Profissional desde 1992, quase com 30 anos de carreira como ciclista profissional, a fome de vitórias ainda não saiu do corpo de Davide Rebellin, apesar da idade já pesar na condição física. Algo perfeitamente natural, a sua longevidade na modalidade é quase inusitada, cumprindo 49 anos a 9 de Agosto.
Rebellin passou a sua fase áurea da carreira na Gerolsteiner, foi na formação alemã que alcançou o feito de ganhar as 3 clássicas das Ardenas do mesmo ano, em 2004. Ganhou a maior parte das clássicas que havia para ganhar, e no currículo tem quase todas as provas italianas de média montanha. Também ganhou em Grandes Voltas, curiosamente apenas 1 vez, no Giro em 1996.
Nunca foi campeão do Mundo, é verdade, mas o veterano italiano sabe que esse sonho ficará por cumprir. Mas há uma prova que ele ainda sonha conquistar: o campeonato italiano de estrada. É verdade, ainda está bem patente esse objectivo, o privilégio de andar 1 ano com a camisola tricolor. “Se abandonaria se fosse campeão nacional? Não, honestamente nesse caso gostaria de correr 1 ano com a camisola de campeão porque foi uma camisola que nunca usei e vesti-la seria um sonho”. Ao longo da carreira esteve no pódio por 2 vezes nesta prova, 3º em 2007 quando ganhou Giovanni Visconti e 3º em 2013 quando triunfou Ivan Santaromita.
Rebellin participou num programa de rádio chamado “Ultimo Chilometro”, onde manifesta esse desejo e principalmente não quer que o Coronavírus acabe com a sua carreira, quer ser ele a escolher o momento. “Gostaria de terminar junto de uma equipa que me desse a oportunidade de participar em grandes corridas e assim terminar a carreira da melhor maneira. Obviamente não sei que resultados poderia obter”.
Actualmente corre na Meridiana-Kamen, uma modesta equipa croata que lhe deu uma oportunidade para continuar a competir, ainda que a um nível relativamente baixo. Este ano ainda foi a tempo de competir em 2 clássicas na Croácia, sendo 11º na segunda delas. A situação para as equipas Continentais é complicada, a UCI deu prioridade ao calendário World Tour e, mesmo que haja ciclismo em 2020, o calendário aparenta ser bem curto para as formações do 3º escalão.
“Como todos os ciclistas treinei nos rolos, treinei todos os dias, mas é mais por uma questão de manutenção da condição física, dado que não sabemos quando poderemos voltar a competir. Tendo a minha idade, não me posso dar ao luxo de estar completamente parado durante 1 mês, senão é ainda mais complicado voltar a um bom nível”, acrescentou Davide Rebellin.