Foto: Cor Vos

Para este mercado há uma grande novidade, a regra de que as transferências só podem ser anunciadas oficialmente a partir de 1 de Agosto terminou. No entanto, é expectável que a maioria das mudanças de equipa continuem a ser confirmadas depois dessa data, para não perturbar a época actual e possivelmente criar maus ambientes e para aumentar o impacto das contratações, o foco das equipas durante o mês de Julho é o Tour e depois a atenção mediática vira-se para os Jogos Olímpicos.



Desta forma, é normal que actualmente apenas existam alguns rumores, ainda que esta semana tenha havido algumas novidades quanto a isso. Um dos grandes protagonistas da 2ª temporada da série do Tour de France na Netflix é Ben O’Connor, sem queres dar “spoilers” a quem ainda não viu, uma das coisas mais visíveis em todo o tempo de antena que o australiano teve é que parece ser uma peça do puzzle que não encaixa. Dentro da Ag2r, agora Decathlon-Ag2r, só se comunica em francês, os principais dirigentes da equipa não sabem praticamente uma palavra de inglês, ou pelo menos insistem em falar francês e o francês do australiano é limitado, isso torna a comunicação muito limitada e aumenta a frustração em certos momentos. Para além disso, o corredor de 28 anos é alguém mais emocional comparado ao que a equipa quer e isso aumenta o potencial de incompatibilidade.

Ben O’Connor veio da NTT em 2021 e teve bastante sucesso logo na primeira temporada dentro da estrutura francesa, ganhou 1 etapa no Tour e foi 4º na classificação, na altura foi uma das grandes surpresas da prova. Desde então nunca mais conseguiu alcançar esse nível de resultados, não obstante o 3º posto no Dauphine em 2022 e 2023 e o triunfo em etapa no UAE Tour este ano, a frustração é evidente e a equipa agora aposta mais em Felix Gall, para além de que se fala que Julian Alaphilippe pode estar a caminho. O’Connor, avança a imprensa internacional, estará a caminho da Jayco-AIUla, que está à procura de um novo ciclista para as provas por etapas, visto que Zana está a demorar a afirmar-se e Dunbar não confirmou o Giro de 2023, com o bónus de que este líder para a classificação geral é australiano, tal como Luke Plapp, e ter uma personalidade expansiva, o que também entra de encontro aos ideais da equipa.



Neste momento podem estar a questionar se nos esquecemos de Simon Yates, a verdade é que não. Os rumores apontam o britânico de 31 anos, em final de contrato com a Jayco-AIUla, a caminho da Visma|Lease a Bike, num movimento de mercado que seria, certamente, dos mais importantes do ano. É preciso ver que Simon Yates não é um ciclista qualquer, fez um ano de 2018 fenomenal, liderou o Giro até meio da 3ª semana, altura em que Froome fez uma remontada inesquecível, e depois vingou-se e foi ganhar a Vuelta. É verdade que sempre foi um ciclista mais inconsistente do que o seu irmão Adam, sempre mostrou mais fragilidades em certos momentos, especialmente na alta montanha das Grandes Voltas, daí ter 6 top 10’s em 16 participações em Grandes Voltas, mas para além de 2018 foi 3º no Giro em 2021 e 4º no Tour do ano passado.

Só o facto da Visma|Lease a Bike poder estar interessada em Simon Yates e estar no mercado por ciclistas deste género e deste calibre demonstra que os responsáveis acham que algo tem de mudar. É verdade que foi a equipa dominadora nas Grandes Voltas em 2023 e que tem tido muito azar em 2024, mas a UAE Team Emirates tem demonstrado superioridade em muitas provas, a saída de Roglic não foi coberta pela contratação de Uijtdebroeks e claramente a equipa precisa de uma ligeira renovação dos quadros na alta montanha porque a UAE tem-se reforçado com alguns dos melhores gregários das outras equipas e alguns dos jovens mais talentosos do Mundo e a Visma ainda mantém Kruijswijk ou Kelderman na estrutura, falta algum refrescar nessa parte. Mais do que isso, a formação neerlandesa está a sentir que a UAE está a tentar superá-la pelos números e nessa perspectiva realmente Simon Yates pode ser um factor a ter em conta em provas de 1 semana ou Grandes Voltas.



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