Dia de todas as decisões na Volta ao Algarve e com a classificação geral tão “cavada” as equipas sabiam perfeitamente que não podiam esperar pela última subida para tentar alguma coisa. A Visma foi das formações mais activas logo no início, uma primeira hora de corrida absolutamente de loucos onde não havia fuga a formar-se, com Jan Tratnik a somar 4 segundos de bonificação e Wout van Aert a passar na frente na Picota. Só após os 50 quilómetros é que se estabeleceu um grande grupo na frente da corrida, com 20 elementos.

Maximilian Schachmann, Tobias Bayer, Florian Senechal, Max Walker, James Shaw, Olivier Le Gac, Valentin Madouas, Clement Russo, Filippo Ganna, Mike Teunissen, Jasper Stuyven, Gijs Leemreize, Per Strand Hagenes, Nils Politt, Mattia Cattaneo, Marius Mayrhofer, Rasmus Tiller, Andreas Leknessund, Hugo Nunes e Rafael Reis formavam o grupo, com destaque para James Shaw, o melhor colocado na geral a 3;57, para a Groupama-FDJ com 3 elementos, para Leknessund que estava na luta pela montanha, para Cattaneo que poderia recuar para ajudar Evenepoel e ainda os 2 elementos das equipas portuguesas. A vantagem cifrava-se em redor dos 3 minutos e o nervosismo aumentava com a aproximação ao Malhão.




No entanto a corrida mudou na passagem por Alte, a cerca de 40 kms da meta quando o ritmo já ia muito rápido, Wout van Aert atacou e um pouco mais tarde teve a companhia de Ben Healy. Per Strand Hagenes esperou pelo seu líder e James Shaw também ajudou quando Healy chegou à frente, ainda antes da primeira passagem pelo Malhão. Hugo Nunes ainda tentou fazer uma gracinha, só que Shaw estava endiabrado e desfez por completamente a fuga, enquanto a Quick-Step não entrava em pânico e mantinha Knox e Landa junto de Remco Evenepoel, num grupo que tinha 20 unidades, já sem Magnus Sheffield, também afectava por uma avaria mesmo antes das subidas.

No Alto do Malhão seguiam então Wout van Aert, Ben Healy e Gijs Leemreize, vários ciclistas intermédios e o grupo principal a mais de 1 minuto. A Bora-Hansgrohe ia dando uma grande ajuda à Soudal-Quick Step para encurtar a diferença visto que Jungels ainda estava no grupo e Evenepoel já só tinha Landa e a diferença encurtou muito, tanto que entraram com apenas 10 segundos na última subida ao Malhão. Ben Healy foi o último sobrevivente desta tentativa de ataque e um dos 7 que ficou na frente depois do ritmo de Higuita e de uma aceleração de Daniel Martinez, juntamente com Evenepoel, Pidcock, Tratnik, Kuss e Scaroni.

Sepp Kuss ainda tentou a sua sorte e depois de ser perseguido colocou-se ao trabalho para Tratnik já dentro do quilómetro final. Remco Evenepoel tentou surpreender de longe, com resposta pronta de Daniel Martinez, que mostrou estar novamente numa excelente condição física ao bater o camisola amarela ao sprint, enquanto Thomas Pidcock fechava o pódio. Cristian Scaroni foi a grande surpresa do dia ao concluir no 4º posto. Na classificação geral manteve-se a ordem que vinha de ontem, Evenepoel, Martinez e Tratnik, António Morgado foi o melhor português na etapa e na geral ao concluir no 10º lugar. O melhor elemento de uma equipa portuguesa foi novamente Hélder Gonçalves, foi 20º na etapa e com isso subiu alguns lugares na geral.

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