A temporada de ciclismo chegou ao seu fim na passada terça-feira, por isso está na hora de irmos a contas. O World Tour finalizou com o Tour of Guangxi e, pelo terceiro ano consecutivo, consagrou como vencedor final do ranking UCI o inevitável esloveno Tadej Pogacar.
O ciclista da UAE Team Emirates é o vencedor do World Tour pelo terceiro ano seguido, somando 7685,86 pontos, mais 1391,79 pontos que o 2º classificado Jonas Vingegaard. Este triunfo foi alicerçado nas vitórias conseguidas em provas por etapas, Volta a Andaluzia (geral e 3 etapas) e Paris-Nice (geral e 3 etapas), e clássicas, Jaen Paraiso, Tour de Flandres, Amstel Gold Race, Fleche Wallonne e Giro di Lombardia, para além do 2º posto no Tour (mais 2 etapas) e top-5, entre outras, em Milano-Sanremo, E3 Saxo Classic e prova de estrada dos Mundiais 2023. A diferença colossal na pontuação mostra que Pogacar é um ciclista todo-o-terreno, que anda bem em todo o tipo de provas e durante todo o ano. O pódio ficou completo com o vencedor da Liege-Bastogne-Liege e campeão do Mundo de contra-relógio, Remco Evenepoel.
Analisando o top-10, verifica-se alguma variedade, com classicómanos – Wout van Aert (5º) e Mathieu van der Poel (7º) –, voltistas – Primoz Roglic (4º), Adam Yates (8º) e João Almeida (10º) – e sprinters – Mads Pedersen (6º) e Jasper Philipsen (9º). Por curiosidade, o primeiro ciclista não World Tour é Arnaud de Lie. O Touro belga terminou em 14º, com pouco mais de 2900 pontos.
Tal como já referido, João Almeida regressa ao top-10, depois de já ter terminado nesse posto em 2021. O campeão nacional de contra-relógio conseguiu uma temporada muito sólida, destacando-se o 3º lugar e vitória em etapa no Giro, 2º na Volta a Polónia e Tirreno-Adriático e 3º na Volta a Catalunha. Olhando para outros ciclistas portugueses presentes no ranking, vemos a presença de Rui Costa em 38º, Ruben Guerreiro em 187º e, ainda dentro do top-300. Nelson Oliveira (284º), António Morgado (294º) e Rui Oliveira (299º).
Por equipas, e depois de muitos anos a tentar, a UAE Team Emirates conseguiu, finalmente, o lugar mais alto do pódio. Com uma enorme profundidade no plantel, a formação de Jotxean Matxin terminou com 30 944,30 pontos. Vencedora nas últimas temporadas, a Jumbo-Visma, que até foi a equipa mais vitoriosa com 69 triunfos, quedou-se pelos 29 471,40 pontos. O pódio ficou completo pela Soudal-QuickStep com “apenas” 18 697,80 pontos. A melhor equipa nacional foi a Glassdrive/Q8/Anicolor, em 77º, com 513 pontos.
Vendo os rankings menos importantes mas que conseguem descrever bem a forma como se desenrolou a temporada, Jonas Vingegaard venceu o ranking da UCI relativo às provas por etapas, alicerçado na vitória no Tour de France, Volta ao País Basco e Criterium du Dauphine, 2º lugar na Vuelta a Espanha e 3º no Paris-Nice. Já o ranking UCI das clássicas foi ganho por Tadej Pogacar, fruto dos resultados que mencionamos anteriormente. Por nações, e num ranking que já abordamos aquando da análise às vagas para os Jogos Olímpicos, a Bélgica foi mais forte, com Dinamarca e Eslovénia a completarem o pódio. Portugal terminou em 12º.