Até hoje o plantel da Bahrain-Merida parecia curto, muito curto. Depois da saída de Vincenzo Nibali e mais tarde também de Rohan Dennis só Wout Poels e Mikel Landa tinham sido contratados. Para contrariar a tendência a formação liderada por Brent Copeland fez hoje um comunicado hoje revelou mais 6 reforços para 2020, uns já tinham sido envolvidos nos habituais rumores, outros são surpresas.
Pello Bilbao é a contratação mais sonante deste sexteto que foi anunciado. O basco de 29 anos está no auge da carreira e teve 2 temporadas brilhantes na Astana, ainda este ano fez 3º na Volta à Comunidade Valenciana e na Vuelta a Murcia, 4º na Vuelta a Andaluzia e ganhou 2 etapas no Giro e em 2018 tinha feito 6º na geral do Giro, ganhando tirada no Tour of the Alps no Dauphine. Na Bahrain-Merida provavelmente terá um calendário semelhante ao que tinha na Astana e oportunidades semelhantes também, algumas provas por etapas e liberdade para caçar vitórias. É um trepador algo explosivo que poderá ser também crucial no apoio a Mikel Landa, não tem problemas em sacrificar-se pelos colegas, evoluiu muito nas Grandes Voltas nesta sua passagem pela Astana, depois de 3 temporadas na Caja Rural.
Outro reforço espanhol que provavelmente estará no apoio a Mikel Landa é o veterano Rafael Valls. Um ciclista de 32 anos muito experiente, com passagem por Vacansoleil, Lampre-Merida, Lotto-Soudal e Movistar. A sua melhor temporada foi de longe 2015, quando ganha o Tour of Oman e faz 8º no Paris-Nice e na Volta a Catalunha, esteve muito abaixo do esperado nestas 2 épocas na Movistar, só em 2019 apareceu com o triunfo na Clássica de Ordizia. É daquelas contratações que pode ser uma grande mais valia ou um grande fiasco, tudo depende da sua capacidade para ajudar os líderes nas Grandes Voltas, algo que ele bem sabe fazer pois já alinhou em 9 provas de 3 semanas.
Na linha de Rafael Valls também está a contratação de Eros Capecchi, têm carreiras muito parecidas. Alguém entre os 30 e 35 anos, cuja época com melhores resultados já foi há algum tempo (no caso de Capecchi em 2012, quando faz 5º no Tour of Beijing e ganha o G.P. Lugano), com passagem pela Movistar (entre 2013 e 2015) e muito experiente em Grandes Voltas (18 provas de 3 semanas para Capecchi). O italiano não ganha desde 2012 e também não terá sido contratado para isso, mas sim para ajudar nos possíveis triunfos de outros. A sua saída da Quick-Step também é normal, a equipa belga é conhecida por renovar o seu plantel de tempos a tempos.
Uma das surpresas é Marco Haller, um ciclista muito forte e compacto, bom rolador com uma boa ponta final está época recuperou as melhores sensações nas clássicas, ao ser 7º no Scheldeprijs, 16º no Paris-Roubaix e 9º nno G.P. Frankfurt. Desde 2012 que estava na Katusha-Alpecin, ano em que subiu ao World Tour e durante muito tempo ajudou Alexander Kristoff tanto nos sprints como nas clássicas. Em 2018 esteve 6 meses sem competir devido a problemas de saúde e foi bom ver Haller de novo entre os melhores em 2019. A sua contratação justifica-se pela sua influência nas clássicas (Mohoric, Garcia Cortina e Haussler claramente era um lote curto para este tipo de provas) e eventualmente se Mark Cavendish entrar na Bahrain-Merida ele pode ser o lançador do britânico.
Outro dos ciclistas a integrar o plantel em 2020 será Scott Davies, ex-Dimension Data. Um britânico de 24 anos que se enquadra na aposta da equipa visto que a McLaren, uma empresa do Reino Unido está a fortalecer a sua posição dentro da Bahrain-Merida. Aos 24 anos será uma época muito importante para Davies, campeão nacional várias vezes nos escalões inferiores, um protótipo do corredor moderno, bom no contra-relógio e na montanha. Em 2017 foi 4º no Giro sub-23, atrás de Pavel Sivakov, Lucas Hamilton e Jai Hindley, só que a transição para os elites não correu da melhor maneira, ainda não mostrou todo o seu talento mas pode ser uma das surpresas de 2020.
O 6º e último reforço que vamos falar é Kevin Inkelaar, holandês de 22 anos que foi um dos melhores sub-23 de 2019. 4º no Tour Alsance, 3º no Giro della Valle d’Aosta, 11º na Ronde de l’Isard e 12º no Baby Giro, esta regularidade também é muito importante. Correu pela equipa de formação da Groupama-FDJ que o deixou fugir, parece ser sem dúvida um talento interessante na montanha.