A formação espanhola continua a sua política de contratações no mínimo peculiar, o único grande nome que recrutaram foi Enric Mas. Davide Villella e Dario Cataldo são valiosos gregários, mas todos os outros ciclistas que vão entrar em 2020 (até agora) são relativamente desconhecidos. Falamos dos colombiano Einer Rubio e Juan Diego Alba, do espanhol Inigo Elosegui, do britânico Gabriel Culliagh e do suíço Johan Jacobs, aos quais se juntam agora o norte-americano Matteo Jorgenson e o alemão Juri Hollmann. Todos ciclistas muito jovens e que no imediato não terão grande impacto, o que pode ser um problema a curto prazo.
Vamos começar por Matteo Jorgenson até porque nos parece aquele com mais potencial. Com alguns bons resultados no escalão junior em 2017 passou a profissional na Jelly Belly em 2018, sagrando-se vice-campeão nacional sub-23 de contra-relógio. Esta época obteve grandes resultados como sub-23, 4º na Ronde de l’Isard e 17º na Volta a França do Futuro, ganhando a classificação por pontos, fruto de 2 pódios e 4 top-10 em etapas. Parece-nos um bom trepador que também é algo explosivo, e como é tradicional nos norte-americanos consegue defender-se no contra-relógio. O difícil pode ser adaptar-se à Movistar, numa estrutura onde subir na hierarquia não é fácil e onde por vezes falta liderança.
O outro reforço recente é Juri Hollmann, germânico de 20 anos de idade que correu na Rad-Net em 2018 e 2019. Há que admitir, Hollmann não tem grandes resultados, o maior destaque é o 12º posto nos Europeus de contrarrelógio em 2018, será um corredor alto e possante, com características para as clássicas. Continuamos a opinar que não é com esta política de contratações que a Movistar vai conseguir rivalizar nas Grandes Voltas com equipas como a Ineos ou a Jumbo-Visma.
De saída da Movistar está o jovem de 23 anos Jaime Castrillo, que esteve na equipa comandada por Eusebio Unzue em 2018 e 2019. Castrillo foi campeão nacional em vários escalões, na prova de estrada nos juniores em 2014 e em 2017 nos sub-23, em contra-relógio. No final desse ano foi 13º nos Mundiais da especialidade, na Movistar teve funções de gregário, controlando muitas corridas na frente do pelotão, utilizando as suas características de bom rolador. No ano passado também impressionou ao ser 6º na prova de estrada dos Mundiais de Innsbruck, em sub-23. Jaime Castrillo irá liderar uma nova equipa continental espanhola, a Kern Pharma, equipa que neste momento tem 7 ciclistas confirmados para 2020, todos eles com 23 anos ou menos.
Uma nova equipa no World Tour é a Israel Cycling Academy, que também vai acolher a estreia de James Piccoli no World Tour. O canadiano de 28 anos estabilizou na Elevate – KHS Pro Cycling em 2018 e a partir daí tem impressionado. Em 2018 foi 6º no Tour of Gila, 7º no Colorado Classic e ganhou o Tour de Beauce, mas este ano foi um dos melhores corredores daquela região. Foi 2º no Tour de Taiwan, no Tour de Beauce, na Joe Martin Stage Race e no Tour of Utah, uma prova onde teve muita visibilidade. Ainda ganhou o Tour of Gila, o facto de ter andado bem no ano todo é muito importante, pode surpreender muito em 2020 caso tenha oportunidade para isso.
Por fim destaque para a entrada de Alexander Konychev na Mitchelton-Scott, corredor italiano de 21 anos que em 2019 correu na equipa continental da Dimension Data. Um ciclista completo, forte fisicamente, que foi 4º na Coppa Bernocchi e 6º no G.P. d’Isbergues recentemente. Em 2020 não deverá fazer qualquer Grande Volta e terá funções de gregário na maioria das corridas.