Ontem foi um dia de boas e más notícias para o ciclismo feminino. Vamos começar pelas boas notícias, a estruturas da Boels-Dolmans, uma das principais equipas no panorama do ciclismo feminino, garantiu a continuidade até 2024. Até ao final de 2020 com o nome de Boels Dolmans, e depois com o novo sponsor SD Worx.



A equipa também anunciou a renovação do contrato com 2 corredores que fazem parte da “prata da casa”: Anna van der Breggen e Chantal Blaak, que já correm juntas desde 2017. No entanto, ambas as ciclistas confirmaram ontem que estão a pensar retirar-se de competição em 2021 e 2022, respectivamente, passando posteriormente para o staff da equipa.

Pode parecer surpreendente, mas ao mesmo tempo não será, até porque Anna van der Breggen, uma das melhores ciclistas de todos os tempos, já tinha dado sinais de falta de motivação. A holandesa de 30 anos, terá 31 quando se retirar, vai competir até aos Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados para 2021, senão era provável que deixasse de ser ciclista profissional já em 2020.

“Tenho notado que sinto muita motivação para os Jogos Olímpicos, mas por vezes um pouco menos pelas outras corridas. Acho que como atletas ao mais alto nível precisamos de sentir a motivação, quase em forma de desespero, eu quero ganhar”. De recordar que Anna van der Breggen já ganhou quase tudo o que havia para ganhar, foi campeã olímpica no Rio em 2016, campeã do Mundo em 2018, ganhou o Giro Rosa em 2015 e 2017, o Tour des Flandres em 2018, a Liege-Bastogne-Liege em 2017 e 2018 e a Fleche Wallonne por 5 ocasiões, somando 46 triunfos na carreira.



Já Chantal Blaak vai correr mais um pouco, até à Primavera de 2022, passando depois também para o corpo técnico da estrutura, como directora e treinadora. Também tem 30 anos e um currículo invejável, especialista em clássicas tem liderado a Boels nestas provas desde 2015. Já foi campeã do Mundo em 2017 e também tem no palmarés a Omloop het Nieuwsblad, a Amstel Gold Race, a Le Samyn, a Gent-Wevelgem e a Rnde van Drenthe.

Blaak quer parar de ser ciclista profissional enquanto ainda está no auge. “É uma escolha complicada, mas acho que é o momento certo.” Tendo em conta que Marianne Vos também já tem 32 anos e Annemiek van Vleuten 38 anos, esta pode ser a abertura para uma nova geração de ciclistas saltar para a ribalta.



De notar que estes abandonos da modalidade aos 29, 30, 31 anos, é algo recorrente no ciclismo feminino, uma tendência que não se verifica tanto no ciclismo masculino tendo em conta o contexto (ciclistas que ainda estão nas melhores equipas do Mundo e com capacidade para resultados ao mais alto nível).

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