Na Vuelta é mesmo assim, ontem foi um sprint em pelotão compacto, hoje uma dura chegada em alto e com um pelotão já bem reduzido e sem grande interesse em perseguir a fuga havia a sensação que hoje seria dia para mais uma escapada. Após alguns quilómetros de tentativas fugazes com duos e quartetos a adiantarem-se face ao grosso da coluna, finalmente após cerca de 30 quilómetros um grupo enorme ganhou uma boa vantagem.

Esse grupo tinha nada mais nada menos que 32 elementos, estando entre eles os portugueses Ivo Oliveira e Nelson Oliveira e nomes bem sonantes como Jay Vine, Marc Soler, Clement Champoussin, Alexey Lutsenko, Samuele Battistella, Wilco Kelderman, Jan Polanc, Patrick Bevin, Richard Carapaz, Antonio Tiberi ou Lawson Craddock. A Quick-Step ainda contou com uma pequena ajuda da Groupama-FDJ, mas deixou esta fuga ganhar uns avultados 11:30, o que colocava inclusivamente Kelderman próximo do pódio.




A cerca de 50 kms do final aconteceu o primeiro contratempo pessoal para Remco Evenepoel nesta Vuelta, o líder da prova foi ao chão juntamente com o seu colega Ilan van Wilder, aparentemente sem consequências muito sérias, uma Quick-Step que ontem já tinha perdido Julian Alaphilippe. O belga viria a reentrar pouco depois e o grupo dianteiro entrou na subida final com quase 11 minutos de avanço, já depois de anular uma tentativa a solo de Samuele Battistella.

Na frente da corrida foi a Bora-Hansgrohe a assumir as despesas com Matteo Fabbro a sacrificar-se para Wilco Kelderman, enquanto no pelotão primeiro a Jumbo-Visma e depois a Movistar tentaram acelerar o ritmo. Finalmente a 5 kms da meta começaram os ataques, com Elie Gesbert a abrir as hostilidades, e à segunda tentativa o francês conseguiu alguma distância face aos rivais. Foi Kelderman a fechar o espaço, levando com ele Brenner, Carapaz e Polanc.

Foi à entrada dos 2000 metros finais que Richard Carapaz lançou uma ofensiva fulminante que distanciou toda a gente, até Wilco Kelderman que ficou ali a uma distância de 10 segundos que nunca conseguiu fechar. Foi o triunfo do equatoriano, diante de Kelderman e de Marc Soler, que fez uma parte final bastante ponderada. Entre os favoritos foi Enric Mas a tentar a sua sorte, e por momentos apenas Evenepoel e Lopez foram com ele, havendo um reagrupamento posteriormente.




Nos últimos momentos da etapa ficaram apenas Evenepoel, Roglic, Rodriguez, Mas, Lopez e Ayuso, com o camisola vermelha a assumir o controlo da situação. Remco viria a acelerar na fase final, ganhando alguns segundos a Rodriguez e Lopez, mas nada mais. Na classificação geral os grandes beneficiados foram Wilco Kelderman e Jan Polanc, que subiram de 21º e 23º para 6º de 9º da geral, respectivamente.

Em relação aos ciclistas portugueses João Almeida foi 23º a 8:12 (perdeu 33 segundos para os favoritos) e na classificação geral perdeu 2 lugares (para Lopez e Kelderman), caindo para 8º. Nelson Oliveira foi 40º e trabalhou na fase final para Enric Mas, Ivo Oliveira tentou levar a fuga a bom porto, pensando em Jan Polanc e Marc Soler.

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