O ciclismo não para em Glasgow e hoje foi dia para a prova de fundo dos Campeonatos do Mundo para os sub-23, com Portugal a marcar presença por intermédio de António Morgado, Gonçalo Tavares, Alexandre Montez, Daniel Lima e Diogo Gonçalves. Praticamente 168 quilómetros e somente ao quilómetro 30 se formou a fuga do dia. 10 ciclistas na frente, sendo eles Antoine Huby, Axel Laurence, Lorenzo Milesi, Jack Rootkin-Gray, Moritz Kretschy, Trym Brennsaeter, Abdulla Al-Ali, Brody McDonald, Jonathan Guatibonza e Alastair Mackellar.

Num dia com chuva, as estradas tornaram-se muito escorregadias e a entrada no circuito final levou a muitas quedas no pelotão, quase sempre comandado pela Bélgica. Dezenas de quedas aconteciam no entanto quase todas sem consequências de maior. Tudo isto só tornava a corrida ainda mais seletiva, já que o pelotão era cada vez mais curto com o passar das voltas ao circuito de Glasgow.

A 40 quilómetros do fim, com a fuga totalmente partida, apenas restavam na frente Laurence, Milesi, Rootkin-Gray e Kretschy, e com o pelotão (ou o que restava dele) a 50 segundos, António Morgado atacava. O português foi passando elementos da fuga e, pouco depois, juntava-se ao grupo perseguidor onde também se tinha unido Martin Svrcek.

Faltavam 26 quilómetros e o cenário de corrida voltava a mudar, com Laurence a atacar, deixando todos os companheiros de fuga para trás, fugitivos esses que eram apanhados por Svrcek e Morgado logo de seguida. Mesmo contra 5, Laurence mantinha a sua vantagem estabilizada entre os 20/25 segundos, entrando na volta final, com 14,5 quilómetros por percorrer com 25 segundos.

A diferença baixava para os 15 segundos com os pequenos ataques que aconteciam atrás, principalmente por intermédio de Svrcek, no entanto era só aí, já que a organização não era a melhor e Laurence continuava a acreditar. Somente Svrcek e Morgado trabalhavam e isso foi fatal. Milesi guardou tudo para a última subida, arrancou forte, não mais parou mas já era tarde.

Laurence venceu in extremis e, atrás, no sprint pela prata António Morgado voou para o 2º lugar à frente de Martin Svrcek. Presente na fuga do dia, o francês consegue o título mundial e Morgado volta a ser vice-campeão do Mundo tal como no ano passado em juniores. Sentimento de alguma frustração já que com mais colaboração, Morgado podia ter sido campeão do Mundo.