Os últimos dias no mercado foram bastante animados, a época competitiva está quase a acabar e as equipas estão a finalizar os seus plantéis. Com o final aparente da CCC Team e da NTT Pro Cycling há ainda muitos nomes importantes sem contrato para 2021.
Um deles era precisamente Simon Geschke, ontem confirmado na Cofidis, uma movimentação sem dúvida inesperada. Aos 34 anos o alemão fez talvez a sua melhor temporada de sempre em termos de resultados individuais, foi 3º no Tour Down Under, 6º na Volta ao Algarve, 10º na Fleche Wallonne e 17º nos Mundiais, beneficiou muito do facto de na CCC não haver propriamente um grande líder para as provas com montanha.
Geschke esteve 10 anos na estrutura da Team Sunweb, onde conquistou 1 etapa no Tour em 2015, de longe a maior vitória da carreira. Foi um corredor que fez parte do núcleo duro de Tom Dumoulin e que muito ajudou o holandês em Grandes Voltas, e isso certamente foi crucial para a Cofidis o contratar. A equipa francesa está a tentar montar um bloco em redor de Guillaume Martin e nessa perspectiva Geschke é uma grande contratação, sendo que o alemão sabe perfeitamente que ainda vai ter 1 ou 2 oportunidades para procurar a glória pessoal.
Uma das equipas mais activas nos últimos dias foi a Bingoal-Wallonie, anunciando um dos melhores e mais regulares sprinters do circuito continental europeu entre 2016 e 2019, Timothy Dupont. O belga de 32 anos estava um pouco tapado na Circus-Wanty Gobert com Andrea Pasqualon e Danny van Poppel e na Bingoal-Wallonie dividirá responsabilidades com Sean de Bie, outro homem rápido, tendo ainda Milan Menten à espreita. Ainda assim, pela experiência e resultados já obtidos, Dupont deverá ser aposta na maioria das provas. Apesar da época menos bem conseguida em 2020 foi 2º no Grote Prijs Jean Pierre Monsere e 3º no G.P. Isbergues.
Outro ciclista a entrar na Bingoal-Wallonie, também com um contrato válido por 1 temporada, é Remy Mertz, proveniente da Lotto-Soudal, onde esteve nos últimos 4 anos. O jovem de 25 anos nunca mostrou os resultados que se esperavam dele e tenta relançar a carreira no escalão Profissional Continental, o melhor resultado que obteve foi o 10º posto na Le Samyn. A imagem que temos de Mertz é de ser um especialista em clássicas belgas com uma boa ponta final.
Por falar em estar activa no mercado, a Bardiani-CSF está a fazer um esforço bastante grande para subir o nível em 2021, e bem que precisa. Depois de Enrico Battaglin, a equipa anunciou mais 3 reforços nos últimos dias. Davide Gabburo subiu a profissional em 2018 e vai ter em 2021 a 4ª equipa diferente em 4 anos, o puncheur italiano representou a Androni em 2020. É um ciclista algo inconsistente, mas capaz de excelentes resultados, já foi 9º na Settimana Coppi e Bartali, 7º no Trofeo Laigueglia e 5º no Giro della Toscana. Como quase todos os puncheurs italianos passa bem a média montanha e possui um bom sprint em grupo reduzido.
Já Andrea Garosio e Umberto Marengo foram recrutados à Vini Zabu-KTM. Marengo é um caso muito curioso, profissional desde 2019 já tem 28 anos e surpreendeu logo em 2019 quando ganhou no Tour of Utah num sprint em grupo reduzido, fazendo uma temporada muito regular. Por vezes estes ciclistas que se tornam profissionais já tarde tendo em conta os parâmetros normais surpreendem bastante.
Andrea Garosio já conta com uma passagem pelo World Tour (Bahrain-Merida em 2019) e não tem grandes resultados, o 10º lugar na Coppa Agostoni em 2019 e o 13º no Giro dell’Emilia em 2020 são os melhores. Muito combativo, costuma integrar muitas fugas e espera ter mais chances na Bardiani, até porque na Vini-Zabu muitas vezes tinha de trabalhar para Wackermann ou Visconti.