A Quick-Step está a apostar na escola da Androni de Gianni Savio, se Mattia Cattaneo vai integrar a equipa de forma directa em 2020, Davide Ballerini ainda teve uma curta passagem pela Astana em 2019, depois de sair da Androni. O jovem italiano de 24 anos confirmou este ano que a sua praia são as clássicas, obtendo bons resultados aí mesmo sem ter uma estrutura dedicada para esse tipo de provas, o foco da Astana está nas corridas por etapas.
E foi talvez por isso que Ballerini escolheu a Quick-Step e também o inverso, a equipa belga viu muito talento no italiano e Ballerini viu uma equipa forte e com opções para esse tipo de provas, com a saída de Gilbert abrem-se algumas portas. O ciclista transalpino teve uma brilhante temporada em 2018, que lhe valeu a subida a World Tour, em 3 meses obteve 8 pódios e 3 triunfos, incluindo algumas importantes clássicas italianas. É alguém que passa bem a média montanha e tem uma boa ponta final.
Lennard Kamna tem um currículo impressionante nas camadas jovens, especialmente no contra-relógio. Campeão europeu e mundial em juniores, campeão europeu e medalhado mundial em sub-23 havia muita expectativa quando a Team Sunweb o contratou para 2017. 2017 correu bem, o que aumentou ainda as expectativas, só que antecedeu um 2018 terrível para o alemão. Finalmente na 2ª metade de 2019 Kamna voltou a dar um ar da sua graça, andou bem na Volta a Suíça e voltou a fazer o mesmo no Tour, com as suas melhores exibições a serem na montanha.
O ciclista de 22 anos insere-se perfeitamente na política de contratações da Bora-Hansgrohe, equipa com que assinou um contrato de 2 temporadas. A Bora-Hansgrohe tem procurado recrutar os melhores corredores alemães e Kamna tem potencial para ser um deles, parece-nos ser a equipa certa para crescer e evoluir. Quanto à Team Sunweb tem de reflectir bem se se justifica manter a corrente abordagem altamente rigorosa e científica que muitas vezes desgasta em demasia o psicológico dos corredores. Vários são os casos recentes de saída por não se adaptarem aos métodos da equipa, veja-se os casos de Edward Theuns ou Tom Dumoulin. A palavra espalha-se e isso também pode limitar a capacidade de recrutamento da equipa.
É caso para dizer finalmente! Finalmente Alexander Kamp sobe ao World Tour e pelos resultados que vinha apresentado em diversas equipas continentais dinamarquesas, já merecia há muito. 5º classificado nos Mundiais de estrada sub-23 em 2015. Vencedor de etapa e 2º na geral da Volta a Noruega em 2018 este ano venceu o Circuit des Ardennes e foi 4º no Tour of Yorkshire, ao serviço da Profissional Continental Riwal Readynez Cycling Team. Kamp tem 25 anos e é um clássico puncheur dinamarquês, um pouco à imagem de Mads Pedersen, Magnus Cort ou Michael Valgren. A equipa que o contratou foi a Trek-Segafredo, onde se deve precisamente encontrar com Mads Pedersen, tendo assinado um vínculo válido por 2 temporadas.
Já a Movistar tem apostado em contratações mais discretas, e anunciou mais uma logo no dia em que Jakob Fuglsang (supostamente um dos alvos para 2020) renovou com a Astana. Já há alguns dias tinha contratado Iñigo Elosegui, ciclista que representava a Lizarte e estava no calendário amador espanhol, com muitos sucessos, inclusivamente o título de campeão nacional sub-23. Este ano representou a selecção espanhola no Baby Giro, onde fez 16º e está agora a correr a Volta a França do Futuro. Outro jovem a ser contratado foi Johan Jacobs, actualmente com 22 anos e na equipa sub-23 da Lotto-Soudal, também faz outras vertentes do ciclismo, não só a estrada, e a sua grande especialidade são clássicas com empedrado, foi 7º no Tour des Flandres e 2º no Paris-Roubaix, ambos para sub-23.
Mais recentemente a equipa aderiu ainda mais à febre colombiana, talvez para compensar a mais que presumível saída de Nairo Quintana. O mais desconhecido dos 2 colombianos oficializados é Juan Alba, vencedor de etapa e 3º na geral do Baby Giro. Aquele mais conhecido é Einer Rubio, de 21 anos, brilhou em várias clássicas italianas sub-23 esta época antes de fazer 2º e ganhar a classificação da montanha do Baby Giro. Tem mais historial e palmarés que Alba, já em 2018 Rubio tinha ganho 1 etapa no Baby Giro, foi 4º no Giro Valle d’Aosta e no Giro della Regione. Ambos os colombianos têm como especialidade a montanha.