Os nossos leitores decidiram e elegeram Filippo Ganna como a grande desilusão de 2022. Num total de 187 votos (obrigado pela participação), o italiano da INEOS Grenadiers obteve uma vitória que ninguém quer ter, arrecadando 60 votos, o que corresponde a 32%. Simon Yates com 46 votos e Kasper Asgreen com 34 votos completaram o pódio. No dia de amanhã, sairá a 6ª sondagem, onde vamos eleger a melhor prova do ano.

Após os nossos leitores terem dado a sua opinião, é hora das 3 pessoas que colaboram neste projeto também irão deixar o seu ponto de vista fundamentado em relação à sua escolha.




André Antunes – Michael Woods

O ciclista da Israel-Premier Tech esteve vários furos abaixo do esperado. Não fez jus ao estatuto de um dos melhores ciclistas da equipa no que toca a subir e ao facto de ser um dos melhores do mundo quando as pendentes são elevadíssimas.

Venceu uma etapa e geral na Route d’Occitanie e uma etapa no Gran Camiño. Passou ao lado dos bons resultados a que estamos acostumados.

 

André Esteves – Tim Merlier

Novamente não foi uma escolha fácil, houve vários ciclistas que tiveram uma temporada para esquecer, uns por muitos azares e lesões, outros simplesmente não conseguiram render o esperado. Tim Merlier vinha em crescendo na sua importância dentro da Alpecin-Deceuninck. Desde 2019 os seus resultados vinham a subir gradualmente e, este ano, não conseguiu manter o nível.



Não teve uma temporada fraca, quando comparada com outros sprinters, venceu no Tirreno-Adriático, a Clássica Brugge-De Panne e foi campeão nacional belga, só que faltou o mais importante, a consistência de resultados ao longo do ano e vencer na única Grande Volta que disputou. Passar de vencer no Giro e Tour em 2o21, para perder todos os sprints que fez na Vuelta é uma diferença gigante. Pecou um bocado pela colocação, quando o seu comboio não funcionava raramente estava na luta, algo que Merlier conseguia fazer sozinho.

Talvez tenha acusado a pressão de atingir o nível de Jasper Philipsen e ser o melhor sprinter dentro da equipa, pois durante vários meses os resultados foram fracos. Em 2023 irá mudar de ares, não me admirava de ver o “velho” Tim Merlier de volta com as cores da Quick-Step.

 

João Crespo – Florian Senechal

Confesso que esta escolha é mais pela desilusão acumulada. Outrora visto como uma das grandes promessas do ciclismo francês, ganhou o Paris-Roubaix no escalão de juniores, fez 17º entre os elites nessa mesma corrida apenas aos 21 anos. As indicações deixadas enquanto corria pela Cofidis convenceram a Quick-Step a recrutar o gaulês para o seu bloco das clássicas e a expectativa era imensa porque Senechal claramente tinha talento e na equipa belga todos melhoram.

Inicialmente tapado por Terpstra, Gilbert, Stybar e Lampaert, foi aos poucos subindo na hierarquia interna graças à saída do neerlandês e à perda de capacidade física do checo e de Gilbert. Agora com 29 anos, vinha na ressaca de 2 épocas muito positivas, principalmente pensando que tinham tido muitas provas canceladas pela pandemia. Em 2021, ganhou na Vuelta, fez top 10 no Tour des Flandres, fez pódio na E3 e até venceu a Primus Classic.



Tendo o foco pleno nas clássicas, a Quick Step acusou os problemas físicos de Asgreem e Alaphilippe e os constantes azares de Lampaert, também porque Senechal esteve muito abaixo das expectativas, terminando em 38º no Tour des Flandres e 13º Paris-Roubaix. A sua ausência constante nos cortes principais obrigou a diversas perseguições, até porque a presença de um ciclista destes, com uma boa ponta final, marca muito. É a minha desilusão do ano porque piorou muito os resultados quando até vinha em subida e porque tinha responsabilidade de fazer mais e melhor numa estrutura como esta.

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