O Giro terá a primeira chegada em alto da última semana, em mais um teste para João Almeida. Na Vuelta, a montanha não para e os favoritos vão ter que estar, novamente, bem atentos.

 

Antevisão da 17ª etapa do Giro

 

Percurso

Que monstruosidade! 204,3 quilómetros com 4 subidas de larga quilometragem, num total de 5650 metros de desnível acumulado positivo. Brutal!



Após 40 quilómetros relativamente planos surge o primeiro “monstro do dia”, Forcella Valbona (21.4 kms a 6,7%), uma subida muito regular. Depois de uma longa descida e uma pequena fase de plano surge o Monte Bondone (20.5 kms a 6,6%), uma escalada feita em duas fases, com os primeiros 7500 metros a 7,5%, seguindo-se 4 kms quase planos, antes de uns diabólicos 8000 metros a 8,3%.

O Passo Durone (10.6 kms a 5,8%) fica a 35 quilómetros do fim e, a partir daqui, os ciclistas começam a subir, ligeiramente, até aos derradeiros 11,9 kms, altura em que começa a escalada para Madonna di Campiglio (11.9 kms a 5,8%). O miolo da subida é o mais duro sempre a rondar os 7-8%, sendo os últimos 3 quilómetros relativamente fáceis.

 

Táticas

Hoje foi um dos dias mais fáceis da semana final do Giro e, de fácil, a etapa de hoje pouco ou nada tinha. Faltam 3 dias de alta montanha e o primeiro é já amanhã. Vários ciclistas têm que recuperar muito tempo, como ainda há espaço de manobra, e como as subidas mais duras de amanhã ficam longe do final, não vemos ataques a acontecerem bastante cedo. As três primeiras subidas serão feitas a ritmo, endurecendo a corrida. Team Sunweb e INEOS Grenadiers devem tomar conta do pelotão mas, se uma fuga numerosa se formar, a vitória também pode surgir daí, se ninguém for perigoso para a camisola rosa.



 

Favoritos

A facilidade de Tao Geoghegan Hart no passado domingo foi algo notório. Sempre no controlo, o britânico aproveitou o trabalho da Sunweb para conquistar o triunfo. Agora, é um sério perigo na geral, está mais marcado mas com a forma que tem apresentado por conquistar nova vitória, quer seja com um ataque, quer esperando pelo sprint num pequeno grupo.

Wilco Kelderman tem, em seu redor, o melhor coletivo deste Giro. Sam Oomen e Jai Hindley são as últimas peças da carruagem de um comboio muito forte. Não acreditamos no ataque do holandês, só se sentir os seus rivais em grandes dificuldades, pensamos mais que vai esperar pelo final e aproveitar o seu forte sprint.

 

Outsiders

João Almeida mostrou garra e determinação na chegada de hoje. A melhor defesa é o ataque e foi isso que o português colocou em prática. A subida final é ideal para si, não é muito íngreme, e o final é perfeito, rampas suaves, para o camisola rosa sprintar para, quem sabe, a vitória.



Tanel Kangert está a ir de menos a mais e tem já muita experiência nestas andanças. O estónio sabe o que é preciso para render na 3ª semana, é um trepador de qualidade e, se numa primeira fase, poderá ajudar Ruben Guerreiro, depois poderá ter liberdade.

A CCC Team ainda procura a vitória e amanhã pode ser o dia de Ilnur Zakarin. É certo que há descidas pelo caminho, mas o final é em alto, e aí o russo não tem dificuldades. Quererá vencer, novamente, no Giro, algo que já fez por 2 vezes.

 

Possíveis surpresas

Aproveitando a marcação entre os grandes candidatos, Jai Hindley pode escapar para a vitória. Está muito perto, a liberdade é pouca, mas a condição física mostrada no domingo foi incrível. Vincenzo Nibali, Domenico Pozzovivo e Rafal Majka entram na sua praia, rendem mais na terceira semana, e, se, no geral, a etapa é bastante dura, o final é mais simples. Quem faz a dureza são os ciclistas pelo que um destes 3 pode, muito bem, vencer. Giovanni Visconti e Ruben Guerreiro devem estar, novamente, em fuga, na luta pela montanha, mas a etapa é dura para ambos. Victor de la Parte, Aurelien Paret-Peintre, Mark Padun, Attila Valter, Louis Meintjes e Sergio Samitier e Matthew Holmes são alternativas para a fuga.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Thomas de Gendt e Rohan Dennis.

 

Antevisão da 2ª etapa da Vuelta

 

Percurso

O pelotão continua pelo País Basco, em mais um dia com muita montanha. Novamente, duas contagens de montanha de terceira categoria situam-se na primeira metade da tirada (Puerto de Guirguillano e Puerto de Urbasa).

A 26 quilómetros do fim, o pelotão chega ao sopé da subida para o Alto de San Miguel de Aralar (9.5 kms a 7,9%). Chegados ao topo, ficam a faltar 16 quilómetros, sendo apenas os últimos 1500 metros em plano.

 

Táticas

Com uma chegada em alto logo ao 1º dia, os ciclistas a perderem tempo foram muitos. As diferenças são já grandes e muitos corredores podem já ter os olhos postos na fuga. Mesmo assim, acreditamos que a Jumbo-Visma vai querer controlar a corrida desde o início e preparar o terreno para mais uma possível vitória de Primoz Roglic.

 

Favoritos

Já aqui dissemos que a melhor defesa é o ataque por isso não se admirem de ver Primoz Roglic a levantar, pelo segundo dia consecutivo, os braços. O final é ideal para o campeão esloveno, tanto pode atacar a descer como vencer ao sprint num grupo restrito.



Felix Großschartner foi uma das surpresas do dia, chegando na frente. O austríaco tem uma oportunidade única de liderar uma equipa numa Grande Volta e quererá aproveitar. Se a subida for feita a ritmo, as possibilidades de aguentar são muitas. Em grupos restritos é bastante rápido.

 

Outsiders

Richard Carapaz mostrou estar pronto para a luta. O equatoriano esteve muito forte hoje, respondeu aos ataques de Sepp Kuss e terminou em 2º. Quererá uma subida bastante endurecida por parte da sua equipa para depois puder atacar. Não é lento, mas contra os rivais presentes, terá que chegar sozinho.

A Astana foi uma das equipas derrotadas do dia e, a partir de agora, a sua estratégia tem que mudar. A correr em casa, Gorka Izagirre tem uma etapa ao seu jeito. O basco chegou no 2º grupo de hoje, está bem fisicamente. Esperará uma subida feita a ritmo para depois arriscar na descida e concluir com o sua forte ponta final.



Esteban Chaves chegou com os melhores hoje, mostrando que ainda tem qualidade. Nas primeiras etapas, o colombiano costuma estar sempre na luta e, amanhã, não deverá ser exceção. Rápido em grupos restritos, Chavito pode voltar às grandes glórias, numa prova onde se mostrou ao mundo do ciclismo.

 

Possíveis surpresas

Alejandro Valverde terá que sofrer muito para aguentar a subida com os melhores, mas fará de tudo para o fazer pois sabe que, no final, será um dos mais rápidos. Andrea Bagioli foi uma das boas surpresas do dia, subiu muito bem mas amanhã poderá ser mais complicado, numa subida muito mais longa para as suas características. Se chegar na frente é forte candidato, ele que já derrotou Roglic ao sprint. Davide Formolo e David de la Cruz são duas cartas fortes na UAE Team Emirates, sendo que Dan Martin e Enric Mas tentarão não perder tempo e aproveitar qualquer oportunidade que surja. Com tantas opções, Sepp Kuss, Tom Dumoulin e George Bennett são ciclistas a considerar dentro da Jumbo-Visma. Por fim, olho em Matej Mohoric. Na teoria a etapa é dura demais para si, mas sabendo da sua qualidade como descedor, o esloveno fará de tudo para perder pouco tempo para o grupo dos favoritos. Sabe como e quando atacar, e tem uma boa ponta final.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Mattia Cattaneo e Simon Geschke.

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