Depois de em 2019 a Efapel ter estado muito próximo de ganhar a Volta a Portugal com Joni Brandão (partiu para o contra-relógio final de amarelo e só perdeu por 27 segundos), a formação de Ovar reforçou-se a pensar num possível triunfo na “Grandíssima”.




Tal como referimos há algumas semanas (podem ler aqui), o plantel iria ser reforçado com alguns nomes sonantes e a equipa já oficializou 2 deles: Tiago Machado, António Carvalho e, depois de Diogo Almeida, Tiago Antunes, Gerard Armillas e Nicolas Saenz. É uma autêntica revolução e uma mudança de mentalidade, até porque em 2019 a equipa apostou em gregários completos e experientes como Nikolya Mihaylov ou Fabricio Ferrari.

Começando por ordem cronológica Tiago Machado foi oficializado ontem, o ciclista que recentemente fez 34 anos tem aqui uma segunda vida neste regresso ao ciclismo português, depois de uma passagem pelo Sporting/Tavira onde havia expectativas de melhores resultados, até pelos objectivos traçados e pelo discurso no momento da apresentação.

Ainda discutiu algumas provas a nível interno, mas acabou sem qualquer pódio, havia a esperança de discutir a Volta a Portugal e terminou em 16º. Vencedor da Volta a Eslovénia em 2014 e 3º no Tour Down Under em 2012, deseja melhores resultados e espera ser mais competitivo numa estrutura mais estável e que claramente procura crescimento. Será um triunfo valioso em algumas corridas, até pelo seu espírito atacante, combativo e irreverente e pelas suas características de corredor completo.




António Carvalho é, de certa forma, a surpresa para 2020, há uns meses poucos estariam à espera que esta mudança acontecesse, até porque o corredor de 30 anos estava há 5 épocas na estrutura da W52/FC Porto. Ciclista muito completo e com enorme potencial começou por destacar-se nas chegadas ao sprint, evoluindo depois muito na montanha.

Aos 23 anos ganhou a Volta a Portugal do Futuro e 1 etapa na Volta ao Alentejo, vencedor de 2 edições do Grande Prémio Jornal de Notícias, já viveu momentos de sonho e pesadelo na Volta a Portugal. São mais os momentos bons que maus, esteve presente nas últimas 5 vitórias da equipa, foi 6º em 2015 e 2017, 4º em 2019 onde ganhou a etapa da Senhora da Graça e triunfou na classificação da montanha em 2014, quando ainda era muito jovem. Em 2018 passou muito mal na etapa da Torre e esteve quase a desistir após dar tudo pelos seus companheiros para neutralizar um ataque de Jóni Brandão.




Curiosamente em 2020 correrá ao lado de Jóni Brandão, um corredor com quem tem uma excelente relação pessoal, formando uma dupla muito perigosa na alta montanha. Nos seus dias, “Tóni”, como é conhecido, pode destruir um pelotão.  Certamente um contrato de 2 temporadas aliciou António Carvalho, é raro uma equipa portuguesa ter as condições e os meios para dar esta estabilidade aos seus corredores.

 

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