A Astana prepara-se para ter um plantel bem competitivo apesar de ter entrado no mercado bastante tarde, aproveitando alguns ciclistas que não estão completamente à vontade dentro das estruturas onde estão neste momento.
Um desses corredores é Gianni “Bad Boy” Moscon, que foi confirmado ontem pela formação cazaque com um contrato válido por 2 épocas. O italiano de 27 anos tem esta alcunha porque já foi protagonista de vários episódios lamentáveis, sendo inclusivamente acusado de racismo dentro do pelotão. Moscon entrou de rompante logo como neo-pro, venceu a Arctic Race e fez top 10 em imensas corridas. Em 2017 foi campeão nacional de contra-relógio, fez 5º no Paris Roubaix e 3º no Giro di Lombardia, repetindo a excelente época em 2018.
Só que desde aí o nível de resultados caiu imenso, raramente é capaz de ser uma grande ameaça nas clássicas que é a sua especialidade e dentro de uma Team Ineos cada vez mais focada nas Grandes Voltas acabou por se tornar num gregário importante na montanha em certas corridas. O talento em bruto está lá, resta saber se Moscon o vai conseguir colocar na estrada na plenitude. Para a Astana pode ser um ciclista importante, vai reforçar o contingente italiano e a equipa cazaque não tinha ninguém capaz de discutir clássicas, podendo tapar assim uma grande lacuna.
Principalmente desde o ano passado que a Movistar está a realizar algumas contratações mais peculiares, fora do esperado para uma equipa espanhola tradicional, entraram ciclistas como Juri Hollmann, Mathias Norsgaard ou Gabriel Cullaigh e a formação liderada por Eusebio Unzue parece continuar nesta toada. Recentemente foi anunciado Max Kanter, alemão de 23 anos que estava na Team DSM.
O jovem germânico estava na equipa de desenvolvimento da DSM desde 2017 e sempre foi um dos mais promissores sprinters da sua geração. Foi campeão nacional sub-23, 7o nos Mundiais sub-23, chegou a fazer pódio no Tour des Flandres desse escalão e a ganhar 1 etapa na Volta a França do Futuro. A transição para os elites foi complicada, teve uma lesão grave em 2019 e os resultados só começaram a aparecer no final de 2020, fazendo 2 pódios na Vuelta. Este ano conseguiu ser muito mais regular, o que é uma boa indicação, na DSM estava tapado por vezes, algo que não vai acontecer na Movistar, mas também não terá tanto apoio nas chegadas rápidas.
Quem também será reforço da Movistar, e este seguindo uma linha mais habitual, é Alex Aranburu. O basco de 26 anos regressa a uma equipa espanhola, depois de ter saído da Caja Rural para a Astana, onde permaneceu os últimos dois anos. O contrato de 3 temporadas faz acreditar que a formação espanhola tem grandes esperanças em Aranburu, ele que foi top-10 nas últimas duas Milano-Sanremo e, este ano, somou uma vitória na Volta ao País Basco e um total de 13 top-10.
Corredor muito explosivo, adora finais inclinados mas, ao fim de dias longos, também se aproxima dos homens mais rápidos, descendo também muito bem. Ainda que com a devida distância, tem características semelhantes às de Alejandro Valverde, pelo que a Movistar está a começar a precaver a reforma do Bala, contratando um dos melhores corredores espanhóis.
A Cofidis continua a busca por gregários experientes e Wesley Kreder é mais uma dessas contratações. Com 30 anos, o neerlandês está longe de ser um nome sonante no entanto, dentro do escalão ProTeams tem ganho o seu espaço, como um ciclista muito fiável. Este ano já correu no World Tour, pela Intermarché-Wanty, equipa onde estava desde 2017. Este ano estreou-se em Grandes Voltas, fez o Giro e a Vuelta, o que demonstra a sua lealdade e a capacidade de trabalho em prol dos líderes. Adapta-se a todo o tipo de terreno, o que o torna uma mais-valia.
A Lotto Soudal continua a contratar cirurgicamente, e agora, foi a vez de anunciar Jarrad Drizners, jovem australiano de 22 anos, que chega da Hagens Berman Axeon. Campeão australiano sub-23 no ano passado, Drizners é mais um ciclista que dá o salto para o World Tour após ter passado pela formação de Axel Merckx. Fala-se que foi um pedido de Caleb Ewan, que o conhece bem, e não seria de estranhar devido à influência de Ewan dentro da equipa. Drizners é um sprinter que passa bem a média montanha e se adapta bem às clássicas. Muito jovem, ainda terá espaço para evoluir e focar-se mais seriamente numa especialidade, estando numa equipa ideal para o fazer com o tempo necessário e sem pressa.