Como já é do conhecimento público, a licença WT da CCC Team irá passar (foi comprada) para a Circus-Wanty Gobert, que assim vai subir ao World Tour. A formação belga preferiu manter a base que tem resultado em sucesso no circuito europeu nos últimos anos, acrescentando apenas alguns ciclistas provenientes da CCC para tapar algumas lacunas.
Uma das lacunas mais evidentes é na alta montanha, um bloco que agora contará com o checo Jan Hirt. Hirt deslumbrou na CCC em 2017 ao ser 3º na Volta a Croácia e 12º no Giro graças a uma incrível 3ª semana, passando para a Astana em 2018. Pela equipa cazaque foi 7º no Tour of the Alps e 5º na Volta a Suiça, esteve algo tapado e nem sempre conseguiu aproveitar as oportunidades.
Assinou até 2022 pela Wanty e à partida parece-nos o melhor puro trepador da equipa, alguém que adora as subidas longas e que tem claras dificuldades de posicionamento no pelotão e no contra-relógio. Ainda assim é capaz de discutir etapas de alta montanha nas Grandes Voltas e ameaçar o top 10 em algumas corridas do World Tour, como a Volta a Suíça por exemplo.
Numa área onde a equipa já estava bem apetrechada entrou Jonas Koch, alemão de 27 anos que estava na CCC Team desde 2017. É um corredor com uma boa ponta final e que passa bem a média montanha, ainda não tem nenhuma vitória na carreira, mas tem alguns pódios e muitos top 10, tendo já sido 9º na Prudential Ride London. Tendo algumas chances para correr para si, pode perfeitamente pertencer ao núcleo duro de apoio a Danny van Poppel, o melhor puro sprinter da equipa.
O 3º e último ciclista (até agora) que transita para a Wanty é o alemão Georg Zimmermann, um corredor com um futuro muito promissor. Zimmermann acabou de ser 21º na Vuelta, com apenas 23 anos e na sua primeira Grande Volta. Enquanto sub-23 foi 12º nos Mundiais e 5º na Volta a França do Futuro, tendo também ganho algumas clássicas em Itália. A continuar a evoluir desta forma tem tudo para ser uma das revelações de 2021 numa geração que começa agora a despontar.
Já Joey Rosskopf, depois de 4 temporadas na BMC e 2 na CCC irá regressar a uma equipa norte-americana, neste caso à Rally Cycling. Aos 31 anos assinou um contrato válido por 2 temporadas, é um todo-o-terreno com excelentes resultados em contra-relógios, enquanto estava na BMC foi uma peça importante em triunfos nos contra-relógios colectivos. Desde 2017 que melhorou os resultados nos contra-relógios individuais, fazendo inclusivamente top 15 nos Mundiais e 2º numa etapa da Vuelta. Também se consegue defender na montanha de forma razoável, especialmente nas subidas longas tendo em conta que não é um ciclista explosivo. Encaixa-se bem no perfil da Rally Cycling, uma equipa que vem muitas vezes competir à Europa, e é preciso lembrar que muitas das provas norte-americanas têm contra-relógios, onde Rosskopf pode brilhar, ele que já foi campeão nacional por 2 vezes.