Que Maria Martins é uma das grandes figuras do ciclismo português disso não há qualquer dúvida, e falamos mesmo entre homens e mulheres, por todo o respeito que já conquistou no pelotão internacional e por todos os resultados já obtidos na estrada, mas principalmente na pista com diversas medalhas em grandes campeonatos.
Depois de uma belíssima temporada em 2022 pela Le Col-Wahoo onde fez 6ª nos Europeus e 5º numa clássica World Tour ficou momentaneamente numa situação complicada visto que a equipa fechou portas. Como há males que vêm por bem surgiu a oportunidade da Fenix-Deceuninck e a portuguesa agarrou a oportunidade com unhas e dentes, fez mais de 360 pontos UCI e encerrou 2023 com 8 top-5, a maioria deles em clássicas belgas que foram resolvidas ao sprint.
Infelizmente isso não foi suficiente para assegurar um contrato no World Tour para este ano e concentrou-se na pista em ano olímpico, fez 2 top-5 nos Europeus e ficou no 14º posto no Omnium olímpico. No entanto a Canyon/SRAM confiou na capacidade da ciclista portuguesa e foi ontem oficial que Maria Martins se junta à formação germânica num contrato válido por 2 temporadas. Falamos numa das maiores estruturas do ciclismo feminino, não só em poderio como em tamanho do plantel, com 16 corredoras confirmadas em 2025, o objectivo é fazer um calendário bastante robusto. Estão na Canyon/SRAM nomes como Zoe Backstedt, Neve Bradbury, Antonia Niedermaier, Cecilie Ludwig, Chloe Dygert, Kasia Niewiadoma ou Soraya Paladin.
Maria Martins é uma sprinter e terá a concorrência interna de Zoe Backstedt, uma grande estrela em ascensão no circuito mundial e de Maike van der Duin, uma holandesa de 23 anos que a portuguesa conhece muito bem da pista. De resto a equipa tem aspirações a muitas provas por etapas, portanto é normal que seja preciso alguma ajuda no terreno plano em certas corridas mais duras.