O contra-relógio de 16 kms nesta 4ª etapa do Criterium du Dauphine foi repleto de resultados surpreendentes. Já se sabia que a natureza ondulada do percurso seria boa para os corredores mais explosivos e para aqueles que são menos especialistas no esforço individual minimizarem perdas.
Mas ninguém esperava que Alexey Lutsenko, praticamente renascido das cinzas após um início de temporada para esquecer, levasse de vencida a etapa. Tirando os Nacionais, o último contra-relógio ganho por Lutsenko foi em 2014, na Volta a Dinamarca! A estratégia da Astana, que teve um dia incrível, foi bem clara, gerir na primeira metade para dar tudo na segunda metade, o que também levou ao 2º lugar de Ion Izagirre, não nos lembramos da última vez que a Astana fez 1º e 2º num contra-relógio.
Por falar em surpresas, temos de mencionar Lukas Postlberger, que tinha uma liderança muito curta à partida da jornada de hoje. Fez o melhor esforço individual que já o vimos fazer e isso valeu-lhe o 9º posto na etapa e a manutenção da camisola amarela por apenas 1 segundo. Nunca tinha feito top 10 num contra-relógio numa prova por etapas na carreira, e tem 29 anos.
Existem alguns derrotados hoje, uns pelo tempo perdido, outros pelo tempo que não ganharam. Esperava-se que a Ineos-Grenadiers saísse daqui na frente e Richie Porte foi 6º, com Geraint Thomas em 10º, isto depois do britânico ter passado com o melhor registo no ponto intermédio, uma quebra monumental nos últimos quilómetros.
Alguns trepadores, candidatos ao pódio final, não conseguiram minimizar as perdas e cederam mais de 1 minuto para o vencedor da jornada, quase 1 minuto para Porte. Falamos de Nairo Quintana, Enric Mas, Sepp Kuss ou Guillaume Martin, enquanto Miguel Angel Lopez, Ben O’Connor e Jack Haig defenderam-se até acima do esperado. No âmbito da classificação geral nota para Wilco Kelderman (4º na jornada) e Kasper Asgreen (3º hoje e que vai testar as suas pernas na alta montanha). Ilan van Wilder confirmou as sensações que transmitiu no Tour de Romandie.