Foto: Tim de Waele/Getty Images

Os nossos leitores decidiram e elegeram Sepp Kuss como a grande desilusão de 2024. Num total de 258 votos (obrigado pela participação), o trepador norte-americano obteve uma vitória que ninguém quer ter, arrecadando 170 votos, o que corresponde a 66%. Numa votação sem margem para dúvidas, Jai Hindley e Filippo Ganna completaram o pódio, com 39 e 35 votos, respetivamente. No dia de amanhã, sairá a 6ª sondagem, onde vamos eleger a melhor vitória do ano.

Após os nossos leitores terem dado a sua opinião, é hora das 2 pessoas que colaboram neste projeto também irão deixar o seu ponto de vista fundamentado em relação à sua escolha.




André Esteves – Sepp Kuss

Do céu ao inferno em apenas uma temporada. Sepp Kuss saiu de 2023 como uma das grandes figuras da Visma|Lease a Bike e do ciclismo mundial, entrou com mais oportunidades em 2024, no entanto acabou a temporada de mãos a abanar. As dúvidas quanto à capacidade de liderança do norte-americano voltam a pairar, raras são as ocasiões em que Kuss consegue aguentar a pressão e liderar a Visma numa competição. Este ano teve muitas oportunidades e apenas se conseguiu destacar na Vuelta a Burgos.

É certo que a fasquia estava muito elevada, só que Kuss conseguiu ter uma das piores temporadas dos últimos anos. Também teve o azar a bater-lhe à porta com lesões e consequências da COVID-19 mas nem tudo se pode explicar com isso. O facto de ter feito 3 Grandes Voltas em 2023, uma época muito desgastante a nível físico e mental também pode ter pesado em 2024. Veremos que versão de Kuss aparece em 2025, a Visma e Jonas Vingegaard precisam do melhor Kuss de regresso.

 

João Crespo – Sepp Kuss

Depois de uma temporada incrível que culminou na vitória da Vuelta, o norte-americano foi dos ciclistas de elite mais apagados de 2024 e há várias razões que amplificam esta situação. Primeiro a tal questão de perspectiva, o que Kuss fez em 2023 foi quase impensável, fazer as 3 Grandes Voltas em que no Giro e no Tour foi peça fundamental e na Vuelta foi um vencedor improvável é quase como irem a um restaurante, comerem uma excelente entrada e prato principal e depois a sobremesa consegue ser ainda melhor, foi essa a última imagem que Kuss deixou.



A segunda grande questão é que finalmente o norte-americano de 30 anos tinha mais liberdade e abertura para liderar uma estrutura como a Visma|Lease a Bike visto que Primoz Roglic saiu. É verdade que Jorgenson entrou, mas longe de chegar com o estatuto do seu compatriota. O início morno de época foi normal em Kuss, o problema é que nunca engrenou, também devido a alguns problemas físicos que teve, é preciso dizer. As expectativas voltaram a subir quando ganhou a Vuelta a Burgos, mas voltou a desapontar na Vuelta, sendo somente 14º quando estava a defender o título e tinha condições para fazer mais e melhor.

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