Dia de Dwars door Vlaanderen, o último teste antes do Tour des Flandres, mas desta vez sem os grandes tubarões desta época de clássicas (Wout van Aert, Mathieu van der Poel e Tadej Pogacar). Isso fez com que a corrida fosse mais aberta, a Jumbo-Visma queria continuar a senda vitoriosa, Quick-Step e Ineos-Grenadiers tinham blocos poderosos que queriam regressar aos triunfos. No meio disto tudo acabou por formar-se uma fuga bem mais forte do que seria de esperar, inclusivamente com o antigo vencedor de Monumentos, Alexander Kristoff. O norueguês foi acompanhado por Yevgeniy Gidich, Oier Lazkano, Ward Vanhoof, Leon Heinschke e Nickolas Zukowsky.

Sentindo o perigo que era este sexteto o pelotão nunca permitiu uma vantagem muito grande, o objectivo maior de Kristoff era passar as principais dificuldades ainda com alguma vantagem. A Trek-Segafredo colocou um ritmo mais forte e as hostilidades começaram bem cedo, a cerca de 100 kms da meta. Uma queda de Tim Merlier afastou o campeão belga da luta e ajudou a partir por completo o pelotão no Berg ten Houte e no Kanarieberg a Jumbo-Visma lançou-se ao ataque com Tiesj Benoot a levar com ele Christophe Laporte, Quinten Hermans e Jasper Philipsen, numa altura em que a frente da corrida ainda estava a 1:30.




Os restantes favoritos reagiram rápido e neutralizaram esta tentativa e no Knokteberg voltou a ser a Jumbo-Visma a tentar fazer a diferença, Tosh van der Sande lançou Tiesj Benoot e apenas Quinten Hermans e Neilson Powless lograram seguir o belga, tendo a companhia mais tarde de Laporte, Kung, Madouas, Narvaez e Honoré. Pedia-se alguma colaboração, até porque Groupama-FDJ, EF Education e Jumbo-Visma tinham 2 elementos, enquanto num segundo grupo a maior interessada era a Lotto-Dstny, que tinha Arnaud de Lie e mais 3 colegas de equipa. Matteo Trentin ainda tentou fazer a ponte sozinho, tarefa quase impossível que não conseguiu.

Após a subida de Ladeuze, a última verdadeiramente difícil do percurso, Lazkano, Kristoff e Heinschke ainda estavam na frente, com 40 segundos sobre os 8 perseguidores e 1:20 para o grupo principal, onde se tentava organizar uma perseguição para os sprinters que restavam. Kristoff e Lazkano ainda sobreviveram com 15 segundos de avanço ao Nokereberg e até tinham 50 segundos para o grupo principal no final dessa dificuldades, onde também Jayco e UAE iam ajudando.

O final da corrida foi emocionante, a última colina em Nokere, a 10 kms da meta deu uma reaproximação, entre a frente da corrida e o pelotão restavam 25 segundos e os 3 grupos estavam em linha de vista. O duo de resistentes foi alcançado pelos perseguidores a apenas 6 kms do final e a partir desse momento começaram os ataques e após um primeiro teste saiu um Christophe Laporte que era claramente o mais forte e ganhou um enorme espaço para a concorrência, espaço que ninguém conseguiu fechar e o francês teve tempo para escolher o festejo. Oier Lazkano teve o merecido prémio após uma prova incrível com a presença no pódio, diante de Neilson Powless, enquanto Jasper Philipsen foi o mais poderoso no pelotão, finalizando em 4º.

 

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