A última etapa de montanha em Itália e a possibilidade da primeira fuga vitoriosa em Espanha são o menu de amanhã.
Antevisão da 20ª etapa do Giro
Percurso
Inicialmente prevista para ter o Colle dell’Agnelo e Col d’Izoard no menu, a RCS Sport viu-se obrigada a fazer um novo traçado para esta tirada devido a restrições relacionadas com o COVID-19 em França.
O final em Sestriere mantem-se sendo que esta subida será o palco central de todas as decisões, sendo ultrapassada por 3 vezes.
A partida continua em Alba, com 80 quilómetros planos. Seguem-se 36 em ligeira subida até se chegar ao sopé de Sestrire. A primeira passagem é feita por uma vertente diferente, por Perosa, numa escalada de 11 quilómetros a 6,1%.
A partir daqui, o sobe e desce é constante, com duas mais duas subidas seguidas a Sestriere, esta pela vertente de Cesena. Serão 6900 metros a 7,2%, com a penúltima passagem pelo topo a ficar a 27 quilómetros do fim.
Táticas
Dia D no Giro! A Team Sunweb parte com 1º e 2º da classificação geral pelo que correrá na defensiva e, por vontade da equipa alemã, a fuga chegará para roubar as bonificações a Tao Geoghegan Hart. Aqui entra a INEOS Grenadiers que deverá tomar conta da corrida e endurecer ao máximo esta.
Filippo Ganna e Salvatore Puccio na fase de plano e Ben Swift, Jonathan Castroviejo e Rohan Dennis quando a estrada começar a inclinar formam um bloco forte e capaz de destruir um pelotão inteiro. A forma como Dennis subiu o Stelvio foi algo digno de registo e se estiver ao mesmo nível, teremos espetáculo! Outra questão é qual será o plano da Team Sunweb. Esperará Jai Hindley por Wilco Kelderman se esteve estiver em dificuldades ou seguirá, novamente, o seu caminho?
Favoritos
Tao Geoghegan Hart tem uma oportunidade única na sua carreira, vencer uma Grande Volta! O jovem britânico está a voar nas montanhas italianas e conta com um bloco forte no seu apoio. Não será fácil deixar para trás os ciclistas da Team Sunweb mas se há corredor que o pode conseguir é Hart.
Jai Hindley tem mostado estar mais forte que o seu líder. No domingo rebentou um pelotão inteiro, ontem seguiu o ritmo da INEOS e venceu a etapa. O contra-relógio não é a sua arma predileta pelo que se quer ganhar o Giro terá que atacar no entanto, sabendo da posição de Kelderman deverá, somente, seguir a roda dos seus rivais, como fez na etapa 18.
Outsiders
Pello Bilbao está a surpreender pois, quando parecia em quebra acusando o desgaste do Tour, está a andar muito bem. Foi o mais rápido na subida final de ontem e, estando já algo longe da luta pelos primeiros lugares, poderá ter alguma liberdade.
É certo que Wilco Kelderman cedeu bastante depois de ter ficado para trás no Stelvio, no entanto pedalou mais de 1 hora sozinho e, mesmo assim, conseguiu defender-se nas montanhas transalpinas. A etapa de amanhã não é tão dura, a subida final adapta-se às suas características e, como se costuma dizer, a camisola rosa dá asas!
Se uma fuga tiver o seu sucesso Ben O’Connor é o nome a destacar. Já esteve em fuga 3 dias durante esta semana, foi 2º por uma vez, venceu outra e ontem foi o último a ser apanhado. O ciclista australiano está em grande forma, talvez na melhor da carreira e nova vitória é possível.
Possíveis surpresas
Ao contrário do que parecia indicar, também Jakob Fuglsang parece estar a acabar bem o Giro. Ontem fez a sua melhor etapa na competição e, não tem nada a perder. O pódio está longe, pelo que só a vitória em etapa interessa e, estando longe, pode ter alguma liberdade. Patrick Konrad tentará defender-se de toda a dureza, a subida final adapta-se às suas características. Sempre muito discreto, o austríaco tem acabado sempre entre os melhores. Veremos como se comporta João Almeida, ele que apesar de tudo realizou uma etapa 18 de enorme qualidade. Agora com algum atraso, e se tiver recuperado bem, pode estar na luta. Nunca podemos descartar Vincenzo Nibali de atacar de longe e conseguir vencer. Para a fuga, destacaríamos nomes como Brandon McNulty, Thomas de Gendt, Joe Dombrowski e Ilnur Zakarin.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Hermann Pernsteiner e Fausto Masnada.
Antevisão da 5ª etapa da Vuelta
Percurso
Etapa clássica da Vuelta a Espanha, com 184,5 quilómetros entre Huesca e Sabiñánigo. 110 quilómetros praticamente planos levam o pelotão à fase mais sinuosa da tirada com o Alto de Vio (13.3 kms a 4,6%) e o Alto de Fanlo (6.3 kms a 4,5%).
A 24 quilómetros do fim surge o Alto de Petralba (8.8 kms a 5.1%), que termina a 17 quilómetros do fim. A aproximação à chegada é feita a alta velocidade.
Táticas
Depois de 5 etapas onde o pelotão não deu hipóteses à fuga, amanhã o traçado é ideal para a escapada. Em primeiro lugar, as subidas não são duras o suficiente para os homens da geral atacarem e fazerem diferenças e em segundo lugar, o dia é duro demais para os sprinters.
A juntar a isto, a geral está reduzida a cada vez menos ciclistas o que dá liberdade a grande parte do pelotão de poder atacar e ter alguma margem por parte das equipas dos favoritos. Posto isto, esta é uma etapa com todas as condições para uma fuga chegar.
Favoritos
A Astana perdeu as suas opções para a geral logo ao primeiro dia pelo que as etapas são o seu foco. Aos 36 anos, Luis Leon Sanchez continua a ser um ciclista muito fiável neste tipo de tiradas. Passa bem as subidas, tem uma excelente ponta final e a sua forma parece ser boa, como mostrou com o ataque na etapa 2.
Magnus Cort é mais que um sprinter. Nos últimos anos, o dinamarquês transformou-se num corredor muito completo, que passa bem a montanha e, nos últimos tempos, tem reativo a sua veia de sprinter. Já venceu no Tour numa etapa ainda mais dura que esta.
Outsiders
A vitória no Giro pode motivar a equipa da NTT em Espanha e, aqui, Michael Valgren surge como a principal carta da formação sul-africana. Tem estado a ter um ano discreto, mas apareceu a nível razoável no Tour de Flandres e, com a sua qualidade, nunca se pode descartar.
Tim Wellens tenta salvar a sua temporada aqui, ele que até agora não conta com uma vitória na temporada. Uma lesão afastou-o do Tour e tem na Vuelta a última chance de sorrir. Já esteve em fuga nesta Vuelta, mostrou combatividade o que indica que está pronto para a luta. Sobe bem e tem uma boa ponta final.
Porque não pensar numa nova alegria para o ciclismo nacional? Rui Costa tem, aqui, uma etapa ao seu jeito, perdeu tempos nos últimos dias, talvez pensando neste dia, para ter alguma liberdade. Subidas não muito duras e não muito longas são a sua praia e, num grupo restrito é sempre perigoso.
Possíveis surpresas
Remi Cavagna não tem medo de atacar e fazer aventuras em solitário e esta é a etapa ideal para vermos o contra-relogista francês tentar a sua sorte. A Astana tem em Alex Aranburu e Omar Fraile duas fiáveis alternativas, são ciclistas com características idênticas às de LuisLe. Gonzalo Serrano, Nick Schultz, Nans Peters, Robert Stannard, Jetse Bol e Robet Power são outras alternativas para a fuga do dia. Caso o pelotão discuta a etapa, onde só vemos a Movistar a puder controlar, Primoz Roglic, Alejandro Valverde e Andrea Bagioli são os maiores candidatos.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Dion Smith e Quentin Jauregui.