As equipas estão a preparar afincadamente a nova temporada e nós não quisemos ficar atrás. Fizemos um estágio em altitude para refletir, ativar as bolas de cristal, queimar os doces de Natal e tentar adivinhar o que vai acontecer em 2025 no ciclismo de estrada. Este artigo conta com as previsões do André Esteves (AE) e do João Crespo (JC), as 2 pessoas que colaboram neste projecto. Preparem-se para muitas previsões falhadas e não se coíbam de discordar e dizer as vossas.

 

Melhor neo-pro do ano

AE – Simon Dehairs – A Alpecin-Deceuninck é capaz de descobrir talentos todos os anos e, depois de 3 temporadas a amadurecer na equipa de desenvolvimento, o belga de 23 anos dá o salto para a formação principal. Terá um calendário alternativo, no entanto é o ideal para o jovem sprinter, continuar a ganhar experiência e somar vitórias importantes no circuito europeu, onde a sua equipa tanto gosta de participar.




JC – Tibor del Grosso – Considerei Pablo Torres e Niklas Behrens, vou para alguém que considero estar já um bocadinho mais preparado para este nível de competição e que pode ser uma peça importante no puzzle da Alpecin. Alguém que segue em parte os passos de Mathieu van der Poel e que tem a primeira experiência World Tour aos 21 anos. Será um perigo nas clássicas, ainda para mais aproveitando a grande temporada de ciclocrosse que está a fazer.

 

Confirmação/revelação do ano

AE – Axel Laurance – Não é um tipo de ciclista habitual da INEOS Grenadiers, um corredor muito rápido, que passa bem as dificuldades. Saindo da Alpecin-Deceuninck à procura de novas oportunidades, o antigo campeão do Mundo sub-23 entra numa estrutura que não está bem e isso poderá não lhe colocar tanta pressão. Acredito que terá muitas chances para ser líder, não só em clássicas mas também em provas por etapas e ser um dos salvadores da temporada da equipa britânica.

JC – Isaac del Toro – Faz parte da minha previsão mais arriscada do ano, se acho que vai ganhar o Giro isso significa que será a confirmação do ano. Alguém com um potencial inestimável, que em 2023 ganhou a Volta a França do Futuro e que em 2024 já mostrou sinais de estar a espaços com os melhores, nomeadamente no Tour Down Under e no Tirreno-Adriatico. Terá papel livre ou de líder em algumas corridas, pode aproveitar, o Giro parece acessível e isso ajuda os mais jovens ou inexperientes.

 

Desilusão do ano

AE – Ben O’Connor – 2024 mostrou um australiano como nunca tínhamos visto, um cenário que não vejo a repetir. O’Connor muda de equipa, vai para uma formação australiana e esse ambiente até o pode favorecer, só que também terá pressão em substituir Simon Yates. Foi 4º no Giro e 2º na Vuelta mas temos de ser honestos que em luta direta com os principais candidatos nunca teve hipóteses e, depois da liberdade que lhe deram em 2024 não vão fazer o mesmo em 2025.



JC – Richard Carapaz – Creio que o equatoriano vai continuar com resultados abaixo do esperado, principalmente para alguém que foi contratado com a expectativa de ganhar uma Grande Volta e tendo um triunfo desses no currículo. Estão cada vez mais jovens de qualidade a aparecer neste departamento e Carapaz parece estar a ficar para trás.

 

Ciclista com mais vitórias em 2025

AE – Tadej Pogacar – Com o nível dos principais sprinters muito igualado, não consigo ver grandes diferenças entre Tim Merlier, Jasper Philipsen e Jonathan Milan, portanto será mais uma época recheada de vitórias para o esloveno. Com maior foco nas clássicas, as vitórias serão menos, o que conseguiu em 2024 é estratosférico, no entanto acredito que será suficiente para vencer este ranking.

JC – Tadej Pogacar – Não acredito que o esloveno consiga fazer as 25 vitórias de 2024 porque parece estar a apostar nas clássicas e não nas provas por etapas onde sempre consegue obter mais triunfos (pelos dias de competição e pela concorrência) e porque no ano passado o Giro foi uma grande fonte de vitórias. Dentro dos sprinters não vejo alguém assim tão dominador, portanto penso que 20 triunfos devem chegar para liderar neste ranking.

 

Equipa do ano

AE – UAE Team Emirates – Depois da fabulosa temporada de 2024, a equipa árabe quer mais, ainda não se dá por contente, o próprio Jotxean Matxin disse isso mesmo. É a equipa com mais profundidade de plantel e isso ajuda a estar em muitas frentes e sempre muito competitiva. Tadej Pogacar será o pilar de mais um grande ano, não só nas provas por etapas mas também nas clássicas.

JC – UAE Team Emirates – Comandada por Tadej Pogacar, é uma estrutura que foi dominante em 2024 e não parece desacelerar. Tem opções para ganhar ou pelo menos fazer pódio na maioria das corridas, acredito que vai ser a equipa com mais vitórias e aquela que vai liderar no UCI World Ranking.




Vencedores das Grandes Voltas

Giro d’Itália Tour de France Vuelta a Espanha
André Esteves Simon Yates Tadej Pogacar Jonas Vingegaard
João Crespo Isaac del Toro Tadej Pogacar Jonas Vingegaard

 

Vencedores dos Monumentos

Milano-Sanremo Tour de Flandres Paris-Roubaix Liege-Bastogne-Liege Il Lombardia
André Esteves Tadej Pogacar Mathieu van der Poel Mads Pedersen Tadej Pogacar Tadej Pogacar
João Crespo Mads Pedersen Mathieu van der Poel Wout van Aert Tadej Pogacar Tadej Pogacar

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