Está aí o World Tour! O pelotão tem uma última paragem pelo Médio Oriente com a visita aos Emirados Árabes Unidos. Espera-se uma semana de bom ciclismo, com João Almeida a fazer a estreia em 2022.
Percurso
Etapa 1
Uma etapa plana para começar o UAE Tour, até aí não é novidade nenhuma. A localidade de Madinat Zayed acolhe a jornada inaugural que vai consagrar o primeiro líder, numa chegada que poucos ou nenhuns conhecerão.
Etapa 2
Novo dia no deserto, desta vez em estradas mais expostas e junto ao mar, com final em Abu Dhabi. Sem dificuldades topográficas, devido ao vento pode animar.
Etapa 3
Ajman será palco de um contra-relógio individual de 9000 metros, num traçado de ida e volta, onde não faltarão referências. Com longas rectas é para os grandes motores.
Etapa 4
Aí está o momento que muitos esperavam, a chegada da alta montanha, com o final em Jebel Jais, uma subida que oficialmente tem 18,8 kms a 5,7%. É uma ascensão muito regular e que tem 2 quilómetros a 7% já perto da meta, onde muito provavelmente vão acontecer ataques. A Jumbo-Visma saiu vitoriosa nos últimos 2 finais aqui, Primoz Roglic em 2019 e Jonas Vingegaard em 2021.
Etapa 5
Voltam os sprinters a ter mais uma oportunidade para sorrir em Al Marjan, o mesmo final que viu Sam Bennett triunfar em 2021.
Etapa 6
Nova jornada plana, com o final na Expo 2020 Dubai, infelizmente a orografia acessível faz com que sejam etapas monótonas se não houver vento lateral.
Etapa 7
Com um contra-relógio individual pequeno e a subida de Jebel Jais que não costuma fazer diferenças enormes, a organização tentou acrescentar emoção e ciclismo de ataque ao colocar Jebel Hafeet no último dia, uma ascensão com muito potencial de diferenças. São 10900 metros a 6,7%, em que nos últimos 3 kms a % baixa muto. O quilómetro a meio da subida a 11% costuma causar estragos.
Táticas
A organização decidiu manter o pequeno contra-relógio para dar mais emoção à classificação geral. Logo aí serão feitas as primeiras diferenças antes das duas chegadas em alto a Jebel Jais e Jebel Hafeet, duas subidas que têm mostrado que não se fazem grandes diferenças. Muitos corredores fazem a sua estreia em 2022, não se sabe o estado da sua forma física, no entanto para alguns deles este é já um objetivo.
Favoritos
Tadej Pogacar parte para a nova temporada e a abrir tem logo um grande objetivo, a corrida da casa para a UAE Team Emirates. O esloveno esteve infetado recentemente, no entanto se está em competição, é porque está pronto para defender o título. Conhece muito bem este terreno, deve ter feito uma preparação específica.
Um ano depois, o duelo com Adam Yates deve voltar a repetir-se. O britânico é um perigo em provas de uma semana, é onde tem os seus grandes resultados, e o tipo de subidas que tem pela frente esta semana são ideais para si. Detém o recorde de Jebel Hafeet, precisamente no ano em que derrotou Pogacar.
Outsiders
João Almeida estreia-se pela UAE Team Emirates, como já referimos, numa corrida importante para a equipa. A expectativa para ver o português em ação é muita, sempre nos habituou a andar muito bem durante todo o ano. O facto de ter Pogacar na equipa poderá retirar-lhe alguma pressão e a superioridade numérica pode ser fundamental para atacarem à vez.
Um dos ciclistas que já conta com um triunfo em gerais em 2022 é Aleksandr Vlasov. O ciclista russo sabe que é nestas provas que tem que se mostrar para ganhar um lugar importante dentro da Bora-Hansgrohe. Se tiver mantido, ou até melhorado, a forma da Volta à Comunidade Valenciana é um perigo.
Gino Mader faz a sua estreia em 2022, depois de um final de temporada transata fabuloso. Todos sabíamos da sua qualidade, mas revelou-se em grande na Vuelta, onde terminou em 5º. É um ciclista combativo, não tem medo de atacar e, apesar de tudo, poderá ter alguma liberdade.
Possíveis surpresas
Tom Dumoulin tem em 2022 um ano importante, novamente uma época completa e com o Giro como grande objetivo. O neerlandês não competirá muito, pelo que é de esperar que apareça bem nas provas em que esteja presente. Romain Bardet parece ter-se adaptado bem à Team DSM, voltou a ser um ciclista combativo, com bons resultados na montanha. Perderá algum tempo no contra-relógio, o que lhe dará uma pequena liberdade nas chegadas em alto. Vindo de vencer o Tour of Oman, Jan Hirt é um nome que tem que ser tido em conta. O checo dominou a subir, é certo que a concorrência não era a mesma, mas o seu nível foi muito alto. Fausto Masnada foi o seu principal rival, quebrou na única chegada em alto, no entanto acreditamos que tenha sido apenas um dia mau. Dentro da Bahrain-Victorious, nunca podemos descartar Pello Bilbao, corredor muito completo e discreto, mas que, quando está bem, anda com os melhores. David de la Cruz, Antwan Tolhoek, Oscar Rodriguez e Jai Hindley são nomes que têm que ser mencionados, como possíveis ciclistas a ingressar nos primeiros lugares.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Rein Taaramae e Antonio Tiberi.