Com o final da Vuelta e o fim da temporada a aproximar-se é natural que o mercado volte a animar novamente, muitas equipas do World Tour ainda têm vagas nos seus plantéis e os contratos até provavelmente já estão assinados. Nos últimos dias já houve alguns anúncios, nos próximos esperam-se muito mais.
A Alpecin-Fenix está a fazer uma temporada fabulosa, confirmando o seu estatuto de equipa World Tour honorária, beneficiando de um plantel vasto e de um calendário de luxo. Não obstante isso a melhor equipa Profissional Continental está bem activa neste mercado, para manter a competitividade. Prova disso é a contratação de Michael Gogl, proveniente da Team Qhubeka-NextHash.
Depois de algumas temporadas em equipas austríacas, enquanto sub-23, chamou a atenção da Tinkoff, que o contratou em 2016, sendo 4º na Volta a Dinamarca e 11º nos Europeus nesse ano. De 2017 a 2019 esteve na Trek-Segafredo, onde teve alguns bons resultados, como o 8º posto na Amstel Gold Race ou o 5º lugar no Tour des Fjords, mas nunca chegou ao nível que se perspetivava e nunca teve muitas oportunidades. Foi então que surgiu a NTT Pro Cycling, à procura deste tipo de ciclistas numa altura em que a continuidade da equipa estava em dúvida.
Gogl pôde focar-se nas corridas que mais gosta e foi 9º na Strade Bianche em 2020 e 6º na mesma corrida em 2021, podendo alinhar no Tour em ambas as temporadas. É um ciclista capaz de grandes exibições e também muito irregular, no entanto pode encaixar-se que nem uma luva na Alpecin-Fenix, que é uma formação focada nas clássicas. Potencialmente é uma boa ajuda a Mathieu van der Poel, tem experiência em Grandes Voltas e pode ser uma segunda opção bastante válida em corridas como a Strade Bianche. Temos o feeling que Gogl vai andar muito bem na Alpecin-Fenix.
Quem se estava a destacar na formação belga era o britânico Ben Tulett, corredor que vem do ciclo-crosse, tal como grande parte do plantel. O jovem de 20 anos fez uma grande temporada tendo em conta a tenra idade, foi 12º na Fleche Wallonne, 9º na Volta a Polónia e 17º na Amstel Gold Race e como a Ineos-Grenadiers está a apostar nos jovens talentos britânicos decidiu recrutar Ben Tulett, que assinou um contrato de 3 épocas, prova da confiança da Ineos-Grenadiers nele.
Tulett tem um potencial tremendo, tem um perfil relativamente parecido a Tom Pidcock, que irrompeu nos rankings este ano. O grande desafio para Tulett poderá ser interno, subir na hierarquia de uma equipa que tem muitos galos para poucos poleiros.
É, sem dúvida, uma nova fase na carreira de Antwan Tolhoek. O holandês de 27 anos, que fez parte da sua formação e estava há 5 temporadas na Jumbo-Visma, assinou um contrato de 2 temporadas pela Trek-Segafredo. Na passagem pela Jumbo-Visma alcançou alguns bons resultados, foi 12º no Giro di Lombardia, 13º na Volta a Polónia, 11º no Dauphine, venceu 1 etapa na Volta a Suíça e este ano foi 2º na Vuelta a Andaluzia.
É um puro trepador de quem se esperava sempre um pouco mais e que nunca se conseguiu afirmar-se completamente na formação holandesa. Teve muitas vezes que trabalhar para um grande líder focado na classificação geral, algo que na Trek-Segafredo não acontece tanto devido aos objectivos de cada equipa. É um corredor ofensivo, que por vezes se foca na classificação da montanha de corridas World Tour. Poderá encaixar-se numa perspectiva de apoiar Mollema ou Ciccone na montanha, liderando possivelmente em algumas corridas de 1 semana.
Em sentido inverso está um dos grandes talentos holandeses da actualidade, o jovem Mick van Dijke. Aos 21 anos, assinou até 2024 depois de fazer 2 temporadas na equipa de desenvolvimento da Jumbo-Visma e foi em 2021 que deu o salto qualitativo que chamou a atenção dos responsáveis da estrutura dos Países Baixos.
Foi campeão nacional de contra-relógio sub-23, 2º na classificação por pontos da Volta a França do Futuro, ganhou 2 etapas e a geral do Flanders Tomorrow Tour e 2 tiradas da Kreiz Breizh Elites. É bom contra-relogista, explosivo e passa bem a média montanha, terá em Wout van Aert um bom mentor, tem algumas características semelhantes em relação ao poderoso belga. Será um nome a ter em conta já em 2022.
Outro ciclista a fazer a transição para profissional e que assinou por uma equipa World Tour é Reuben Thompson. A Groupama-FDJ identificou muito potencial no neozelandês de 20 anos, que ainda irá fazer mais uma temporada com a equipa de desenvolvimento, para depois assinar com a formação de elites em 2023.
Thompson já tinha impressionado enquanto júnior e esta época este envolvido em algumas fugas no Tour of the Alps, fez 18º no Baby Giro e depois ganhou a reputada prova para sub-23, o Giro Valle d’Aosta, onde bateu por quase 2 minutos a armada italiana. É um ciclista bastante alto para trepador, com os seus 1,84 metros e com apenas 20 anos ainda tem muito para evoluir.