Foi um contra-relógio dos mais espectaculares dos últimos tempos. Pelo nível dos protagonistas e pelo equilíbrio que a estrada mostrava. Num percurso com 2 voltas de 22 kms ao final dos primeiros 22 kms apenas 15 segundos separavam ao 6 primeiros: Primoz Roglic, Tom Dumoulin, Filippo Ganna, Rohan Dennis, Wout van Aert e Stefan Kung, com o esloveno a ter ligeira vantagem sobre os restantes e Remi Cavagna já em quebra. João Almeida era 19º e Nelson Oliveira 23º.
Só que na segunda metade do percurso Primoz Roglic simplesmente não deu a mínima hipótese à concorrência, fazendo a maior parte da diferença para os seus rivais na parte mais dura do percurso. Aí o esloveno abriu uma vantagem de 30 segundos para os rivais, que nunca mais conseguiram fechar, ficando a lutar pelas restantes medalhas. Uma luta bastante apertada, por sinal.
Tom Dumoulin estabeleceu o registo de referência nesta luta, um registo que Dennis quase conseguiu bater, mas não conseguiu, que Kung quase conseguiu bater, mas não conseguiu e que Wout van Aert ficou muito longe de bater, uma das desilusões do dia. Só faltava Filippo Ganna e o actual campeão do Mundo teve o mesmo desfecho de Dennis e Kung, bateu na trave.
No final de contas Primoz Roglic deu 1 minuto a toda a gente no contra-relógio dos Jogos Olímpicos, uma margem impensável e um resultado inesperado, mas merecido para um ciclista que volta a mostrar a sua resiliência e a sua força mental após ter sido forçado a abandonar num dos grandes objectivos da temporada. Tom Dumoulin foi 2º a 1:01, outro resultado marcante, um corredor que se afastou da modalidade por uns meses e que visivelmente emocionado, assinalou o seu regresso aos grandes momentos e aos grandes palcos.
O bronze ficou para Rohan Dennis, com 1 segundo de margem sobre Stefan Kung e sobre Filippo Ganna, que viram a medalha olímpica tão perto. João Almeida e Nelson Oliveira foram paulatinamente recuperado lugares, terminando em 16º e 21º, respectivamente.