A única transferência de um ciclista no World Tour neste artigo envolve Pavel Kochetkov. O russo de 33 anos tinha feito toda a sua carreira em equipas do seu país, começando na Itera, passando pela Rusvelo, antes de chegar à Katusha em 2014, onde vai estar até ao final da temporada. Apenas com uma vitória na carreira, o título nacional de estrada em 2016, Kochetkov muda-se para a CCC Team.
Um ciclista muito competente, razoável trepador que se destaca, principalmente, no apoio que dá aos seus líderes durantes as provas. Numa formação onde os homens de montanha não abundam, poderá ter sido um pedido de Ilnur Zakarin, que também segue o mesmo caminho. Fez, já, 8 Grandes Voltas na sua carreira.
Uma movimentação que estranhámos foi a de Frederik Backaert, que se mudou da Wanty- Groupe Gobert para a Vital Concept, num acordo válido por 2 anos. Ora vejamos, Backaert já fazia parte da prata da casa na Wanty, estava lá desde 2014, tinha algumas oportunidades nas semi-clássicas e estava em casa, já que tanto o ciclista como a equipa são belgas. Na Vital Concept terá um calendário em tudo semelhante, portanto não compreendemos muito bem esta transferência.
Aos 29 anos Backaert tem 1 vitória na carreira, uma etapa da Volta a Austria em 2016. Em 2017 brilhou nas semi-clássicas, 2º no Tro-Bro Leon, 5º na Le Samyn e no Tour du Finistere, e até foi 11º na Omloop het Nieuwsblad. É um corredor que de destaca precisamente quando as condições são mais duras e este tipo de corridas é mais endurecido e não é assim tão mau a sprintar em grupos reduzidos. A Vital Concept é uma formação que se está a mexer tarde no mercado, este é um primeiro reforço da estrutura liderada por Jerome Pineau.
É inegável que o ciclismo colombiano está na moda, o expoente máximo foi o triunfo de Egan Bernal no Tour e agora muitas equipas estão a apostar em ciclistas desse país. A Caja Rural não é excepção e contratou Alejandro Osorio, de 21 anos, que esta época representou a Nippo Vini Fantini. Um ciclista que esteve em destaque em 2018 tanto no Giro sub-23 como na Volta a França do Futuro e que esta temporada mostrou potencial ao ser 11º no Colombia 2.1 e 15º no Tour du Limousin e no Giro di Sicilia. Tendo em conta o que mostrou quando correu com os outros sub-23 foi um ano abaixo das expectativas, veremos se na Caja Rural, uma estrutura sólida e estabelecida internacionalmente, conseguirá evoluir como o esperado.
Às vezes é preciso dar um passo atrás para se dar dois em frente. Foi o que aconteceu a José Manuel Diaz. O espanhol viu a Israel Cycling Academy não renovar o seu vínculo no final da temporada passada, ingressou na Team Voralberg e está de regresso ao escalão Profissional Continental. 11º na Volta a Áustria e 7º no Tour de Savoie Mount Blanc deste ano, o espanhol é um bom trepador e chega a uma equipa onde tem alguma liberdade para se puder mostrar, podendo ser um dos líderes.
A Riwal Readynez Cycling Team reforçou-se com Christoffer Lisson, dinamarquês de 23 anos que passou 5 temporadas na BHS-Almeborg-Bornholm. Lisson tem tido uma evolução sustentada melhorando os resultados de ano para ano, e esta época foi 9º na Volta a Dinamarca e 5º no Duo Normand, conseguindo também regularidade ao longo de todo o ano, algo que é importante. A Riwal é sempre uma equipa activa nas provas em que participa, não tem propriamente um líder definido, mas sim um conjunto de corredores fortes com várias hipóteses de liderança. O reforço mais sonante até agora foi o de Sondre Holst Enger, que vem reforçar o núcleo de puncheurs com boa ponta final e Lisson é mais um ciclista com essas características, para além de não ser nada mau no contra-relógio.