Entre ontem e hoje surgiram muitas novidades em relação ao Coronavírus e aos seus efeitos no mundo velocipédico. Primeiro a RCS Sport, entidade organizadora dos próximos eventos do World Tour (Strade Bianche, Tirreno-Adriatico e Milano-SanRemo) anunciou que, tendo em conta o ponto da situação, as provas irão mesmo realizar-se. Nenhuma destas corridas será na Lombardia, zona de Itália mais afectada pelo vírus.




Hoje de manhã houve uma nova informação sobre o UAE Tour, a Gazzetta Dello Sport afirma que entre os envolvidos na corrida há um total de 12 casos, 8 entre staff e organizadores e 4 ciclistas com o COVID-19. 2 dos ciclistas são russos, da equipa Gazprom-Rusvelo, existe ainda 1 italiano e 1 colombiano, sendo que o único colombiano em competição é Fernando Gaviria da UAE Team Emirates. O mais estranho no meio disto tudo é que nenhuma equipa admite ter casos positivos e a Groupama-FDJ até já confirmou que nenhum dos casos é na equipa gaulesa.

Ainda falando do UAE Tour, existem 4 equipas ainda em quarentena no hotel: UAE Team Emirates, Gazprom-Rusvelo, Groupama-FDJ e Cofidis. Já há várias filmagens nas redes sociais dos ciclistas a utilizarem objectos do dia-a-dia para treinar e tentar manter a condição física, alguns dizem que grande parte da temporada já está estragada devido este período em quarentena, visto que a mesma deve durar até ao dia 14 de Março, mesmo que os primeiros testes ao vírus tenham dado negativo.




No entanto, a grande questão neste momento é mesmo a realização ou não da Strade Bianche, Tirreno-Adriatico e Milano-Sanremo, apesar da vontade da RCS Sport de avançar com as provas, as equipas não parecem muito inclinadas para isso. A EF Education First foi a primeira a tomar posição e pediu para não comparecer a essas corridas (sendo equipas World Tour tem obrigatoriedade disso). A formação norte-americana enviou uma carta à UCI onde explica que a saúde dos ciclistas está em primeiro lugar e que esta renúncia às corridas transalpinas tem como objectivo limitar o potencial de contágio do vírus. A informação foi avançada ontem pelo Wall Street Journal e mais tarde confirmada pelo responsável da equipas, Jonathan Vaughters.

Com a mesma mentalidade, 13 médicos das equipas World Tour escreveram uma carta aberta à RCS Sport e à UCI a pedir o cancelamento das corridas italianas mencionado que “é o mais responsável para os ciclistas e para a saúde da população em geral”. Não só no World Tour masculino há provas previstas em Itália, no World Tour feminino também, com a Strade Bianche e o Trofeo Alfredo Binda. A Parkhotel Valkenburg já emitiu um comunicado a dizer que vai faltar a estas corridas, preservando assim a integridade física das ciclistas.




Na nossa opinião, o cenário mais provável neste momento é mesmo o cancelamento de todas as provas italianas em Março e o Paris-Nice pode seguir o mesmo caminho.

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