Janeiro é um mês muito característico no ciclismo, começa-se a sentir o cheiro ao ciclismo de estrada ainda com ciclocrosse à mistura. Os primeiros Nacionais, o Tour Down Under e nos últimos dias as clássicas em Maiorca. É um mês de algumas entrevistas, muitos estágios, alguma especulação e revelações de calendário, e é sobre isso que vamos falar aqui, que corredores já confirmaram a presença na Volta ao Algarve, a competição mais importante em Portugal, em termos de hierarquia UCI e na qualidade do pelotão.
A edição deste ano vai ter um aliciante especial, um percurso diferente relativamente às últimas épocas, a prova vai terminar com um contra-relógio no Alto do Malhão, mas não é por isso que o pelotão terá menos figuras conhecidas. A Volta ao Algarve costuma servir para os ciclistas das Grandes Voltas iniciarem a sua temporada ou os corredores das clássicas afinarem o motor para o que aí vem, começando pelas clássicas a corrida deve contar com John Degenkolb, Yves Lampaert, Kasper Asgreen, e principalmente, o duo belga composto por Arnaud de Lie e Wout van Aert, 2 nomes de peso também para as chegadas ao sprint, se o ciclista da Lotto é uma estreia, van Aert irá repetir a presença de 2024, quando ganhou 1 etapa.
Depois obviamente teremos a comitiva portuguesa da UAE Team Emirates, numa rara oportunidade de vermos Ivo Oliveira, Rui Oliveira, António Morgado e João Almeida todos juntos. Os gémeos Oliveira vão tentar surpreender numa chegada ao sprint, Morgado foi 10º no ano passado e João Almeida foi 9º em 2020 (na ajuda a Evenepoel) e 6º em 2023. Dois dos grandes rivais de João Almeida no que toca à vitória final serão Jonas Vingegaard, em estreia na Algarvia, e Primoz Roglic, que regressa depois do triunfo em 2017, e num traçado tão bom para as suas características.
Normalmente este percurso da Volta ao Algarve é um pouco duro demais para os ciclistas das Ardenas, ainda assim são quilómetros importantes para ganhar rodagem, a Tudor vem com o seu grande reforço Julian Alaphilippe a a Groupama-FDJ com a estrela em ascensão Romain Gregoire. Está previsto a Ineos-Grenadiers trazer 2 veteranos que sabem perfeitamente o que é preciso para vencer aqui, Michal Kwiatkowski (2014 e 2018) e Geraint Thomas (2015 e 2016), um duo que estará nos últimos anos da carreira. Em relação a outros nomes que já confirmaram a sua presença, curiosidade para ver o polivalente Oier Lazkano, Romain Bardet é alguém que sai sempre muito prejudicado pelo contra-relógio, Emanuel Buchmann vai tentar dar pontos UCI à Cofidis e muito cuidado na luta pelo pódio com o duo da Soudal Quick-Step Ilan van Wilder e Maximilian Schachman