Com as saídas iminentes de Christophe Laporte e de Elia Viviani, a Cofidis teve de ir ao mercado à procura de substitutos para estes 2 sprinters. Uma das contratações, a única oficial até ao momento, é de Bryan Coquard, francês de 29 anos que passou as últimas 4 temporadas ao serviço da B&B Hotels.



“Le Coq”, como é conhecido, tem uma carreira muito linear. Esteve 5 temporadas na Direct Energie, 4 anos na B&B Hotels e agora assinou com a Cofidis por 2 anos. Curiosamente, só tinha estado no World Tour em 2014. Coquard fez uma temporada incrível em 2016, somando mais de 1 dezena de vitórias, entre elas as gerais dos 4 dias de Dunkerque e a Boucles de la Mayenne.

Teve sempre a responsabilidade de diferença, sendo que os últimos 2 anos não foram muito proveitosos, esta época ainda está sem triunfos e em 2020 só ganhou a 1ª etapa da Route d’Occitanie. É um ciclista que não tem a ponta final dos puros sprinters, gostando de um final em ligeiro topo, é relativamente consistente e será uma garantia de alguns pódios por ano, talvez vitórias nas provas internas. Em relação a Laporte não dá tantas opções nas clássicas e não passa tão bem a montanha, apesar de se imiscuir em mais sprints do que o seu compatriota, que estará de partida para a Jumbo-Visma.

A Alpecin-Fenix está a ter uma temporada fenomenal, quase todos os ciclistas estão a render próximo do seu melhor e é por isso que temos muita expectativa em ver o que Stefano Oldani conseguirá em 2022 e 2023. O jovem italiano de 23 anos estava a ter uma evolução muito boa ao serviço da Lotto-Soudal e as suas características de puncheur adaptam-se na perfeição à mentalidade e ao estilo de correr da Alpecin-Fenix.



Oldani passou pela Kometa, onde fez uma excelente época apenas aos 20 anos, o que despertou a atenção da Lotto-Soudal. 2020 foi uma temporada de adaptação e este ano conseguiu 3 top-10 em etapas do Giro, foi 2º na Vuelta a Castilla y Leon e 3º na chegada de ontem na Volta a Polónia, é um corredor que tem uma excelente ponta final em grupos reduzidos e que passa bem a média montanha. A contratação é excelente, mas Oldani numa fase inicial poderá ter os caminhos mais tapados neste tipo de terreno do que na Lotto-Soudal.

Ontem a Intermarche-Wanty-Gobert anunciou 3 reforços, todos jovens e todos belgas, tentando assim rejuvenescer um plantel que precisa de dar o salto em frente. O mais velho dos reforços é Kobe Goossens, recrutado à Lotto-Soudal. O belga começou no ciclo-crosse, o que não é uma surpresa, conseguiu alguns bons resultados como sub-23 na estrada, foi contratado pela Lotto-Soudal em 2020 e teve uma adaptação rápida. Logo na época de estreia foi 24º na Vuelta, na sua primeira Grande Volta, e este ano venceu a classificação da montanha no Tour de Romandie. Apesar de ter alguma qualidade na montanha, não nos parece que vá fazer a diferença numa formação do World Tour.



Aquele que mais deu nas vistas foi Gerben Thijssen, ao estar muito próximo de vencer uma etapa na Vuelta no ano passado. O belga de 23 anos foi uma das grandes revelações da encurtada corrida de 3 semanas, mas este ano não conseguiu voltar a mostrar esse nível e ainda nunca conseguiu estar entre os 5 primeiros. Tendo em conta que Andrea Pasqualon não é um puro sprinter, que Danny van Poppel vai embora e que Riccardo Minali não tem estado bem, Thijssen deverá ter muitas oportunidades, resta-lhe mostrar novamente a capacidade que mostrou na Vuelta.

O 3º reforço estava a correr em Portugal até ontem, quando foi forçado a abandonar a Volta a Portugal. Trata-se de Laurens Huys, de apenas 22 anos, 6º classificado da Volta a Hungria e 5º no Alpes Isere Tour este ano, um corredor que está a evoluir de forma constante de ano para ano, longe dos holofotes, mostrando dotes de bom trepador. Ainda assim, seria expectável que uma equipa como a Intermache-Wanty-Gobert estivesse focada a procurar nomes mais sonantes porque não tem um plantel capaz de competir em todas as corridas World Tour contra as melhores equipas do Mundo, esperando-se mais entradas e saídas para além deste lote de jovens.



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