está a mostrar quer ter vários corredores entre os melhores nas corridas em que participa, foi assim no Saudi Tour e nas etapas em Valência. O espanhol já teve grandes desempenhos na montanha, é perfeitamente capaz de fazer top 10/15 nas corridas World Tour e não seria uma surpresa completa fazer pódio, é muito consistente ao contrário de Sosa.

Niklas Eg – Uma grande incógnita e que a espaços em 2022 foi mostrando ter capacidade para fazer top 10 neste tipo de corridas, a Uno-x é daquelas equipas capazes de potenciar cada oportunidade.

Cristian Rodriguez – Uma das contratações da Arkea-Samsic, que escolheu o espanhol de 27 anos precisamente pela garantia de top 10 neste tipo de corridas, mais do que isso perante esta concorrência seria uma surpresa.

Rein Taaramae – Deve estar ao serviço de Meintjes, mas é uma verdadeira caixinha de surpresas e parece que toda a equipa da Wanty está a voar neste início de época.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Ryan Gibbons e Abner Gonzalez.

 

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