A Team Total Direct Energie foi a grande protagonista no mercado ontem e inclusivamente fechou o plantel de forma definitiva. São 2 contratações bastante peculiares tendo em conta o contexto. Chris Lawless é mais um graduado da Axeon, tendo ingressado na Team Sky em 2018. Jovem bastante promissor, com triunfos na Volta a França do Futuro, teve uma primeira temporada no World Tour muito difícil, mas foi em 2019 que deu um passo em frente.



O primeiro passo foi dado no Scheldeprijs, onde terminou no lugar mais baixo do pódio, depois ganhou o Tour de Yorkshire de forma surpreendente, passando a montanha como nunca, tendo ainda sido 4º no Tour de Wallonie. Claramente perdeu alguma ponta final, ganhando capacidade para passar as colinas, algo normal na estrutura britânica. Em 2020 os resultados não apareceram e Lawless acabou por perder algum espaço para Ethan Hayter, tinha contrato até 2021, mas optou por sair para a equipa francesa com a conivência da Ineos. Parece-nos que será um rotundo falhanço (adaptação complicada a um ambiente estranho) ou um grande sucesso (internamente só tem realisticamente a concorrência de Bonifazio e Hagen e até tem boas características para as semi-clássicas francesas).

E que dizer da contratação de Edvald Boasson Hagen? Muito provavelmente a última grande cartada na carreira do norueguês de 33 anos, que já em 2015 tinha feito algo muito parecido quando saiu da Team Sky para liderar a MTN-Qhubeka, dando o que parecia um passo atrás na carreira. Estamos a falar de um dos ciclistas do pelotão com mais vitórias neste momento, 81, incluindo 3 etapas no Tour, a Gent-Wevelgem, 5 etapas no Dauphine ou 2 gerais no Eneco Tour.



Única questão que se coloca é que desde 2018 apenas somou 5 desses 81 triunfos, sendo que somente 2 deles foram fora do seu país, um contra-relógio na Volta a la Comunitat Valenciana e a 1ª etapa do Dauphine em 2019. Desde 2017 que é bastante inconsistente nos resultados, mas ainda este ano foi 2º numa chegada do Tour. A equipa também o verá como uma alternativa para as clássicas, partindo em posição de liderança juntamente com Niki Terpstra. Globalmente é um plantel bem mais internacional que noutros anos, resta esperar para ver se resulta.

Directamente do World Tour para o escalão Continental, Taco van der Hoorn vai sair da Jumbo-Visma para representar a Beat Cycling Club, como uma carreira muda rapidamente. O holandês de 26 anos foi um dos grandes destaques do circuito europeu em 2017 e 2018, ao serviço da Roompot. Venceu a Primus Classic, a Schaal Sels, 1 etapa no BinckBank Tour e ainda somou alguns pódios impressionantes.



Isso chamou a atenção da Jumbo-Visma e pensava-se que seria uma peça crucial para Wout van Aert nas clássicas. Nunca pegou de estaca, só conseguiu 1 pódio numa semi-clássica belga e está de saída de forma surpreendente, pois parecia encaixar na perfeição no perfil da equipa. A BEAT Cycling Club tem um plantel bastante interessante com corredores como Yoeri Havik e Jan-Willem van Schip, Taco van der Hoorn tem tudo para regressar a um nível bastante interessante em 2021, se houver competição para isso.

Bastou 1 ano fora de uma equipa russa para Pavel Kochetkov voltar ao seu país Natal, a temporada passada na CCC foi suficiente para o russo que irá para a Gazprom-Rusvelo, que por si já costuma receber bastantes ciclistas russos nesta situação. Resumindo Kochetkov é um ciclista muito experiente, campeão nacional em 2016 e que conta com 9 Grandes Voltas no currículo. É um corredor mediano no pelotão, sem grandes resultados a nível pessoal, dando mais nas vistas na montanha. Será mais um elemento de apoio a Ilnur Zakarin na Gazprom em 2021.



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