Dia de muito ciclismo com o começo da semana final do Giro e a primeira etapa da Vuelta, logo com uma chegada em alto! Quem serão os vencedores de amanhã?
Antevisão da 16ª etapa do Giro
Percurso
A semana final do Giro d’Itália começa com uma maratona de 229,5 quilómetros entre Udine e San Daniele del Friuli. Um dia com mais de 4000 metros de desnível acumulado positivo, e sem a verdadeira alta montanha!
Logo a abrir, ao quilómetro 18, está a Madonnina del Domm (10.1 kms a 7,4%), sendo que, ainda nos primeiros 100 kms está o Monte Spig (4.7 kms a 8,3%). A meio da etapa surge Monteaperta (3.3 Km at 7,6%), sendo que nos 30 quilómetros que se seguem o pelotão faz a sua primeira passagem pela meta.
Aí, começa o circuito final, a ser percorrido por 3 vezes, tendo um total de 30 quilómetros. Aqui, destaca-se a subida ao Monte di Ragogna (3 kms a 8,9%), escalada que termina a 10 quilómetros da chegada. O final também não é fácil, com o último quilómetro a 6% e os derradeiros 200 metros a 7,9%.
Tácticas
Os primeiros 18 kms não serão o suficiente para formar a fuga, que se decidirá em Madonina del Domm, uma subida muito complicada. Será uma ascensão efectuada a full gas e como no dia seguinte ao descanso muitas vezes há surpresas. Se nenhum dos favoritos ceder o mais provável é que se forme uma forte fuga que vingue, se alguém importante para a geral mostrar debilidades, temos os ingredientes perfeitas para uma jornada épica. A fuga é o cenário mais provável porque há alguma distância e terreno para recuperar entre subidas, a etapa é muito longe e há chegada em alto amanhã. Não quer dizer que nas últimas 2 ascensões não haja luta e ataques entre os favoritos.
Favoritos
Sergio Samitier tem andado muito bem, principalmente quando as subidas têm estas características. Não é muito experiente e vai precisar de pelo menos 1 companheiro na fuga, estando a 20 minutos já está longe o suficiente para não ser um perigo para a geral.
Attila Valter terá plena liberdade para integrar a escapada, é um bom trepador para conseguir lá estar e a CCC não tem um líder para a geral. O húngaro tem parecido em claro crescimento e pode conseguir aqui a maior vitória da carreira.
Outsiders
Um longo dia de 230 kms de sobe e desce? Isso é música para os ouvidos de Thomas de Gendt, que está em boa forma como comprovou no contra-relógio. O problema hoje em dia é que todos se tentam aproveitar da vontade e da combatividade do belga.
Em Roccaraso, Larry Warbasse não esteve nada mal, e na última jornada de montanha voltou a dar boas indicações, o norte-americano é um trepador interessante que provavelmente até terá companheiros na fuga.
3 kms a 9% ainda está perfeitamente no raio de acção de Ruben Guerreiro e o ciclista português precisa de integrar a escapada pois estão em jogo bastantes pontos para a classificação da montanha. Isso poderá jogar contra ele, pois pode ter de sprintar algumas vezes.
Possíveis surpresas
Com estas pendentes entre os favoritos só estamos a ver 4 nomes que se podem destacar: Patrick Konrad e Tao Hart pelo momento de forma e estarem ainda relativamente longe da liderança, João Almeida e Wilco Kelderman pelo poderio físico puro que têm demonstrado nestes esforços de 10 minutos. Já com a sua vitória de etapa no bolso, Ruben Guerreiro amanhã até pode ajudar Tanel Kangert a conquistar um triunfo, enquanto Ben O’Connor certamente quererá ter liberdade para atacar. Diego Ulissi e Fabio Felline são sempre nomes a ter em conta se sobreviverem a toda esta dureza, enquanto Victor de la Parte e Aurelien Paret Peintre são novamente 2 opções bem válidas. Olho ainda em Mark Padun, Einer Rubio e Sander Armee.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Davide Villella e Ilnur Zakarin.
Antevisão da 1ª etapa da Vuelta
Percurso
O País Basco acolhe a partida de mais uma Vuelta numa edição que começa com uma chegada em alto! Irun é o ponto de partida, com chegada ao Santuário de Nossa Senhora de Arrate.
Após duas terceiras categorias, tudo se deve começar a selecionar no Alto de Elgeta (4.6 kms a 7,7%). Rapidamente os ciclistas vão chegar à subida para o Alto de Arrate (5 kms a 8,5%). Uma escalada clássica da Volta ao País Basco que termina à entrada do quilómetro final, sendo este feito em descida.
Tácticas
É muito raro na 1ª etapa das Grandes Voltas haver logo montanha e ser um trepador a ter a oportunidade de envergar o símbolo de liderança. O início de etapa é fácil e torna também mais fácil a vida das equipas que queiram controlar a etapa, provavelmente os maiores favoritos à partida como a Ineos, a Jumbo-Visma ou a Astana.
Favoritos
Richard Carapaz terminou o Tour em grande e quer aqui continuar essa tendência, sendo que para isso terá a liderança da equipa. O equatoriano não precisa de muito tempo para aquecer os motores, já ganhou anteriormente na primeira semana de Grandes Voltas.
Primoz Roglic tem aqui uma subida mesmo ao seu jeito, o esloveno sabe que podem não ter energia para resistir à dureza da Vuelta e tem de aproveitar bem as oportunidades que tiver. É explosivo para fazer algumas diferenças.
Outsiders
Se estiver a 100%, já recuperado dos problemas que o afectaram no Giro, é provável que Aleksandr Vlasov esteja ao ataque. O russo tem uma boa mudança de velocidade, é inconformado e tem uma equipa que o pode levar tranquilo até Arrate.
Uma subida de 5 kms está praticamente no limite para a capacidade de Alejandro Valverde hoje em dia, mas se a ascensão não for endurecida desde o sopé o espanhol pode levar a camisola de líder para a Movista graças ao seu conhecimento deste final e boa explosão.
Tendo em conta o que trabalhou e mostrou no Tour, uma camisola de líder numa Grande Volta seria um prémio merecido para Sepp Kuss e o norte-americano tem pernas para isso. A questão é se a Jumbo-Visma dará liberdade a Kuss para atacar.
Possíveis surpresas
Já não seria a primeira vez que víamos um Esteban Chaves a brilhar na 1ª etapa de uma Grande Volta, será que o colombiano está de regresso ao seu melhor numa prova que tanto gosta? Dan Martin está em clara subida de forma e este final até lhe agrada, apesar de preferir pendentes ainda mais inclinadas. Existe uma grande interrogação sobre Thibaut Pinot, o francês disse que viria para ajudar Gaudu, mas com este perfil é impossível não pensar nele. A EF Education First está muito motivada com os recentes sucessos e tanto Daniel Martinez como Michael Woods podem perfeitamente ganhar e têm as suas aspirações intactas. A Movistar pode perfeitamente arriscar e guardar Valverde para o final, têm Marc Soler e Enric Mas também. Obviamente Tom Dumoulin também não pode ser descartado, mas temos a sensação de que o holandês irá de menos a mais nesta Vuelta. Olho ainda em Ion Izagirre, David de la Cruz e Kenny Elissonde para um ataque um pouco mais de longe.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Ilan van Wilder e Guillaume Martin