A invasão da Rússia à Ucrânia também está a ter consequências no ciclismo. Tal como nos restantes desportos, e seguindo as recomendações do Comité Olímpico Internacional, a UCI decidiu suspender todas as equipas com licença russa ou bielorrussa, para além de cancelar todas as provas que teriam lugar naqueles países do leste da Europa.



A equipa mais afetada é, sem dúvida, a Gazprom-Rusvelo, ProTeam que até deu muito nas vistas na semana passada no UAE Tour onde venceu uma etapa por intermédio de Mathias Vacek e a classifcação dos sprints por Dmitrii Strakhov. Com licença russa e sendo a Gazprom uma companhia estatal russa, a UCI não teve mão leve, suspendendo a equipa, apesar da muita negociação que houve entre os responsáveis de ambas as partes.

Toda esta situação deixa com a carreira em suspenso 21 ciclistas e muitos outros membros do staff. Um dos ciclistas a sofrer com esta situação é Alessandro Fedeli, italiano de 26 anos que cumpriu o seu aniversário no dia de ontem. Em declarações ao Bici pro, Fedeli mostrou o seu desagrado afirmando que “na equipa há italianos, russos, checos e até costa-riquenhos. A nossa sede é em Itália, os carros têm matrícula italiana e o dinheiro vem da Alemanha. Gostaria de saber, neste momento, porque é que os ciclistas russos das equipas alemãs ou britânicas podem continuar a correr. É uma medida que alimenta o ódio, num ambiente acostumado a misturar nacionalidades.”



Sobre o caos que se instalou na equipa e sobre a possível suspensão da licença, Fedeli disse que a sua equipa tentou de tudo junto da UCI para continuar a correr, principalmente no Trofeo Laigueglia, prova para onde os seus atletas já estavam a caminho. “Eles (equipa) concordaram que iriamos correr sem logos nas camisolas, carros e bicicletas. Enquanto estávamos a tentar entender tudo isto, a UCI reuniu-se e comunicou-nos a decisão.”

Alessandro Fedeli que se estreou na temporada com um 2º lugar na geral do Tour of Antalya, vinha de um estágio de altitude no vulcão Teide, nas Ilhas Canárias e, segundo o próprio “a equipa gastou bom dinheiro e mandar 4 atletas para Teide e tudo foi deitado fora”. Relativamente à sua temporada, o ciclista de 26 anos mostra-se desmotivado uma vez que “no outro dia fiz 7 horas e 20 minutos de treino para a Milano-Sanremo. Começo a pensar que nunca vou ser o ciclista que esperava. Os meus sonhos estão desfeitos. Fiz 26 anos, o que no ciclismo não é pouco. Talvez os jovens ainda tenham tempo, eu não sei. As provas mais importantes da temporada já foram (referindo-se também ao Tirreno-Adriático).”



O transalpino terminou a sua entrevista afirmando que “Eu estou bem, eu estava bem.” e que esteve não foi um aniversário feliz “pois imaginei um final muito diferente.” De recordar que em 2021, Fedeli corria na DELKO que enfrentou graves problemas financeiros e pouco correu na temporada.

 

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