Numa altura em que os ciclistas estão mais focados nos Campeonatos do Mundo, poucas têm sido as grandes transferências anunciadas. Muitas equipas têm aproveitado para anunciar reforços para os seus blocos, compondo o seu plantel antes de ajustes finais.

Com a sua gestão particular e bastante rígida, a Team DSM ainda não tinha anunciado nenhum reforço para 2023 e, de uma assentada, revelou dois novos nomes. O primeiro foi Patrick Bevin, neo-zelandês de 31 anos que assina por 3 temporadas e chega da Israel-Premier Tech. Bevin é um corredor muito completo, contra-relogista por natureza, sprinta bem (principalmente em grupos restritos) e defende-se na média montanha.



Patrick Bevin é capaz do melhor e do pior na mesma temporada e em poucos dias de distância. Este ano venceu a Volta a Turquia, uma prova onde venceu uma etapa e andou como nunca na montanha, sendo um dos melhores na chegada em alto. Já na Volta a Romandia venceu uma etapa ao sprint, confirmando ser um corredor completo. A DSM precisa destes ciclistas, veremos é qual a versão que Bevin irá apresentar e se o neo-zelandês vai conseguir adaptar-se à gestão da formação alemã.

Para a montanha, a Team DSM recrutou Harm Vanhoucke à Lotto Soudal por duas temporadas. Com 25 anos, o belga tem aparecido a espaços, tardando em confirmar o seu potencial (enquanto sub-23 conseguiu pódios em provas da Taça das Nações e venceu um Piccolo Lombardia). Na já referida Volta a Turquia ganha por Bevin, Vanhoucke foi 5º e, este ano, também foi 2º no Sibiu Tour. Falta alguma regularidade ao ciclista belga que vai para uma equipa onde não deverá ter muita pressão para liderar sendo, talvez, uma ajuda para Romain Bardet.



Também a Cofidis estava a zeros no que diz respeito a contratações, sendo que nos últimos dias reforçou-se com Jonathan Lastra. Este não é um nome estranho para o pelotão nacional, o ciclista de 29 anos fez toda a sua carreira na Caja Rural e tem como únicas vitórias a Clássica da Arrábida em 2019 e uma etapa no Troféu Joaquim Agostinho deste ano. Ano após ano, Lastra tem sido um dos melhores ciclistas da sua equipa, sempre muito regular em clássicas/provas por etapas com média montanha. Este ano foi 3º na Vuelta a Castilla y Leon, 4º no Troféu Joaquim Agostinho 8º na Volta ao Alentejo, 9º na Volta a Eslováquia e 10º no GP Morbihan. Para o calendário francês, é um corredor que pode ser bastante útil.

Numa estratégia completamente diferente, a BikeExchange anunciou, no dia de hoje, a contratação do etíope Welay Hagos Berhe. Com apenas 20 anos, e depois de uma temporada na equipa de desenvolvimento da EF Education First, Berhe assina um contrato válido para as próximas 3 temporadas. Ainda sem muitos resultados de relevo, venceu a montanha no Istrian Spring Trophy e foi 7º no Giro Ciclistico della Valle d’Aosta, o que prova que o potencial existe. A equipa australiana acredita em Welay Berhe, o contrato de longa duração é prova disso, é preciso dar tempo para se perceber como irá evoluir no pelotão internacional.



Quem tem apostado muito na juventude e no rejuvenescimento do plantel é a INEOS Grenadiers, sendo que desta vez foi diretamente ao escalão júnior recrutar o canadiano Michael Leonard. O jovem de 18 anos fez as últimas duas temporadas correu em Itália e, este ano, já conseguiu oito vitórias. É descrito como um ciclista com um talento natural para a montanha, defendendo-se no contra-relógio, com Rod Ellingworth, Team Principal da INEOS, a compará-lo com Carlos Rodriguez. Está na equipa e no ambiente certo para evoluir.

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