A temporada de ciclismo de estrada ainda não terminou oficialmente, mas o World Tour (o ranking que engloba as provas mais importantes da época) já teve o seu término, com a 2ª edição do Tour of Guangxi a marcar esse final. As competições que se seguem no calendário internacional contam para outros rankings, com destaque para o UCI Asia Tour, que ainda vai ver muitas competições no próximo mês.
Simon Yates sagrou-se o grande vencedor na parte individual neste ranking, somando 3072 pontos, contra os 2992 de Peter Sagan e 2609 de Alejandro Valverde. O britânico da Mitchelton-Scott sucede ao campeão olímpico Greg van Avermaet. Este foi um triunfo alicerçado na vitória na Vuelta a Espanha, que deu grande parte dos pontos com que Yates triunfo no UCI World Tour e que o fez passar para a liderança, já que antes era Peter Sagan a liderar o mesmo.
O britânico firmou esta vitória devido a 2 grandes favoritos, primeiro, a regularidade tremenda nas provas por etapas World Tour que disputou, já que foi 2º no Paris-Nice e na Volta a Polónia e 4º na Volta a Catalunha, para além de ter ganho uma etapa em cada uma das provas; e segundo, devido à grande prestação nas Grandes Voltas, primeiro com 3 triunfos no Giro e depois com a vitória autoritária na Vuelta, onde também ganhou. Um prémio merecido para um corredor que finalmente confirmou todo o seu potencial e que é daqueles que não tem medo de atacar.
Peter Sagan foi o mesmo de sempre, somou pontos de Janeiro a Setembro e só um super Simon Yates retirou nova vitória ao eslovaco, que contou com 7 vitórias no escalão máximo do ciclismo. Em relação ao campeão do Mundo Alejandro Valverde, também não há muito a dizer, outro poço de regularidade, que anda bem todo o ano, quer em provas por etapas quer nas clássicas, pelo que está sempre nos primeiros lugares deste ranking.
Dentro dos 10 primeiros, ficaram, ainda, os vencedores do Tour e do Giro, Geraint Thomas (4º) e Chris Froome (9º), do 2º classificado do Giro e do Tour Tom Dumoulin (10º), os classicómanos Greg van Avermaet (5º) e Julian Alaphilippe (8º) e os completos Elia Viviani (6º) e Michael Matthews (7º). O melhor representante português foi Rui Costa, na 60ª posição, com 669 pontos. Ruben Guerreiro somou 443 ficando em 83º, José Gonçalves 199 em 133º, Nelson Oliveira 46 em 250º e Tiago Machado 18 em 334º.
Na classificação colectiva, a vitória sorriu à Quick-Step, grande dominadora da temporada, com um total de 13425.97 pontos, contra 10213 da Team Sky e 9201 da Bora-Hangrohe. Apesar do triunfo em duas das 3 Grandes Voltas da temporada, a Team Sky não conseguiu bater a formação de Patrick Lefevere, que conseguiu, nada mais, nada menos que 38 vitórias no World Tour, no total das 73 que contabilizou esta temporada. Entre vitórias em clássicas, como o Tour de Flandres com Niki Terpstra, Fleche Wallone com Julian Alaphilippe e Liege-Bastogne-Liege com Bob Jungels, a 13 triunfos por etapas em Grandes Voltas e um 3º posto de Enric Mas na Vuelta. Temporada para mais tarde recordar e difícil de repetir para a Quick-Step. De referir que a equipa belga passou para a frente deste ranking após a Gent-Wevelgem, a 25 de Março, para nunca mais sair de lá.