Hoje a chuva foi abençoada para uns e malvada para outros, é assim por vezes nos contra-relógios, nem sempre as condições meteorológicas são iguais para todos. Durante grande parte do prólogo do Tour Down Under, um circuito citadino de 5500 metros nos arredores de um parque em Adelaide, os 8 primeiros a partir tinham os 7 melhores tempos.
Começou a chover pouco depois e num traçado com partes técnicas tornou-se impossível melhorar os registos que tinham sido feitos. Inclusivamente, ninguém logrou baixar dos 6:19 que Alberto Bettiol conseguiu fazer, o italiano voou no traçado australiano e foi o único a superar a barreira dos 52 km/h de média. A estrada seca dos primeiros momentos foi também aproveitada por Samuel Gaze e Hugo Page, 2 corredores que estão longe de ser especialistas, para fazerem top 10 no final.
Veio o dilúvio e vieram as quedas, foram muitos os corredores a ir ao chão na parte mais técnica, Sean Quinn, Finn Fisher Black, Chris Hamilton, Mikkel Honoré, Alessandro Covi, Sergio Samitier e Tim van Dijke, pelo menos estes houve a informação que caíram. A estrada começou a secar e surgiram algumas intromissões no top 10, primeiro o favorito Michael Matthews e depois o campeão nacional Jay Vine. Já com o piso próximo de estar seco o norte-americano Magnus Sheffield fez 6:27 e ficou a 8 segundos de Bettiol e apareceram mais algumas surpresas, o 3º posto de Julius Johansen e o 4º lugar do sprinter Kaden Groves. Nota ainda para o jovem Marius Mayrhofer, que entrou no top 10.
Curiosamente, a chuva reapareceu para os últimos a partir, o que prejudicou outro dos favoritos, Ethan Hayter, visivelmente agastado com a situação. Neste caso, o britânico só se pode culpar a ele próprio, Corbin Strong que partiu imediatamente depois dele fez 3 segundos melhor. Nas contas da geral vantagem inicial para 3 ciclistas: Sheffield, Vine e Matthews, que ganham segundos importantes a Hayter, Plapp ou Bilbao. Mikkel Honoré foi claramente o mais prejudicado também por causa da queda, mas corredores como Storer ou Hindley já perderam 30 segundos e disseram virtualmente adeus à possibilidade de ganhar a geral.
André Carvalho, o único português em competição, foi 92º a 41 segundos do vencedor.