A partida da Volta a Itália abafou um pouco as atenções mediáticas, mas num fim-de-semana de muito ciclismo houve resultados importantes para o ciclismo português nas camadas mais jovens.

A nível internacional os juniores portugueses estiveram em competição na República Checa, na conhecida Corrida da Paz, uma prova por etapas de 4 dias que já foi ganha por Roman Kreuziger, Michal Kwiatkowski, Mads Pedersen, Brandon McNulty ou Remco Evenepoel. A selecção nacional foi composta por António Morgado, Gonçalo Tavares, Daniel Lima, Tiago Santos, Ruben Rodrigues e Tomás Mota.



E a equipa portuguesa deu muito que falar. O primeiro dia foi decidido ao sprint num grupo com cerca de 50 unidades, onde se aguentaram António Morgado, Gonçalo Tavares e Daniel Lima. No final Morgado andou ao ataque, fez 3º e ainda conquistou a camisola da montanha. O 2º dia, com um contra-relógio plano, foi o que correu menos bem, o ciclista da Bairrada, vencedor da Taça de Portugal, foi 9º a 32 segundos do vencedor, enquanto Tavares foi 23º e Rodrigues 25º.

A 3ª etapa foi plana onde Daniel Lima fez 15º no sprint e foi a 4ª tirada que definiu por completo a prova. António Morgado esteve ao ataque logo nas primeiras subidas, contou com a ajuda de Gonçalo Tavares e do resto da selecção no endurecimento do ritmo e somente Menno Huising, Emil Herzog e Jorgen Nordhagen conseguiram seguir o ciclista português, que consolidou a liderança da classificação da montanha.



No último dia, com chegada a Terezin, com média montanha à mistura, foi um ataque já perto do final a resultar. Morgado, Tavares e Lima chegaram no grupo principal não perdendo posições na geral e nas contas finais António Morgado levou para casa a classificação da montanha e o 2º posto na geral, a 29 segundos do alemão Emil Herzog (que tinha sido 2º no ano passado). Gonçalo Tavares finalizou em 13º, Daniel Lima em 31º, Ruben Rodrigues 52º, Tiago Santos foi 54º e Tomás Mota acabou em 64º. Mais um excelente resultado da selecção nacional de juniores, uma geração que certamente vai dar muito que falar. Colectivamente Portugal fechou no 4º lugar.

Já nos Açores decorreu o G.P. Açores, também conhecido por Volta a São Miguel, uma prova com muita montanha à mistura. A corrida ficou muito moldada logo na 1ª etapa, quando Louis Sutton aproveitou uma fuga para atacar já no último terço da ligação de 111 kms, terminando com 1:22 para os seus rivais mais próximos (João Medeiros e Simone Carro). O grupo principal chegou a mais de 6 minutos e, por isso, ficou arredado da discussão da geral.

A LA Alumínios/Credibom/Marcos Car colocou a sua força colectiva em acção ao 2º dia, nos 141,8 kms com chegada à Ribeira Grande. Teve sempre superioridade nos grupos que saíram do pelotão e isso resultou no triunfo de Ruben Simão, o primeiro da carreira a este nível, e no 2º posto de João Macedo. Sutton chegou a 1:45, com o mesmo tempo de Medeiros, e defendeu a sua liderança com relativo conforto não obstante os constantes ataques.



A Volta a São Miguel concluiu-se com a chegada à Lagoa do Fogo, onde a formação de Hernâni Broco fez de tudo para retirar a liderança ao britânico Sutton. Colocaram 4 elementos na principal fuga do dia, partiram o pelotão, João Medeiros atacou na contagem antes da Lagoa do Fogo, mas foi apanhado por Sutton na descida. O açoriano João Medeiros triunfou em casa, com 8 segundos de vantagem sobre Sutton e 2:01 sobre os seus colegas Rodrigo Caixas e Alexandre Montez.

Ainda assim, foi insuficiente para levar de vencida a classificação geral graças à grande defesa de Sutton depois do fosso cavado no 1º dia. Simone Carro fechou o pódio da geral, a 3:28. A LA Alumínios/Credibom/MarcosCar, a única equipa Continental portuguesa presente, sai com 2 vitórias em etapa e com 5 elementos no top 10 (para além de Medeiros, Rodrigo Caixas foi 4º, Rúben Simão 6º, Alexandre Montez 7º e Francisco Marques 10º), ganhando também colectivamente. João Oliveira fez um excelente 5º lugar ao serviço da formação de Alenquer.



Louis Sutton ganhou também por pontos, a montanha ficou para Francisco Marques e a juventude para o britânico Louis Sutton, em representação da Brocar Ale. De recordar que Louis Sutton não é um completo desconhecido, o jovem de 19 anos já tinha sido 13º nesta mesma prova em 2021, numa edição ganha por Pedro Miguel Lopes.

Fotos: FPC

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