Não foi uma novidade ver os primeiros 70 quilómetros desta 11ª etapa da Vuelta a serem corridos de uma forma alucinante, entre ataques e contra-ataques a média rondava os 48 km/h e quando finalmente a situação acalmou estavam cerca de 40 ciclistas na frente da corrida. Os maiores perigos para a classificação geral eram George Bennett, Guillaume Martin e Eddie Dunbar, todos com alguns colegas com eles na frente, a Decathlon-Ag2r optou por fazer uma barragem, que não foi “respeitada” pela EF e acalmou o ritmo para deixar a vantagem esticar.
A formação francesa permitiu cerca de 6 minutos ao grupo que ainda manifestava alguma descoordenação, algo que foi aproveitado por Xandro Meurisse para atacar e ganhar 1 minuto para o mesmo, permitindo que Quinten Hermans descansasse entre os perseguidores. Na segunda passagem por Aguasantas a Israel-Premier Tech mexeu na fuga e reduziu o tamanho do grupo a cerca de metade, a fuga voltou a crescer de dimensão depois na descida e foi nessa altura que Meurisse foi apanhado. A situação estabilizou um pouco nessa fase, a Decathlon, com alguma ajuda da Movistar, baixou a diferença para 5:20.
Foi assim que entrámos na última subida do dia e houve movimentações logo desde o primeiro metro, com Urko Berrade, Carlos Verona e Filippo Zana a ganhar um espaço muito considerável e apenas Max Poole conseguiu fazer a ponte antes do topo. Entre os favoritos a Red Bull-Bora entrou a todo o gás a trabalhar para Primoz Roglic e naturalmente surgiu o ataque de esloveno, que seguiu com o seu habitual companheiro destas aventuras, Enric Mas. Ben O’Connor passava por grandes dificuldades e perdia inclusivamente o contacto com Carapaz, Landa, Skjelmose, Rodriguez e companhia.
Landa, Gaudu e Skjelmose conseguiram fazer a ponte para Mas e Roglic mesmo antes do alto e Daniel Martinez, que estava na fuga original, recuou para ajudar e muito o seu líder. Entretanto na frente da corrida vários corredores conseguiram fazer junção na parte final da descida e começaram os ataques à vez. Eddie Dunbar conseguiu surpreender, ganhou uma vantagem grande e os restantes tiveram de ver o irlandês festejar a maior vitória da carreira com Quentin Hermans a bater Max Poole em cima do risco de meta enquanto Jhonatan Narvaez ganhava o sprint maior.
Martinez, Roglic, Skjelmose, Landa, Rodriguez e Gaudu trabalharam em conjunto para ganhar o máximo de tempo possível, Carapaz e Sivakov chegaram pouco atrás e mais de meio minuto depois chegou o grupo de Ben O’Connor.