Após a tempestade vem a bonança! Depois de várias jornadas de montanha consecutivas, os sprinters têm a oportunidade de brilhar não só no Giro mas também na Vuelta.

 

Antevisão da 19ª etapa do Giro

 

Percurso

Depois de muito sofrimento, os sprinters têm a última oportunidade para brilhar na chegada a Asti. O dia mais longo deste Giro, com 259,5 quilómetros é totalmente plano, apenas com algumas pequenas colinas mas que não afastarão os homens rápidos da luta.



Entre os 2500 metros e os 1500 metros para o fim existem 5 estreitamentos de estrada e, o quilómetro final também é tudo menos fácil, com duas curvas a 90 graus (primeiros para a esquerda e depois para a direita) quase em sequência, antes da reta da meta de 600 metros.

 

Táticas

Desde a 11ª etapa que os sprinters não têm uma oportunidade de lutar pela vitória por isso não acreditamos que, depois de todo o esforço para ultrapassar as montanhas, não aproveitar esta chegada. Uma coisa é certa, Arnaud Demare tem estado imbatível por isso podemos não ver outras equipas a juntar-se à Groupama-FDJ na perseguição, o que pode levar ao sucesso da fuga.

No Giro passado, Demare estava na mesma situação de agora: era líder por pontos e colocou a sua equipa a trabalhar o dia todo. No final, borrou a pintura, fez um sprint fraco e perdeu a camisola por pontos. Este dia pode, ainda, passar pela cabeça do campeão francês mas a sua forma este ano é muito melhor.

 

Favoritos

4 vitórias em 4 oportunidades dão a Arnaud Demare um domínio claro nos sprints do Giro. O campeão francês tem uma equipa inteiramente ao seu dispor, o que é sempre uma vantagem e o seu comboio tem mostrado ser o mais eficaz. Após sobreviver a tua montanha, Demare vai querer carimbar a conquista da maglia ciclamino com mais um triunfo e mostrar quem manda nos sprints.



Em 3 das 4 vitórias de Demare, Peter Sagan foi quem terminou em 2º. O eslovaco é um mestre no posicionamento, o que lhe vale sempre a roda do ciclista francês. Até agora, Demare ainda não falhou no entanto se isso acontecer Sagan estará à espreita. De notar que, o ciclista da Bora-Hansgrohe costuma acabar bem as Grandes Voltas.

 

Outsiders

Qual será a aposta da Deceuninck-QuickStep? Depois de muita montanha, Davide Ballerini deve ter melhores condições para fazer frente aos rivais, não se mostrando tão desgastado. O italiano deu um salto qualitativo enorme em 2020, conseguindo sprintar e derrotar os melhores do Mundo.

A Israel Start-Up Nation está a ter um final de ano muito positivo e porque não pensar em novo triunfo? Davide Cimolai deve ser a aposta principal da equipa, ele que preferiria uma chegada mais dura mas com já 18 etapas nas pernas conseguirá aproximar-se dos homens mais rápidos.



Já aqui referimos que existe a hipótese da fuga poder ter o seu sucesso e, neste cenário, apontamos o nome de Simon Pellaud. O suíço é um dos corredores mais combativos do pelotão, já esteve em fuga vários dias e deixa tudo na estrada.

 

Possíveis surpresas

A Cofidis tem em Elia Viviani e Simone Consonni duas boas opções para o sprint de amanhã. Se o primeiro tem sido uma enorme desilusão, o segundo, quando tem tido oportunidade, tem conseguido estar na luta, o que deixa os responsáveis da equipa com um dilema. Alvaro Hodeg é a alternativa da Deceuninck-QuickStep, é um sprinter mais puro, veremos como se senta depois de ter ultrapassada a montanha. Também a Israel Start-Up Nation tem em Rick Zabel uma séria alternativa. Giovanni Lonardi, Stefano Oldani e Ben Swift deverão intrometer-se no top-10. Josef Cerny, Mattia Bais e Marco Frapporti são alternativas para a fuga do dia.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jacopo Mosca e Nico Denz.



 

Antevisão da 4ª etapa da Vuelta

 

Percurso

Depois de muita montanha, ao 4º dia surge a primeira oportunidade para os sprinters. 191 quilómetros planos entre Garray e Ejea de los Caballeros.

Falando da chegada em si, a 1500 metros do fim os ciclistas invertem a sua marcha, dando uma volta a uma rotunda. Segue-se quase 1000 metros em linha reta antes de uma rotunda à direita a 600 metros do fim. Nova curva leva o pelotão aos últimos 400 metros e à reta da meta.

 

Táticas

Poucas são as oportunidades para os homens rápidos nesta Vuelta por isso, não vemos as suas equipas a desperdiçarem esta chance. Deceuninck-QuickStep, Bora-Hansgrohe e UAE Team Emirates deverão assumir o controlo do pelotão pois os seus sprinters chegam motivados e com bons resultados.



 

Favoritos

Após o sucesso no Tour, Sam Bennett tem os olhos postos na Vuelta e em mais vitórias. Sem o seu fiel companheiro Shane Archbold devido a doença, o irlandês conta, mesmo assim, com um dos melhores comboios, apoiado em Michael Morkov, Jannik Steimle e Zdenek Stybar. O final é bastante técnico, ideal para o comboio da Deceuninck-QuickSteo se colocar na frente.

Pascal Ackermann tem aqui um dos grandes objetivos da temporada. Estava definido para a Vuelta desde o início do ano por isso preparou-a com grande afinco. Muito forte no Tirreno-Adriático, não conseguiu vencer nas provas mais recentes pelo que quererá levantar os braços cedo para libertar a pressão. Rudiger Selig, Martin Laas e Michael Schwarzmann formam um comboio muito experiente.

 

Outsiders

Desde a retoma, Jasper Philipsen tem sido um dos sprinters mais regulares. Sempre na luta, o talentoso belga já derrotou os nomes que terá pela frente amanhã, o que lhe dá ainda mais motivação. Ainda jovem, terá o apoio dos gémeos Oliveira e de Alexandr Riabuschenko.



No passado mês de Setembro, Jakub Mareckzo conseguiu as primeiras vitórias na Europa em muito tempo. É certo que foi na Volta a Hungria, onde a concorrência não era a mais forte, mas a forma como o conseguiu foi brilhante. O italiano ainda corre por um contrato em 2021 pelo que só a vitória interessa.

Matteo Moschetti ainda está longe do que apresentou no início de 2020, a queda parece ainda não estar ultrapassada mas em condições normais é um dos principais candidatos, basta ver o que fez no início da temporada. Veremos como se apresenta o italiano da Trek-Segafredo que tem em Emils Liepins um bom lançador.

 

Possíveis surpresas

Jon Aberasturi preferiria um final mais duro no entanto a sua capacidade de posicionamento tem vindo a melhorar, pelo que, com alguma sorte pode conseguir um bom resultado. Todos os anos Tosh van der Sande aparece nos sprints da Vuelta, dificilmente ganha mas está sempre entre os primeiros. Magnus Cort saltou para a ribalta do sprint na Vuelta, desde lá muito mudou, mas este ano já sprintou por algumas vezes, algo que amanhã vemos como um cenário plausível. Os jovens Max Kanter e Dion Smith tentarão meter-se ao barulho um top-5 já seria muito bom para ambos. Carlos Barbero é mais um nome a ter em atenção.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Mihkel Raim e Lorrenzo Manzin.

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