Festival de montanha amanhã! Se o Giro apresenta mais uma dura batalha, a etapa rainha desta prova, a Vuelta continua igual a si própria e com mais uma chegada em alto.
Antevisão da 18ª etapa do Giro
Percurso
Se hoje já foi duro então o que dizer de amanhã? 208 quilómetros com 4 subidas e 5847 metros de desnível acumulado positivo. Partida em Pinzolo e chegada a Laghi di Cancano.
O dia abre logo com a subida de Campo Carlo Magno (14.2 kms a 5,8%). Depois da descida surgem 6400 metros a 5,2% que servem de aquecimento para Passo Castrin/Hofmandjoch (8.6 kms a 9%).
Os 80 quilómetros que se seguem são a parte mais fácil de toda a etapa, sendo feitos num vale e que leva os ciclistas ao icónico Passo del Stelvio (24.8 kms a 7,4%). No topo ficam a faltar pouco mais de 30 quilómetros, sendo 27 deles muito rápidos, até à subida para Torri di Fraele (9 kms a 6,9%). A subida acaba a 1700 metros do final, sendo estes totalmente planos.
Táticas
Amanhã é o tudo ou nada! Com a modificação da etapa 20 para um percurso mais acessível, quem quiser recuperar tempo vai ter que o fazer, essencialmente, amanhã. Vincenzo Nibali, Rafal Majka e Tao Geoghegan Hart são os nomes que são à vista, sem nunca esquecer Wilco Kelderman, que quererá assaltar a camisola rosa de João Almeida.
Acreditamos numa corrida agressiva, principalmente no Stelvio, o que pode abrir uma pequena chance para a fuga.
Favoritos
Quem não se lembra da recuperação épica de Vincenzo Nibali no Giro 2016? O Tubarão de Messina não tem nada a perder, aponta sempre à terceira semana das Grandes Voltas e esta é uma etapa à sua medida. Atacará cedo e quererá aproveitar o máximo a descida do Stelvio.
Tao Geoghegan Hart está com uma pedalada muito fácil. Quem diria que poderia ser o britânico a dar o Giro d’Itália à INEOS. Já com uma vitória no bolso e muito perto na geral, a liberdade será pouca mas a forma apresentada mostra que pode desenvencilhar-se de todos.
Outsiders
No meio do jogo tático, Jai Hindley pode ter uma oportunidade única. O australiano está em grande forma, é certo que terá que trabalhar para Wilco Kelderman mas também poderá ser usado para marcar outros ataques e aí escapar. Terá sempre desculpa para não trabalhar e, depois, fugir para o triunfo.
O seu companheiro Wilco Kelderman poderá fazer uma corrida diferente. O holandês está muito perto da rosa, pode só atacar na subida final e, mesmo não o fazendo, tem as bonificações, sempre importantes. Até agora, ainda não vimos sinais de fraqueza do holandês que pode estar às portas de um grande resultado.
Olhando para a fuga, voltamos a apontar o nome de Tanel Kangert. O estónio tem estado muito discreto, não é seu normal, pois costuma ser um ciclista muito ofensivo na 3ª semana. Trepador de enorme qualidade, poderá dar mais uma vitória à EF Pro Cycling.
Possíveis surpresas
Amanhã será o “Dia D” para João Almeida, o grande teste! O português vai ter pela frente um dia longo e subidas muito longas. O próprio já disse que fez o reconhecimento do Stelvio várias vezes o que pode ser importante para saber onde e como colocar o seu ritmo. Rafal Majka também costuma aparecer bem nas 3ª semanas, esta é uma etapa de alta montanha, ideal para o polaco se colocar ao ataque. Não tem nada a perder e tem o pódio ao seu alcance. Domenico Pozzovivo, Jakob Fuglsang e Pello Bilbao parecem em quebra e dificilmente estarão na luta. Para a fuga, Jonathan Castroviejo e Rohan Dennis são sérias cartas para a INEOS Grenadiers e Attila Valter pode ser a aposta da CCC Team. Atenção, ainda, a Sergio Samitier, Aurelien Paret-Peintre, Ilnur Zakarin e Ben O’Connor.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Patrick Konrad e Mark Padun.
Antevisão da 3ª etapa da Vuelta
Percurso
Terceiro dia e terceira etapa de montanha. Esta é a primeira verdadeira chegada em alto da competição espanhola.
Depois de 160 quilómetros relativamente fáceis, com apenas uma contagem de montanha de terceira categoria, tudo se vai decidir em La Laguna Negra de Vinuesa (6.5 kms a 6,7%), uma subida constante, onde os últimos 1500 metros são a 8,5%.
Táticas
A montanha não para na Vuelta! Hoje a luta pela fuga foi pouca, coma Jumbo-Visma e a Movistar a controlarem no pelotão. Estas duas equipas têm vantagem numérica por isso, acreditamos que vão querer aproveitar enquanto sabem que os seus ciclistas estão bem. A etapa é fácil de controlar por isso nova luta entre os favoritos é o cenário em que mais acreditamos.
Favoritos
Esta é uma subida ideal para Primoz Roglic. O esloveno dá-se bem com estas escaladas regulares e com um final bastante explosivo, onde coloca na estrada toda a sua potência. Terá que aproveitar enquanto está forte, para continuar a ganhar tempo.
O velho Dan Martin parece estar de volta. O irlandês está recuperado dos seus problemas físicos e tem pela frente uma subida perfeita para as suas características. Nunca foi um puro trepador mas subidas com esta extensão são do seu agrado. O final é explosivo, a lembrar os muros que tanto gosta.
Outsiders
Richard Carapaz tem estado muito ofensivo, atacando sempre que pode, no entanto ainda não conseguiu fazer diferenças. O equatoriano sabe como e quando tem de atacar, já venceu muitas vezes assim e não nos admirávamos de voltar a fazê-lo.
A Movistar está a ter uma atitude muito positiva o que motiva os seus ciclistas. Enric Mas prefere subidas longas mas na forma em que está não pode ser descartado. A sua equipa tem várias opções, o que pode ser bom para si.
Não acreditamos muito no sucesso de uma fuga mas se isso vier a acontecer apontamos o nome de Nans Peters. A AG2R La Mondiale está reduzida a 5 ciclistas após 2 dias e é o francês que pode dar uma alegria, um trepador competente. Peters sabe escolher bem as etapas, já venceu no Giro e no Tour, uma vitória aqui seria um ponto importante na sua carreira.
Possíveis surpresas
Nos seus tempos áureos, Alejandro Valverde tinha, aqui, uma subida ideal para si, não muito longa, regular e com um final explosivo. Os tempos são outros e o espanhol já perdeu alguma da sua explosão mas nunca pode ser descartado. Se Michael Woods estiver recuperado da sua queda de ontem, poderá estar na luta pela vitória, o canadiano adora estas subidas e vinha em forma. Sepp Kuss deverá ser, novamente, lançado cedo, mas não tem tido liberdade. Algum dia a corda pode roer, veremos se será amanhã. Andrea Bagioli e Felix Grosschartner têm boas características para esta etapa no entanto a subida final pode ser dura demais para ambos. Esteban Chaves e Hugh Carthy tentarão limitar perdas. Nomes como Alex Aranburu, Omar Fraile, Simon Geschke, Nick Schultz e Fernando Barceló são nomes a ter em atenção para uma fuga.
Super-jokers
Os nosso super-jokers são Luis Leon Sanchez e Davide Formolo.