A relação entre Caleb Ewan e a Lotto-Dstny estava longe de ser a melhor. As últimas temporadas não correram de feição e, mesmo ainda tendo um ano de contrato, ambas as partes acordaram terminar o contrato mais cedo. Cinco temporadas na formação belga por parte do Pocket Rocket, numa estadia onde foi de mais a menos. O ano passado já não tinha sido positivo, até venceu por 7 vezes mas apenas 1 no World Tour, só que esta temporada foi para esquecer com só com 1 triunfo … numa prova 1.1.



A gota de água chegou no Tour de France deste ano. O pequeno australiano até tinha começado bem, com dois pódios e parecia ser dos que mais ameaçava o domínio de Jasper Philipsen, só que o seu abandono na etapa 13 foi fatal. Relatos contam que Ewan já queria desistir há uns dias, a gerência da equipa não deixava e nesse dia Ewan abandonou mesmo. O ambiente já não era saudável, as críticas quanto ao desempenho do australiano já eram públicas e esta decisão do sprinter foi o ponto final na relação. Desde esse dia, Caleb Ewan esteve presente em 4 clássicas, abandonando em 3 delas. Para trás ficam 31 vitórias em 5 temporadas. O ano de 2019, logo o primiero foi o melhor, venceu 2 etapas no Giro d’Itália e 3 no Tour de France.

Ao mesmo tempo que a Lotto-Dstny anunciava a saída de Caleb Ewan, a Team Jayco-AlUla confirmava o australiano como reforço para as próximas duas temporadas. Depois de ter saído no final de 2018, também num ambiente não muito positivo, Ewan regressa à formação liderada por Matthew White onde será um dos principais sprinters da equipa. Ora, esta é uma transferência que faz sentido para todas as partes. A Lotto-Dstny vê sair um ativo que já não confiava e que estaria a absorver uma grande quantia do seu orçamento e Caleb Ewan deixa uma equipa onde já não era feliz para ingresar numa estrutura que já conhece, num ambiente mais familiar e … não menos importantes, uma equipa do World Tour. Já a Jayco-AlUla consegue, potencialmente, um sprinter de grande valor por uma quantia mais baixa, fazendo esta transferência uma contratação de baixo risco.



Uma das questões centrais é onde ficam Dylan Groenewegen e Michael Matthews no meio desta história? Enquanto Matthews consegue ter um calendário mais variado por ser um corredor mais completo, Ewan e Groenewegen são ciclistas mais parecidos. O mais provável é fazerem calendários distintos, existem provas mais que suficientes para dividir os blocos dos dois homens rápidos da Jayco-AlUla e, assim, também é uma forma de amealhar mais pontos para o UCI World Ranking. A questão central deverá estar nas Grandes Voltas. Ambos querem fazer o Tour de France, só que é certo que não vai haver espaço para os dois. O mais natural será Groenewegen ser o líder na Grande Boucle, tem sido muito mais regular e, neste momento dá mais garantias de bons resultados.

O regresso de Ewan à estrutura onde se fez profissional também teve que ter cedências por parte do ciclista. O australiano não pode chegar e ordenar um calendário à sua medida, terá que conquistar esse direito. Segundo Daniel Benson na sua conta no X, a estreia de Ewan será no Tour Down Under 2024, uma prova onde o australiano já conseguiu um total de 9 triunfos. A juntar a isso, o seu lançador principal já estará definido. Todos sabemos da fraca capacidade de posicionamento de Ewan e, nesse aspeto, Max Waslcheid, um dos reforços da Jayco-AlUla para a nova temporada, pode ser fundamental para o regresso aos grandes resultados.



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