Mais uma temporada de ciclismo chegou ao fim e, por isso, é hora de contas e atualização de rankings. A Vuelta marcou o fim do World Tour e pode-se dizer que foi muito importante para o desfecho das principais categorias. Como sempre, todas as terças-feiras, a UCI desvenda o ranking atualizado e, hoje, a expectativa era ainda maior.
O grande vencedor do ranking World Tour foi, nada mais, nada menos que Primoz Roglic! O esloveno foi, sem sombra de dúvidas, o corredor mais regular da temporada e, desta forma, revalida o título conquistado em 2019. O ciclista da Jumbo-Visma termina com 4237 pontos contra os 3055 pontos do vencedor do Tour de France, Tadej Pogacar, e os 2700 pontos do seu companheiro de equipa, Wout van Aert. De referir que Pogacar liderava desde o fim do Tour mas Roglic conseguiu a ultrapassagem mesmo em cima da linha de meta.
50 dias de competição onde conseguiu 28 top-10 em etapas e umas impressionantes 12 vitórias. Venceu nos Nacionais da Eslovénia, no Tour de l’Ain (geral e duas etapas), no Criterium du Dauphine, no Tour de France (onde foi 2º), a Liege-Bastogne-Liege e na Vuelta a Espanha (geral, 4 etapas e a classificação por pontos). Impressionante a regularidade do esloveno de 30 anos que consegue andar bem em qualquer tipo de terreno.
Mathieu van der Poel foi o primeiro ciclista não World Tour no ranking, quedando-se pelo 4º lugar, com 2040 pontos. O restante top-10 é dominado por homens de clássicas, com Julian Alaphilippe (6º), Diego Ulissi (8º) e Marc Hirschi (10º), sendo que Jakob Fuglsang (5º) e Richie Porte (7º) marcam a posição para os homens da geral. Arnaud Demare é o representante dos sprinters, no 9º lugar.
Olhando mais aprofundadamente para o ranking conseguimos ver a época menos conseguida por muito dos ciclistas, como são os casos de Nairo Quintana (43º), Thibaut Pinot (44º), Peter Sagan (45º) e Egan Bernal (101º). Relativamente aos portugueses, João Almeida foi, naturalmente o melhor, alicerçado no 4º posto obtido no Giro. O ciclista da Deceuninck-QuickStep conquistou um brilhante 13º posto, com 1370,33 pontos, a menos de 60 pontos do top-10. No top-300, Rui Costa foi 72º com 559 pontos, Ruben Guerreiro 133º com 306 pontos, Amaro Antunes 197º com 195 pontos, Nelson Oliveira 217º com 178 pontos e Frederico Figueiredo 232º com 165 pontos.
Por equipas, a vitória sorriu à Jumbo-Visma que, com os resultados alcançados na Vuelta, conseguiu ultrapassar in extremis a Deceuninck-QuickStep. A equipa holandesa não venceu tanto como a equipa holandesa (23 triunfos vs 39 triunfos) mas a regularidade foi fundamental para alcançar 9919 pontos mais 142,84 pontos que os comandados de Patrick Lefevere (9776,16 pontos). A UAE Team Emirates completou o pódio com 8503 pontos. A melhor equipa nacional foi a W52-FC Porto, em 43º, com 545 pontos.
Vendo os rankings menos importantes mas que conseguem descrever bem a forma como se desenrolou a temporada, Primoz Roglic venceu o ranking da UCI relativo às provas por etapas, de forma natural, devido aos resultados que já mencionamos. Já o ranking UCI das clássicas foi ganho por Wout van Aert, algo que também natural, devido aos triunfos conseguidos na Strade Bianche e na Milano-Sanremo, bem como o 2º lugar no Tour de Flandres. Por nações, a França voltou à ribalta, levando esta classificação, à frente da Eslovénia e da Bélgica. Portugal terminou em 13º.
No lado feminino, com rankings mais complexos, Anna van der Breggen, com uma temporada de sonho (bi-campeão mundial, Giro Rosa e Fleche Wallone) venceu, de forma apertada, o World Ranking à frente de Elisa Longo Borghini e Annemiek van Vleuten. No Ranking World Tour, aquele que dá direito a usar uma camisola distintiva à líder, o triunfo sorriu a Elizabeth Deignan, por curta margem, à frente da sua colega Elisa Longo Borghini e Lisa Brennauer. A alemã Lianne Lippert venceu o World Tour sub-23. A Trek-Segafredo tanto venceu o World Ranking como o World Tour, sendo que a Holanda venceu por nações.